Com
Luiz Carlos Vasconcelos, Mílton Gonçalves,
Aílton Graça, Maria Luísa Mendonça,
Aída Lerner, Rodrigo Santoro, Gero Camilo, Floriano
Peixoto, Vanessa Gerbelli, Ricardo Blat, Wagner Moura,
Caio Blat, Antônio Grassi, Rita Cadillac, Enrique
Diaz, Sabotage
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147 minutos
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Sinopse
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Numa cela da Casa de Detenção de São
Paulo, o popular Carandiru, dois detentos (Lula e
Peixeira) se enfrentam num acerto de contas. O clima é tenso.
Outro detento, Nego Preto, espécie de "juiz" para
desavenças internas, soluciona o caso em tempo
de dar "boas vindas" ao Médico,
recém- chegado e disposto a realizar trabalho
de prevenção à AIDS na penitenciária.
O Médico depara-se, no maior presídio
da América Latina, com problemas gravíssimos:
superlotação, instalações
precárias, doenças como tuberculose,
leptospirose, caquexia, além de pré-epidemia
de Aids. Os encarcerados lamentam, além da
falta de assistência médica, de assistência
jurídica. O Carandiru, com seus mais de sete
mil detentos, constitui-se em grande desafio para
o Doutor recém-chegado. Mas bastam alguns
meses de convivência para que ele perceba algo
que o transformará: mesmo vivendo situação-limite,
os internos não são figuras demoníacas.
No convívio com os presos que visitam seu
improvisado consultório, o Médico testemunha
solidariedade, organização e, acima
de tudo, grande disposição de viver.
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Comentários
Sobre o Filme
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Desde Lúcio
Flávio, o passageiro da agonia (1977),
passando pelo pico de Pixote, a lei do
mais fraco (1980), a filmografia do cineasta
argentino-brasileiro Hector Babenco encontrou seus
momentos mais estimados na visão crua da
marginalidade do país. Na linha de Cidade
de Deus (2002), de Fernando Meirelles,
o novo Babenco, Carandiru (2003),
extraído
do relato em livro do médico de prisioneiros Drauzio Varela, vai buscar
interpretar a sociedade de hoje no seio do banditismo. Se Ônibus
174 (2002), de José Padilha, metaforiza a reflexão sobre
o país a bordo dum ônibus de linha do Rio de Janeiro, a realização
de Babenco o faz tomando como signo a prisão de segurança máxima
paulistana Carandiru, onde em dois de outubro de 1992 policiais fortemente armados
se tornaram tão criminosos quanto suas vítimas ao promoverem o
massacre impiedoso de cento e onze detentos. Um mar de sangue, eis o que se torna
o filme de Babenco em seu final, em que a lavagem dos solos da penitenciária
são imagens de melancólica ironia.
Se
em Tudo bem (1977),
de Arnaldo Jabor, um operário de construção
civil mata outro numa briga por um banana, em Carandiru
o início do conflito entre presos que veio
a dar num motim e no morticícinio se dá a
partir de algo tão banal quanto a luta por
um espaço, numa cadeia para lá de lotada,
para pôr a secar uma cueca. Antes deste desenlace,
Babenco costura seu filme com histórias profundamente
humanas. A aids na prisão, o casamento entre
homossexuais, a briga homicida entre dois irmãos,
o malandro negro que tem duas mulheres (e duas famílias),
o modo como cada um veio parar ali. Poderia o analista
evocar outro notável filme de prisão
brasileiro: Memórias do cárcere (1984),
que Nelson Pereira dos Santos tirou a sangue das
entranhas do livro de memórias do escritor
alagoano Graciliano Ramos. Claro: o médico
Drauzio Varela não é Graciliano, mas
Babenco sabe muito da emoção cinematográfica.
O patético e o horror fazem de Carandiru uma
fita cheia de vida: cheia de vitalidade. É verdade
que, como dizem as imagens finais, a prisão
de Carandiru foi varrida do mapa com sua implosão
em dezembro de 2002; mas as histórias de seres
humanos ali passadas permanecerão ecoando,
na memória dos que sobreviveram depois de
testemunharem e na de quem vir o filme de Babenco:
esta uma das funções do cinema, eternizar
certos eventos históricos importantes por
sua contemporaneidade.
Para
o espectador, resta o incômodo
de confortavelmente assistir à miséria
brasileira instalado passivamente numa poltrona ou
sofá. (Por Eron Fagundes)
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Português (DD 5.1 e 2.0)
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Inglês e Espanhol
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Extras
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Comentários em Áudio do Diretor Hector Babenco: Num
tom narrativo, quase que cena a cena, Babenco acaba
nos contando
algumas curiosidadas, tais como: a cena para datar
o filme é com um discurso de Fernando Collor, de
quem ele tece um comentário; como foram feitas as
roupas do casamento do personagem Lady Di; a briga
final. Mas no geral, apesar de bastante interessante,
o tom dado por babenco se torna um pouco cansativo
e professoral.
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Trailer de Cinema (2:30 min)
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Teaser de Cinema (1:10 min) |
Críticas
ao DVD
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Um
DVD lançado para locação hoje em dia sempre tem o
mesmo problema: a falta de respeito a estemercado,
pois via de regra os DVDs não têm todos os extras
que deveriam ter, lançados em geral quando da versão
para venda direta. Este não foge a regra de algumas
das maiores distribuidoras.
Tecnicamente
o DVD está muito bom, o filme em formato Widescreen
de ótima qualidade, o som com as duas opções necessárias
(em 2 canais, melhor para assiste ao DVD quem TVs
e 5.1 canais, para quem tem um equipamento de som
que possua este recurso, o que, sem dúvida "transforma"
o modo de se assistir ao filme, neste caso com ótima
qualidade).
Os
menus são medianos, alguns animados com cenas do
filme. A embalagem acompanha o visual
dado a todo o material de divulgação do filme (há
uma brincadeira já comum de procurar as mesmas
pessoas, pois houve um processo de multiplicação
digital e
claramente se nota as memas pessoas várias vezes
na imagem da capa... mas isso já é coisa de quem
não tem o que fazer, ficar tentando descobrir).
Mas
tem um problema, que recém chamou a nossa atenção,
a falta de legendas em português para os filmes
brasileiros.
Há muito tempo os americanos descobriram que
há pessoas com deficiência auditiva que precisam
das
legendas
para total compreensão da obra. Fica aqui o alerta.
Alugue
o filme mesmo assim, vale a pena.
Este
DVD foi gentilmente cedido pela Columbia |
Menus
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Resenha
publicada em 18/09/2003 |
Por
Eron Fagundes e Edinho Pasquale
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Seu comentário
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