AOS MEDÍOCRES,
A MEDIOCRIDADE
Depois de Amnésia
(2000), que não deixava de ser uma curiosidade (e não passava deste conceito),
o realizador norte-americano Christopher Nolan foi guindado por certos setores
de espectadores hollywoodianos à condição de autor capaz de renovar a linguagem
do cinema. Besteira inominável. Só para observadores míopes: enxergam a superfície
da imagem cinematográfica. Cada um busca no cinema o que quer: inclusive a pequenez
de seu cérebro.
É o caso de Insônia
(Insomnia; 2002), o novo filme de Nolan, um trivial drama policial que os mais
apressados saúdam como drama psicológico. Superficialidade. Saudades de um verdadeiro
gênio como Alfred Hitchcock, tão revolucionário em sua linguagem quanto profundo
em sua pintura de caracteres.
Al Pacino e Robin Williams
salvam seus papéis (o policial perturbado e o escritor assassino), mas Hilary
Swank parece pouco à vontade em seu trabalho. A possível tensão narrativa só
pode mesmo passar aos colonizados pelo cinema americano; de verdade, de verdade
mesmo a realização é um sonífero na sala escura do cinema.
Por Eron Duarte
Fagundes