A FALSIDADE DE ROBÔS
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21 de março de 2005

A animação cinematográfica Robôs (Robots; 2005), dirigida a quatro mãos pelo norte-americano Chris Wedge e pelo brasileiro radicado nos Estados Unidos Carlos Saldanha, vale-se duma armadilha bastante hipócrita para iludir seu público: certamente uma peça industrial que logo deve ir para o lixo de celulóides, o filmezinho usa truques de facilidade sentimental para falsamente se colocar ao lado dos idealistas (a personagem de Rodney Lataria, cuja dublagem em português pelo ator global Reynaldo Gianecchini é dolorosamente mal posta em sua dicção e pontuação) contra os caçadores de dinheiro (o desenho maniqueísta de Dom Aço, o lado sombrio que invade a luz terna em torno de Lataria).

Visando à platéia infantil, Robôs talvez consiga seus objetivos ilusionistas, pois as trucagens não deixam de ser curiosas em sua utilização do espaço da animação com a montagem dos estranhos seres em cena. Mas lamenta-se a constante inutilidade com que se inunda de imagens tão primárias as nascentes cabeças das crianças. Para que serve tudo isso?

Acresce, para piorar, que chegaram a Porto Alegre só cópias com a horrível dublagem brasileira.

Por Eron Fagundes