DIAS DE NIETZSCHE EM TURIM

 

Com Fernando Eiras, Paulo José, Tina Novelli, Leandra Leal, Mariana Ximenes, Paschoal Villaboin, Isabel Themud

 

Diretor

Duração

Produção

Julio Bressane

85 minutos

2001, Brasil

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Drama

Europa Filmes

12/05/2002

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
DVD APENAS PARA LOCAÇÃO
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Português (DD 2.0)
Inglês, Espanhol

(LETTREBOX)
Sinopse

O filme recria os meses vividos pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) na cidade de Turim, na Itália, entre abril de 1888 e janeiro de 1889, período de grande fertilidade para o pensador. " Dias de Nietzsche em Turim" participou de diversos festivais internacionais e nacionais, dentre eles: Festival de Frankfurt 2002, Festival de Roterdã 2002, Festival de Veneza 2001, Festival do Rio BR, Mostra Internacional de SP 2001 e Festival de Brasília 2001, no qual recebeu o prêmio de melhor roteiro. No Festival de Veneza 2001, o filme recebeu o Prêmio Bastone Bianco, concedido pela crítica italiana. Bressane foi o primeiro cineasta brasileiro a receber essa premiação, criada pelo cineasta Roberto Rosselini. Além do diretor brasileiro, o prêmio apenas havia sido concedido a Stanley Kubrick, Jean Luc Godard e Abel Ferara.

Comentários

As inquietações formais do realizador brasileiro Júlio Bressane têm dividido os analistas do cinema nacional. Suas abstrações estéticas estão sempre além da linha de gol dos padrões habituais do cinema.

Em Dias de Nitezsche em Turim (2001) Bressane constrói um cinema cerebral-intelectual que busca visitar a mente do filósofo alemão Friedrich Nietzsche em sua passagem (já quarentão) pela cidade italiana de Turim. Trata-se da época mais demente da vida de Nietzsche, que legou à humanidade uma obra filosófica perturbadora e transgressora. As loucuras cinematográficas de Bressane buscam na literatura de Nietzsche um correspondente estético. O texto do pensador germânico derrama-se, em off, pelas imagens do filme, que vão do rigoroso 35 mm ao granulado vídeo passando pela instabilidade amadorística do Super-8; movimentos desfocados e a mistura de um certo rigor com algum amadorismo formal criam um mosaico barroco que Bressane orquestra com seu brilho inventivo.

A fusão da palavra com a imagem no filme de Bressane não chega ao deslumbramento hipnótico de Wittgenstein (1995), do inglês Derek Jarman, e que é um dos mais belos trabalhos de cinema dos anos 90. Mesmo assim, um Bressane, com toda a irregularidade, ativa um cérebro cinematográfico de um espectador adormecido no lugar-comum. É bom lembrar igualmente que Júlio Bressane foi um dos objetos de análise da obra-prima O vôo dos anjos (1990), ensaio de Jean-Claude Bernardet; Bressane é considerado pelo poeta e ensaísta Haroldo de Campos o maior cineasta brasileiro de hoje (entrevista concedida ao jornalista gaúcho Juremir Machado da Silva e introduzida em seu livro O pensamento do fim do século, 1993). (Eron Fagundes)

Extras

- Elenco: biografias em texto de Fernando Eiras, Paulo José, Tina Novelli, Leandra Leal, Mariana Ximenes, Paschoal Villaboin. Biografias e/ou filmografia. Nada de especial.

- Diretor e Roteirista: razoável biografia com filmografia de Júlio Bressane, em 8 páginas de textos.

- Premiações de Júlio Bressane: 3 páginas de texto, auto-explicativos.

- Roteirista: biografia em 2 páginas de textos de Rosa Dias.

- Nietszsche em Nice: documentário bastante interessante sobre o tema, com 14 minutos e meio. Importante, pela cenas de arquivo e história.

- Making Of: interessante 15 minutos de cenas de bastidores, para se conhecer como é feito o cinema brasileiro. Informal e diferente.

- Trailer

- Outros Títulos: lista de outros DVDs da distribuidora, sem seus trailers.

Críticas ao DVD

Dá até pra dizer que é um DVD de cinema nacional “alternativo”, pois não houve grandes repercussões quando do seu lançamento nos cinema e que em DVD merece ser visto. Ótimas reconstituições de época, com um tema “difícil” para a maioria, mas bem executado tecnicamente. Se não há os 5.1 canais disponíveis pela tecnologia atual, ao menos mantém o formato original de cinema, em widescreen, não otimizado para quem tem TVs deste tipo, chamado de “letterbox”. Os extras são condizentes para um a produção deste tipo, um filme que merece ser descoberto por um público diferenciado, pois não é para todos, onde os filmes “blockbusters” são a atração. Mas é uma edição digna de um filme nacional interessante.

Menus
Resenha publicada em 07/07/2004
Por Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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