AQUILO QUE DEVE SER EVITADO

eron@dvdmagazine.com.br

16 de maio de 2003

Se você não é um cinemaníaco compulsivo como eu, evite entrar no cinema para ver Dupla explosiva (Ballistic Ecks vs Sever; 2002), de Wich Kaosayananda, certamente um dos filmes detestáveis do ano. Esta realização internacional que conta com capitais americanos e germânicos é a plena materialização daquela assertiva do preconceito de alguns intelectuais de que o grosso da produção cinematográfica visa a um estágio cerebral retardado ou de crianças; Dupla explosiva é feito para débeis metais – não há meio termo, não há panos quentes.

Perto de uma película assim, até mediocridades como The matrix reloaded (2003), dos irmãos Wachowski, podem parecer obras-primas. O que constrange é que um ator de prestígio como Antonio Banderas (que há alguns anos chegou a dirigir um bom filme, Loucos do Alabama, 1999) se preste para tal empreitada: só pode ser, como ocorre com alguns bons atores da Rede Globo de Televisão que trafegam por algumas noveletas televisivas sem inspiração, a necessidade caça-níquel – sobrevivência.

Muita explosão gratuita e precariamente filmada e correria desenfreada entre vilões e heróis acompanham a trajetória do agente do FBI vivido por Banderas e da oriental rígida e austeramente bela Lucy Liu, dois inimigos que no fim da história se unem para derrotar um inimigo comum, aquela personagem capaz de despertar o ódio fácil do público.

Se você não é daqueles que vêem todos os filmes em exibição e se seu cérebro não é masoquista, passe ao largo dos cinemas que exibem Dupla explosiva, uma das “coroas expressivas” de fita ruim.

Por Eron Fagundes