11
de abril de 2005
A atriz espanhola Paz Veja interpreta uma imigrante mexicana
tentando a sorte em Los Angeles em Espanglês (Spanglish;
2004), filme dirigido pelo especialista em melodramas familiares
James L. Brooks. O cineasta relata com uma certa harmonia narrativa
a tumultuada convivência entre os serviçais mexicanos
(Flor, a personagem de Paz, e sua pequena filha) e os patrões
americanos (a nervosa criatura de Téa Leoni, o engraçado
ser de Adam Sandler e a figura desengonçada da filha
deles); como em seus trabalhos anteriores, o objetivo de Brooks é a
emoção fácil do público, algo que
ele realiza com uma competência a que nem todos os artesãos
de Hollywood tem acesso.
O
problema fundamental de Espanglês é que Brooks
tem pouco a dizer para seus cento e trinta minutos de projeção.
As anedotas começam a tornar-se repetitivas ao valer-se
dos conflitos de língua e sentimentos entre as personagens;
os relacionamentos que apontam entre as classes sociais são
bastante previsíveis e relatados cinematograficamente
sem profundidade.
O
tema da falta de comunicação entre as pessoas,
secundado pela questão da língua, talvez esteja
fora do alcance do cinema comercial de Brooks, que todavia faz
de seu filme um espetáculo de entretenimento a que se
assiste sem muito pesar. Há coisas piores na meca do cinema.
Por Eron Fagundes
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