EDITORIAL 35 Atualizado
conforme o bom humor do Editor-chefe
10 de junho de 2004
Não
somos, eu e você, nada! Perdemos horas na internet
diariamente, pesquisando preços e comprando a cada
clique do mouse, procurando informações para
nossos trabalhos, trocando correspondência com outros
iguais, acompanhando as notícias que são atualizadas
minuto-a-minuto, ouvindo “on-line” a rádio
preferida há milhares de km de sua estação,
fazendo operações bancárias sem saber
o que é uma “fila”, conhecendo perfis
que poderiam dividir contigo um altar de uma igreja, mas
não somos nada!
Na
internet não estamos em carne em osso, é um
mundo frio e virtual, sem emoções, nem pensamentos:
não somos nada! Depois da conecção, perdemos
os sentidos, não somos ninguém. Não temos
opinião, esquecemos que existe um mundo real fora do monitor,
muito menos sabemos que tudo isto que foi dito é considerado
pelo mercado de DVD no Brasil.
Talvez
logo no início poderíamos ter achado certa
graça desse desdém à expressão comunicativa
da internet, pois não tínhamos uma responsabilidade
como temos hoje. Depois de 3 anos e 4 meses de existência,
fomos visitados por mais de um milhão de pessoas com alma e senso crítico suficiente para opinar sobre este
mercado com um passado recente e um futuro presente.
Ou
será que alguém acredita que os DVDs estão
melhores tecnicamente pela simples vontade dos engravatados de
A Burocrática Fábrica de DVDs? Porque isto tem
um custo extraordinário e o retorno poderia ser o mesmo
(qual é a diferença dos R$ 29,90 de Piratas
do Caribe, um DVD duplo lançado para venda em junho/2004
e os R$ 39,90 de Até o Limite da Honra, DVD simples lançado
em dezembro/1999, ambos da mesma distribuidora e preços
da mesma loja?).
Eram
os Deuses Internautas? Pode ser que não chegamos
a tanto, mas ignorados pelo mercado que ajudamos a crescer é uma
vergonha! Vocês, ávidos consumidores de
DVD e internautas, não imaginam a dificuldade
que temos para conseguir informações
e títulos para analisar e disponibiliza-los em
nosso site sem que vocês, depois de adquiri-los,
retornem com reclamações
e dúvidas a respeito. Isso sem falar que nós,
por não sermos nada, ou seja, somos virtuais,
nunca recebemos nenhuma publicidade de qualquer distribuidora,
fato comum no mundo real, anúncios sem que se
com isto tenha-se a qualuer tipo de obrigação editorial,
como já chagamos a ouvir, de termos
"o rabo preso". O mais engraçado é que nós, que não
existimos,
temos audiência (comprovada) maior que qualquer publicação
do mundo real. E nós,
canalizando tudo isto, sob a autoridade de vocês
e credibilidade junto a outros que acreditam em nosso
trabalho e na força
da internet,
temos a responsabilidade de apresentar os problemas e
as soluções àqueles
que justamente pensam que não somos nada!
Se
o mundo virtual é tão distante do real, gostaria
de pedir meu dinheiro de volta dos meus três aparelhos
de DVD, dos meus mil e quatrocentos títulos, da minha
TV de 33 polegadas e do meu home-theater que comprei pela internet!
E distribuidoras (não todas, é claro), por favor,
não gastem mais tinta nas caixinhas de DVD informando
seus sites, porque não somos nada! Aliás, este
texto nem existe!
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