PASTELÃO PARA DUAS MUSAS
 

 

18 de julho de 2006

Elas não são grandes atrizes, mas têm uma beleza de fundo latino que as faz tipos femininos interessantes numa tela de cinema. Penélope Cruz (famosa recentemente mais por seu passageiro romance com o astro norte-americano Tom Cruise) e Salma Hayek (conhecida especialmente por sua caracterização como a pintora espanhola Frida Kahlo no filme de Julie Taylor de 2002) estão nos papéis centrais de Bandidas (2006), dirigido pelos noruegueses Joachin Roenning e Espen Sandberg segundo uma idéia do francês Luc Besson (que participa do roteiro e da produção); a espanhola Cruz e a mexicana Hayek não decepcionam na pele de duas criaturas diferentes (uma bandoleira marxista e uma aristocrata aborígene) que viram assaltantes de banco para defender a autonomia do México diante do invasor e corrupto capital internacional; mas  estão longe de transformar Bandidas num espetáculo que possa curtir com algum interesse.

Com ambientação no México do século XIX, percorrendo desolados cenários do interior do país, Bandidas tem o formato duma corruptela de faroeste tardio, de Terceiro Mundo, como aqueles spaghetti western em que, nos anos 60, brilhava o talento do italiano Sérgio Leone; mas a dupla de diretores nórdicos tem mão pesada, ausente de criatividade, impedindo que a realização possa ter a soltura dos melhores momentos cinematográficos de Leone, como, por exemplo, aquele retumbante Era uma vez no Oeste (1968).

O que sobra para o espectador neste integral fracasso cinematográfico é o desfrute da libido provocada pelas diversidades de belezas de Penélope Cruz e Salma Hayek; um pouco como, ao ver o filme, as levássemos para a cama e elas nos engambelassem eroticamente como fazem com o farsesco detetive do filme.

Por Eron Fagundes

| topo da página |