AS FACILIDADES DO CINEMA COMERCIAL
eron@dvdmagazine.com.br

25 de julho de 2005

Paul Weitz tenta a sorte na comédia familiar norte-americana em Em boa companhia (In good company; 2004). O formato quadradão de sua narrativa e sua inarredável superficialidade para lidar com personagens brecam o filme, transformando-o num desfilar de lugares-comuns sobre um tema muito sério e atual, a desestruturação humana imposta pelo neo-capitalismo da era internauta.

Dennis Quaid, na pele do madurão chefe de família com duas filhas adolescentes e a mulher grávida de um bebê temporão e que perde seu cargo para um jovem com metade de sua idade, está bem. Mas Topher Grace, como o rapaz executivo, é somente uma figurinha edulcorada e inexpressiva em cena. Scarlett Johansson, como a filha de Quaid que passa a namorar às escondidas Grace, tem um jeito interpretativo curioso. Mas Wietz se perde mesmo em suas facilidades para paparicar o público dos cinemas.

Se o cinema é por via de regra um chavão, Em boa companhia cai bem neste conceito, servindo a desfrutes inúteis, como é, afinal, este texto anotativo sobre a película de Weitz.

Por Eron Fagundes