MAU FILME PARA UMA GRANDE INTERPRETAÇÃO
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29 de março de 2005

A magnífica interpretação de Jamie Foxx como o cantor popular norte-americano Ray Charles quase chega a conferir uma emoção pessoal a um filme tão cheio de clichês quanto pode ser uma produção dirigida por Taylor Hackford. Ray (Ray; 2004) é esta película que visa à conquista fácil das platéias de Hollywood: nada de verdadeiramente novo ou sequer curioso nesta cinebiografia musical que palidamente radiografa um comportamento de época da sociedade americana.

Hackford não foge a suas regrinhas: vale-se da poderosa musicalidade de sua personagem para imprimir um ritmo mínimo à sua narrativa. As idas e vindas da vida de Ray, suas desarticulações amorosas e seu inevitável envelhecimento são tratados de maneira esquemática pela câmara de Hackford; o que torna suportável uma realização tão rasteira é, de fato, o fascínio de uma personagem e o encanto de um ator.

Por Eron Fagundes