15 de
novembro de 2004
Mais
um filme argentino chega ao mercado distribuidor brasileiro,
furando o monopólio imposto por Hollywood nas telas do
país. O abraço partido (El abrazo partido; 2004),
de Daniel Burman, trata duma questão premente no mundo
a partir das grandes guerras da primeira metade do século
XX: criaturas que, nascendo num determinado país, têm
familiares todos em outras nacionalidades; esta formação
apátrida ou internacional vai moldar o caráter
destas personalidades marcadas pela busca de suas raízes.
Na
realização de Burman um garoto judeu de descendência
polonesa vive suas dúvidas no distendido universo latino
de Buenos Aires, todavia a mais européia das capitais
sul-americanas. Sua procura do pai e suas relações
com os avós são tratados edulcoradamente, meio
classicamente pelo cineasta, que em momento algum logra dar ao
tema a transcendência que ele merecia.
Por Eron Fagundes
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