Editorial
- Quinta Edição - 26 de março de 2001.
A
importação de DVD. Vale a pena? (Parte I)
Para dirimir a questão
levantada, deve-se levar em conta diversas premissas. Como está o mercado
nacional em relação à qualidade do produto? E quanto à diversidade de
títulos? A partir deste panorama, poderemos chegar à conclusão se realmente
vale pagarmos a cotação de 2 por 1 (real x dólar), além do custo de transporte
e do imposto de importação (60%). Como qualquer comércio insipiente, faltavam
melhores opções de títulos. Lembram quando surgiu o Compact-Disc? Só tinha
CDs de música clássica. Depois vieram Beatles, Stones, Supertramp até
chegarmos nos dias de hoje para comprar CD dos nossos vizinhos do condomínio...
Da mesma forma, repete-se
a história com o DVD, mas de forma muito, mas muito mais rápida. Não esqueçamos
que o DVD foi lançado, comercialmente, em 1997. Hoje, apesar de todo este
papo de "globalização", infelizmente, o mercado de DVD foi dividido em
regiões como forma de "freios", para melhor "controle" das empresas envolvidas
neste negócio (de distribuidoras à equipamentos). Assim, resta-nos alguns
lançamentos ditos "mundiais". Mas, atualmente, não estamos muito atrasados
em relação à Região 1 (Hollywood está em algum lugar nesta região...).
Como sabemos, o mercado de títulos em DVD depende da projeção na tela
de cinema. O tempo de demora entre um lançamento internacional e um brasileiro
está condicionado a disponibilidades do estúdio e da distribuidora envolvida
(além do bom humor de alguns fantasmas e duendes...). Ou seja, não há
equações ou lógica coerentes.
Mas a grande dificuldade,
para nós, consumidores do Terceiro Mundo, está em relação aos DVDs musicais,
na sua maioria, distribuídos por pequenas empresas. Os bons shows internacionais
levam uma eternidade para desembarcar por aqui como Região 4. A preferência
de lançamento está nas bandas consagradas e famosas, e como "as aves que
aqui gorjeiam não gorjeiam como lá" fica bem difícil... Temos boas produções
nacionais que já saíram em DVD, como Djavan ao Vivo, as bandas no formato
"Acústico MTV", e até os desconhecidos para o público brasileiro, como
Elton Saldanha e Tchê Guri, lançados aqui no Rio Grande do Sul. Então,
vale a pena ou não, importar? Sugerimos, primeiramente, adquirir aparelhos
de DVD multi-região, ou "destravar" aqueles nacionais (mas a responsabilidade
é sua). O resto, é conversa para boi dormir no próximo editorial. That's
all folks!
Por Marcelo Hugo da Rocha