CARANDIRU - VERSÃO PARA LOCAÇÂO

 

Com Luiz Carlos Vasconcelos, Mílton Gonçalves, Aílton Graça, Maria Luísa Mendonça, Aída Lerner, Rodrigo Santoro, Gero Camilo, Floriano Peixoto, Vanessa Gerbelli, Ricardo Blat, Wagner Moura, Caio Blat, Antônio Grassi, Rita Cadillac, Enrique Diaz, Sabotage

 

Diretor

Duração

Produção

Hector Babenco

147 minutos

2003

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Drama

Columbia

11/09/2003 (Locação)

Cotação:

Sinopse


Numa cela da Casa de Detenção de São Paulo, o popular Carandiru, dois detentos (Lula e Peixeira) se enfrentam num acerto de contas. O clima é tenso. Outro detento, Nego Preto, espécie de "juiz" para desavenças internas, soluciona o caso em tempo de dar "boas vindas" ao Médico, recém- chegado e disposto a realizar trabalho de prevenção à AIDS na penitenciária. O Médico depara-se, no maior presídio da América Latina, com problemas gravíssimos: superlotação, instalações precárias, doenças como tuberculose, leptospirose, caquexia, além de pré-epidemia de Aids. Os encarcerados lamentam, além da falta de assistência médica, de assistência jurídica. O Carandiru, com seus mais de sete mil detentos, constitui-se em grande desafio para o Doutor recém-chegado. Mas bastam alguns meses de convivência para que ele perceba algo que o transformará: mesmo vivendo situação-limite, os internos não são figuras demoníacas. No convívio com os presos que visitam seu improvisado consultório, o Médico testemunha solidariedade, organização e, acima de tudo, grande disposição de viver.

Comentários Sobre o Filme

Desde Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977), passando pelo pico de Pixote, a lei do mais fraco (1980), a filmografia do cineasta argentino-brasileiro Hector Babenco encontrou seus momentos mais estimados na visão crua da marginalidade do país. Na linha de Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, o novo Babenco, Carandiru (2003), extraído do relato em livro do médico de prisioneiros Drauzio Varela, vai buscar interpretar a sociedade de hoje no seio do banditismo. Se Ônibus 174 (2002), de José Padilha, metaforiza a reflexão sobre o país a bordo dum ônibus de linha do Rio de Janeiro, a realização de Babenco o faz tomando como signo a prisão de segurança máxima paulistana Carandiru, onde em dois de outubro de 1992 policiais fortemente armados se tornaram tão criminosos quanto suas vítimas ao promoverem o massacre impiedoso de cento e onze detentos. Um mar de sangue, eis o que se torna o filme de Babenco em seu final, em que a lavagem dos solos da penitenciária são imagens de melancólica ironia.

Se em Tudo bem (1977), de Arnaldo Jabor, um operário de construção civil mata outro numa briga por um banana, em Carandiru o início do conflito entre presos que veio a dar num motim e no morticícinio se dá a partir de algo tão banal quanto a luta por um espaço, numa cadeia para lá de lotada, para pôr a secar uma cueca. Antes deste desenlace, Babenco costura seu filme com histórias profundamente humanas. A aids na prisão, o casamento entre homossexuais, a briga homicida entre dois irmãos, o malandro negro que tem duas mulheres (e duas famílias), o modo como cada um veio parar ali. Poderia o analista evocar outro notável filme de prisão brasileiro: Memórias do cárcere (1984), que Nelson Pereira dos Santos tirou a sangue das entranhas do livro de memórias do escritor alagoano Graciliano Ramos. Claro: o médico Drauzio Varela não é Graciliano, mas Babenco sabe muito da emoção cinematográfica. O patético e o horror fazem de Carandiru uma fita cheia de vida: cheia de vitalidade. É verdade que, como dizem as imagens finais, a prisão de Carandiru foi varrida do mapa com sua implosão em dezembro de 2002; mas as histórias de seres humanos ali passadas permanecerão ecoando, na memória dos que sobreviveram depois de testemunharem e na de quem vir o filme de Babenco: esta uma das funções do cinema, eternizar certos eventos históricos importantes por sua contemporaneidade.

Para o espectador, resta o incômodo de confortavelmente assistir à miséria brasileira instalado passivamente numa poltrona ou sofá. (Por Eron Fagundes)

Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Português (DD 5.1 e 2.0)
Inglês e Espanhol

Extras

- Comentários em Áudio do Diretor Hector Babenco: Num tom narrativo, quase que cena a cena, Babenco acaba nos contando algumas curiosidadas, tais como: a cena para datar o filme é com um discurso de Fernando Collor, de quem ele tece um comentário; como foram feitas as roupas do casamento do personagem Lady Di; a briga final. Mas no geral, apesar de bastante interessante, o tom dado por babenco se torna um pouco cansativo e professoral.

- Trailer de Cinema (2:30 min)

- Teaser de Cinema (1:10 min)

Críticas ao DVD

Um DVD lançado para locação hoje em dia sempre tem o mesmo problema: a falta de respeito a estemercado, pois via de regra os DVDs não têm todos os extras que deveriam ter, lançados em geral quando da versão para venda direta. Este não foge a regra de algumas das maiores distribuidoras.

Tecnicamente o DVD está muito bom, o filme em formato Widescreen de ótima qualidade, o som com as duas opções necessárias (em 2 canais, melhor para assiste ao DVD quem TVs e 5.1 canais, para quem tem um equipamento de som que possua este recurso, o que, sem dúvida "transforma" o modo de se assistir ao filme, neste caso com ótima qualidade).

Os menus são medianos, alguns animados com cenas do filme. A embalagem acompanha o visual dado a todo o material de divulgação do filme (há uma brincadeira já comum de procurar as mesmas pessoas, pois houve um processo de multiplicação digital e claramente se nota as memas pessoas várias vezes na imagem da capa... mas isso já é coisa de quem não tem o que fazer, ficar tentando descobrir).

Mas tem um problema, que recém chamou a nossa atenção, a falta de legendas em português para os filmes brasileiros. Há muito tempo os americanos descobriram que há pessoas com deficiência auditiva que precisam das legendas para total compreensão da obra. Fica aqui o alerta.

Alugue o filme mesmo assim, vale a pena.

Este DVD foi gentilmente cedido pela Columbia

Menus
Resenha publicada em 18/09/2003
Por Eron Fagundes e Edinho Pasquale

 



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