EDITORIAL 29

Atualizado conforme o bom humor do Editor-chefe
14 de maio de 2003

Como fazer e assistir a um VCD/SVCD.


Para os marinheiros de primeira viagem no Mundo DVD e que se questionam sobre aquelas siglas impressas em seus aparelhos, VCD e SVCD, não se desesperem! Com certeza, em algum momento vocês utilizarão estes formatos de vídeo.

VCD é a abreviação de 'Vídeo Compact Disc', formato capaz de armazenar 60 minutos de imagem com som estéreo em um CD. Criado em 1987, portanto, uma tecnologia nem tão nova assim (o CD foi lançado nos EUA em 1983), enquanto que o SVCD (Super VCD) é uma versão melhorada pois possibilita armazenar 45 minutos de imagem mas com uma qualidade superior. Com o advento da internet e da divulgação (e troca) de vídeos e filmes, estes formatos voltaram à cena como o meio de carregar os arquivos para assistir num DVD Player (porque os fabricantes assim permitiram no mesmo aparelho reproduzir diversas mídias). E tudo se transformou numa grande dor de cabeça para o mercado de entretenimento, porque há muitos casos de filmes que 'vazam' primeiro na internet antes da 'première' mundial e são vendidos no formato VCD em 2 ou 3 discos. A qualidade muitas vezes é duvidosa, mas serve de bom remédio para os ansiosos.

Nos camelôs de São Paulo já são facilmente encontradas cópias de filmes ainda inéditos em DVD, como o tão esperado Cidade de Deus. Ao contrário do que os próprios divulgam, não são 'DVDs piratas', e sim, VCD ou SVCD, porque a cópia em outro DVD ainda não compensa o crime... Assim, na sua grande maioria, o VCD está comprimido em CD-r (CD regravável), por isto, uma das queixas mais assíduas que recebemos dos leitores é que o 'disquinho' gravado com vídeos clipes e filmes não roda em seus aparelhos de DVD apesar da indicação das siglas no painel de controle.

Explica-se: nestes DVD Players rodam Vídeo CD 'de fábrica' e não 'gravado' porque não aceitam CD-r muito menos CD-rw (CD regravável mais de uma vez). Assim se quiserem passar aqueles vídeos e filmes 'baixados' da internet e gravados em VCD ou SVCD, aconselhamos que se informem antes de comprar o aparelho de DVD se o mesmo permite reproduzir mídia CD-r ou CD-rw, caso contrário, terão que se contentar com aqueles VCDs encartados em revistas pornôs (hoje em extinção). E tem mais, não adianta chorar, porque não existe qualquer MACETE ou SENHA para ativar pelo controle remoto nem em oficina autorizada para rodá-los!

Se vale a pena gravar VCD ou SVCD? É claro que sim, porque serve para muitas coisas, entre elas, descolar aquele documentário ou making of ou aquela versão estendida de um filme que as nossas distribuidoras acharam que não valia a pena lançar no DVD nacional. Ou fazer aquela coleção de vídeos musicais daquelas bandas quase 'exclusivas' que ninguém nunca ouviu falar por aqui e que não tem qualquer viabilidade comercial de serem lançadas no país entre tantas outras hipóteses, como vídeos pornôs caseiros, coqueluche da internet, comerciais premiados de outros países. Etc. e tal.

Depois deste blábláblá, o que você precisa para ter o seu "DVD" doméstico? Basicamente, além de um computador com gravador de CD e de um aparelho de DVD que rode VCD/SVCD e CDr/CDrw, 3 softwares na memória. O primeiro, a ferramenta que você irá procurar os filmes e vídeos e baixá-los diretos para o HD do seu computador: KAZAA. É a melhor, sem dúvida alguma. O segundo, um codificador para formatar os arquivos baixados para VCD ou SVCD, respectivamente, MPEG1 e MPEG2 (encontrados correntemente como MPG) porque muitos destes vídeos possuem outros formatos, como as extensões AVI, ASF, WMV. O mais fácil é o TMPGEnc 2.5 (é encontrado no próprio KAZAA). E, por último, um software para gravar o CD-r, usando-se o NERO ou Easy CD Creator.

Bem, vamos deixar claro que isto não é apologia à cópia indiscriminada ou muito menos à pirataria, apenas uma alternativa para guardar material privado sem fins comerciais. Fizemos alguns VCDs e SVCDs de vídeos musicais, alternando entre eles, comerciais premiados e outros banidos da TV (porque tinham algum tipo de contexto dúbio ou apelativo e não foram divulgados em rede aberta) e trailers de filmes, como aquele do HOMEM ARANHA entre as torres do WTC antes de serem derrubadas (e que restou incompreensível a sua ausência no DVD). A diferença entre os formatos foi quase imperceptível, justificado pela qualidade dos vídeos baixados, muitos ruins, poucos bons. Mas enquanto no VCD conseguimos colocar entre 15 a 22 vídeos, no SVCD, apenas 10 a 12 numa mídia de 700 Mb. Temos que admitir, que os arquivos ripados (extraídos) de DVD (.AVI) ficaram bem legais, uma qualidade dita VHS ou um pouco superior.

Do resultado final, quem saiu prejudicado foi a imagem, porque o som saiu beleza! O famoso DIVX seria o paralelo do vídeo com o MP3 da música, cuja fonte - na sua totalidade - é um DVD ripado. Um filme completo em DIVX chega a ser comportado em um CD-r comum, mas não rodava em DVD Player até então, dando vida aos formatos VCD/SVCD pela compatibilidade com os nossos aparelhos. Ocorre que tem fabricante de DVD Player que começou a disponibilizar em seus modelos esta opção, completamente contrária a indústria de DVDs e encerrando todo o caminho aqui explicado de como obter um VCD/SVCD... Mais uma página virada da estória do DVD...

Por Marcelo Hugo da Rocha