ONDE ACHAR OS CDS ZURETAS QUE A GENTE COMENTA AQUI?

De uns tempos pra cá, temos publicado resenhas de vários CDs e DVDs supimpas, legais, maneiros, polidos e faiscantes. O problema é que... bem, eles não estão disponíveis no Brasil! Na verdade, tem uma cacetada de grandes CDs que ainda não foram lançados no Brasil. Ó céus! O que fazer? Simples: bundeando pela Net, encontrei uma loja virtual de CDs que tem praticamente TUDO o que a gente procura, das maiores raridades do Rock Progressivo às pérolas do jazz que nenhum selo tem culhão pra lançar aqui. Onde? Fácil: vá na CD BABY (http://www.cdbaby.com/) e faça a festa dos seus zóios, zuvidos e zoreias!

LOVE IN THE FASCIST BROTHEL - The Plot to Blow Up The Eiffel Tower (Revelation Records)
Por trás dessa bela capa (mostra uma fraulein se despindo pra transar com um jumento, enquanto ao fundo nazis fazem a saudação – mas É uma capa bonita, ora!), esconde-se uma das bandas punk mais carnívoras dos últimos tempos. Formada em San Diego, Califórnia, em 2001, o grupo começou fazendo uma fusão de punk e jazz (!), mas logo descambou para o pacote completo. O show deles, que tem de sair em DVD, envolve garrafas quebradas e pênises expostos. O resto eu deixo para sua imaginação.
Links: www.revelationrecords.com, www.blowuptheeiffeltower.com

BACK TO BACK - Tiny Moore & Jethro Burns (Acoustic Disc)
Jethro Burns, um dos grandes mestres do bandolim e parte do duo Homer & Jethro, teve uma carreira que durou mais de 50 anos, e seu estilo perfeccionista influencia músicos até hoje. Já o texano Tiny Moore começou carreira em 46, tocando com o lendário Swing Bob Wills. “Back to Back”, gravado em 79, marca a primeira vez que eles tocam juntos, e o repertório inclui standards de Wes Montgomery, Bill Monroe e Count Basie, entre outros. Produzido por David Grisman, que também toca em três faixas, o CD conta com a participação d o guitarrista Eldon Shamblin, o baixista Ray Brown e o baterista Shelly Manne. Como bônus, essa edição traz um segundo disco com takes alternativos, mais a inédita “Maiden´s Prayer”. Link: http://www.acousticdisc.com

MULLICH MULLI - Mold (Tutl Records)
Mais uma das várias e interessantes bandas das Ilhas Faroé, na Dinamarca, este sexteto traz um rock/pop bem fornido e inspirado no som dos anos 70, mas com toques de punk melódico e som alternativo dos anos 90 pra entrar no novo século com o pé direito. As músicas são cantadas em inglês.
Links: www.tutl.com

 

SPIRITUAL VERTIGO - Sonus Umbra (The Sound of Shadow)
O Sonus Umbra mistura progressivo com jazz e, em certos momentos evoca o Alan Parsons Project – especialmente nos vocais de Andres Aullet. As letras são dark, até mesmo deprê, mas a música é digna do que há de melhor no neo-progressivo– especialmente a épica “Snakes & Ladders” (seguida de uma faixa bônus bem esquisita). Atente para as participações do baterista Jeff Laramee e da cantora Lisa Francis, ex-Kurgan´s Bane. Altamente recomendável.
Links: www.sonusumbra.com

THE PUREST OF DESIGNS - Steve Cochrane (Spirit Compass Music)
Mais um veterano do progressivo clássico, o canadense Steve Cochrane (ex-Endpieces) demora para lançar um disco – mas quando o faz, manda muito bem. “The Purest of Designs”, de 1998, traz influências de Yes, Mike Oldfield e Bach em peças simples porém muito bem trabalhadas, com destaque para a épica “Songs for Spring”, de 27 minutos, que narra a história de um garoto em sua saga para se tornar um artista.
Links: http://www.spiritcompass.com/

 

TIMELINE - Timeline (Timeline Music)
Eis mais uma fusão feliz do som progressivo com o peso do rock, num resultado que lembra os melhores momentos do Queensryche, Kansas e Marillion. O Timeline é mais melódico que outros grupos do gênero, mas não adere ao comercialismo (como o Evanescence e a nova fase do Marillion), e promete trabalhos ainda mais intrincados no futuro. Talento musical eles já têm de sobra.
Link: www.timelinemusic.net

 

INEVITABLE - Mario Vaz de Mello (VMA Records)
Carioca da gema, o tecladista, arranjador e maestro Mario Vaz de Mello ainda era adolescente quando começou a tocar com Marisa Monte, Deborah Colker, Bebel Gilberto e Lenine, entre outros. Mas seu talento só foi descoberto lá fora, onde trabalhou com Art Garfunkel, Michael Gibson, e até para a Dreamworks de Steven Spielberg. Seu novo CD traz uma série de temas instrumentais no estilo new age, e revela um talento que ainda vai dar o que falar. Talvez não no Brasil, terra de Tchans e sertanejos, mas pelo menos lá fora, onde artistas recebem royalties e vivem bem.
Links: www.vmarecords.com, www.inevitable-cd.com

JUST TALKING ABOUT THE UNIVERSE… SO FAR - Torman Maxt (Mars Hill)
Primeira parte de uma longa peça musical que prossegue em “The Foolishness of God”, o Torman Maxt mistura e manda influências de Rush, Led Zeppelin e Shadow Gallery num metal progressivo que consegue ser moderno e, ao mesmo tempo, soar como uma banda dos anos 70. As letras se baseiam nos temas favoritos do Cristianismo, mas não se apoquente: o grupo não faz o estilo “converta-se ou morra” do Stryper.
Links: http://www.tormanmaxt.com


THE VIOLENCE OF DISTANCE - Somascetic (Audible Images Studio)
Repararam como é difícil comentar uma banda nova sem citar pelo menos meia dúzia de influências do passado? Mas é exatamente isso o que terei de fazer com o Somascetic, de Pittsburgh (terra dos zumbis de George Romero!), cujo CD duplo de estréia pode ser definido como um “Dark Side of the Moon” regravado pelo Tool. O grupo é tão experimental, que os solos de guitarra de uma das músicas, “Memory of Dark”, foram gravados com cinco afinações diferentes. Para fãs de progressivo com pitadas psicodélicas, é um prato cheio e nutritivo.
Links: www.somascetic.com

STAGE - Keller Williams (SCI-Fidelity Records)
Tai um cara que eu gostaria MESMO de ver ao vivo, ou pelo menos em DVD. O multitalentoso Keller Williams é uma verdadeira banda de um homem só: toca violão, baixo acústico e percussão, canta, sampleia, dança – enfim, faz o diabo. Seu talento já lhe valeu vaguinhas para abrir shows de Dave Matthews Band, e é plenamente registrado neste CD duplo ao vivo (sem overdubs!), onde Keller mistura músicas próprias com standards como “Rapper´s Delight”, “Under Pressure”, “For What It´s Worth” e “Don´t Stop Till You Get Enough”.
Links: www.kellerwilliams.net, http://www.scifidelity.com

JINETES NEGROS - Jinetes Negros (Viajero Inmovil Records)
Esta banda Argentina, que tirou seu nome do poema “El Jinete Negro” de Nene D´Inzeo, foi criada pelo tecladista Octavio Stampalia, ex-membro do grupo progressivo Anima. Agora aliado com o cantor Marcelo Ezcurra e outros músicos talentosos, Stampalia prossegue com sua proposta de um rock erudito e muito bem trabalhado, que com certeza vai agradar aos puristas. A faixa “El Rey” traz Erardo Del Prado lendo trechos de “O Corvo”, de Edgar Allan Poe, e no conteúdo interativo podemos curtir o clip da música “La Anciana”.
Links: www.viajeroinmovil.com

 

ARRIVAL - Fallen Isis (Independent Production)
Criada pelo multi-instrumentista Michael Travers, o Fallen Isis, de Brisbane, poderia até ser confundido com mais um clone do Evanescence (vocais femininos, temas góticos). Mas a diferença é que o Fallen Isis crava os dedos no rock clássico de Jimi Hendrix e Led Zeppelin e não solta, se recusando a fazer concessões às FMs. Destaque para as músicas “The Day The Earth Stood Still” e “Journey´s End”.
Links: www.fallen-isis.tk

 

CENTURY OF THE BLUES - Prof. Louis & The Crowmatix (Woodstock Records)
A banda de Professor Louie tem um detalhe que deixa muitos puristas irritados: instrumentos de sopro. Bah. Até os Blues Brothers tinham instrumentos de sopro, oras! Bem, o azar é dos puristas. Estão perdendo um excelente grupo de blues tradicional, que mistura composições originais (“Clouds in My Heart”, dedicada a Muddy Waters, e “Ballerina”, um tributo a Jimi Hendrix) com covers de clássicos como “Ain´t No Fun To Me” (Al Green) e “Shake Your Money Maker” (Elmore James).
Links: www.woodstrockrecords.com

TEMPER TEMPER - Temper Temper (Revelation Records)
Vinda de Milwakee, terra da cerveja, o estreante Temper Temper até engana com uma capinha “mudernosa” que lembra babas tipo Evanescence. Vai nessa. O som da banda é um punk dançante e muito bem tocado, que mistura The Rapture com Danzig num resultado que deixa qualquer ser humano pogando de alegria.
Links: www.revelationrecords.com, www.tempertemper.net

 

 

Sergio Martorelli