Com Malu Mader, Cassio Gabus Mendes, Claudia Abreu, Marcelo Serrado, Pedro Cardoso, Bete Mendes, Geraldo Del Rey, Ivan Cândido, Norma Blum, Rubens Caribé, Francisco Milani, José Wilker, Tuca Andrada, Carlos Zara, Gianfrancesco Guarnieri, Kadu Moliterno, Betty Lago, Thales Pan Chacon

E se o golpe militar de 64 não estivesse acontecido? E se a revolução sexual não estourasse? E se não existisse o cinema novo, a era dos Festivais e o Teatro Opinião? E se não houvesse um mundo dividido em direita e esquerda? E se rótulos como alienado, engajado, revolucionário e reacionário jamais tivessem tido peso? E se os hippies não começassem a usar calça jeans? E se a individualista Maria Lúcia jamais se apaixonasse pelo idealista João? E se a doce burguesa Heloísa não partisse para a luta armada? E se uma certa minissérie não fosse exibida em 1992, no momento em que os estudantes pintavam a cara para pedir pelo impeachment do presidente Fernando Collor? Estas e outras perguntas ficarão sem resposta, porque os Anos Rebeldes existiram e podem ser revividos a toda hora por essa obra que juntou ficção e realidade, som e imagem, cinema e televisão, num esforço para mostrar um lado do Brasil que, por pouco, não foi apagado. Documentário inédito sobre a realização da obra: a história da minissérie contada pelo elenco, diretores e autores.

Depois do sucesso da minisérie “Anos Dourados”, a TV Globo exibiu um outro ótimo panorama histórico, deta vez sobre os anos 60, com autoria de Gilberto Braga. O enredo se baseou no livro “1968 - O Ano que Nao Terminou”, de Zuenir Ventura e, além da trama muito bem elaborada, é marcado pontualmente por “painéis históricos” (produzidos por Silvio tendler, um cineasta especializado em documentários), onde são mostradas cenas de época para situar os personagens no tempo e contexto histórico dos chamados “anos de chumbo”.

A cenografia merece um aparte, está excelente, bem como os figurinos. Aliás, a produção da TV Globo sempre fez, com raras exceções, um excelente trabalho de reconstituição de época nos seus folhetins. Os atores estão bem, em especial Claudia Abreu e o elenco “mais velho”, muitos dos quais passaram de fato pelos problemas gerados neste período da nossa história.

Vale a pena assistir, mesmo que não na mesma época da sua exibição, bem no ano de 1992, onde outro fato político muito importante da nossa história acontecia, o processo de impeachment do ex-presidente Collor. Para quem gosta de bons produtos vindo da TV, este é de primeira.

- A História: making of, trazendo os depoimentos de atores, tanto atuais como de época, bem como de parte da equipe técnica. Trás um breve apanhado de todos os temas interessantes de se ver, como cenas de bastidores, erros de gravação, análise técnica, avaliação histórica. Tem 24 minutos e 30 segundos. Muito interessante.

- Outros Títulos: Comerciais de 30 segundos de outros 4 DVDs lançados pela Som Livre: Dona Flor (seriado), Presença de Anita, Cidade dos Homens e Anos Dourados.

Um bom produto, com boa qualidade técnica, produto feito para a televisão em 3 DVDs. Os extras são poucos, mas de boa qualidade. A Globo poderia começar a colocar um pouco mais do seu excelente arquivo de imagens a serviço dos extras dos DVDs.

Os menus são simples, mas adequados ao tema. Para quem viu a série e gostou, vale ter em casa. Para quem não viu, uma ótima oportunidade de saber que há algo bom feito na TV brasileira, acima de tudo uma correta lição de história.