4 de julho de 2007
Piratas do Caribe 3: no fim do mundo (Piratas of the Caribean: ate the world’s end; 2007), de Gore Verbinski, faz a pirataria cinematográfica imergir nos artifícios visuais do filme de horror, ou seja, uma narrativa que tenta parodiar e fazer comédia em cima dos antigos filmes de piratas acaba em muitos momentos se convertendo num espantalho plástico do horror cinematográfico: o surgimento das personagens (Jack Sparrow e seu séquito de alto mar) como se fossem fantasmas, seres mortos que vagam semi-ressuscitados diante de nossos olhos.
Na verdade, o funcionamento do espetáculo tal como o concebe um artesão comercial como Verbinski deve agradar a seu público de sempre. Não há muitas exigências a fazer nesta categoria de realização. Os atores cumprem razoavelmente seus papéis, sem aspirarem a maiores vôos, até porque muitos deles, como Orlando Bloom e a bela Keira Knightley, não têm o que oferecer à arte da interpretação. Johnny Deep, que é um intérprete mais pessoal, exacerba em seus trejeitos faciais ou labiais para caracterizar os estereótipos de sua criatura.
Enfim, aí está mais um passatempo que a indústria fílmica produz em série para encher suas burras.
Por
Eron Fagundes