29
de dezembro de 2003
Até que Albergue
espanhol (L’auberge espagnole; 2002), de Cédric
Klapish, poderia ser muito mais aborrecido. Ao longo de cento
e quinze minutos, uma narrativa descosida busca uma unidade de
visão sobre as relações entre estudantes
de diversos países numa comunidade universitária
de Barcelona: o ritmo cinematográfico é trôpego
e falho em suas grandiloqüentes pretensões. Mas o
filme logra sustentar algum interesse em suas evocações,
ainda que seja bastante superficial em sua forma e tema, como
resultado de um estilo de narrar fragmentário mal resolvido.
A
figura de Xavier, cuja hesitação sentimental
entre sua namorada francesa (a esquálida Audrey Tatou)
e a pretendente do campus, tenta reforçar a unidade do
que está desunido. Com longos trechos de enfado, como
a da personagem do jovem que debocha das características
de várias nacionalidades, Albergue espanhol frustra, sem
embargo de seu esforço por ser alguma coisa nesta ou naquela
cena.
Por Eron Fagundes
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