09 de março de 2007
AsComo Mel Gibson, de Apocalypto (2006), o norte-americano Clint Eastwood é um destes nomes do cinema mais conhecidos como atores, galãs mesmo, embora tenham feito (dirigido) filmes de sucesso de público e de alguma estima dos críticos. Em A conquista da honra (Flags of our fathers; 2006) Eastwood está longe de sua melhor forma, mas pratica, ainda e sempre, seu forte cinema da virilidade, adotando com transparência as educadas regras do espetáculo hollywoodiano.
Elaborando o roteiro como uma crítica ao servilismo do heroísmo guerreiro ovacionado pela civilização americana, Eastwood faz sua história ser contada por um jornalista, filho de um dos protagonistas: comuns combatentes americanos, um deles índio, levantaram a bandeira americana no alto dum morro, no fim da II Guerra Mundial; foi o que bastou para que o senso de espetáculo à americana criasse uma cínica história de heroísmo onde tudo deve ser encenado segundo as ordens dos hipócritas e oportunistas governantes.
É pena que Eastwood, criticando as convenções do espetáculo social, se afunda ainda mais em etiquetas formais convencionalíssimas para construir sua narrativa. É um filme de guerra cheio de explosões e ação, mas a agudeza da reflexão tem pouco espaço no filme; bom, tem até certo ponto algum espaço reflexivo.
Por
Eron Fagundes