CARLOTA JOQUINA, A PRINCESA DO BRASIL

 

Com Marieta Stevero, Marco Nanini, Ney Latoraca, Beth Goulard, Antonio Abujamara, Marcos Palmeira, Vera Holz, Thales Pan Cacon, Bel Kutner, Vera Holtz

 

Diretor

Duração

Produção

Carla Camurati

101 minutos

1994, Brasil

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Comédia

Europa Filmes

28/01/2005 (relançamento)

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Português (DD 2.0)
Inglês, Português, Francês, Espanhol

LETTERBOX / NÃO ANAMÓRFICO
Sinopse

Espanha, 1785 - Carlota Joaquina (Severo) uma infanta que foi prometida para D. João VI. aos 10 anos de idade recebe o retrato do seu futuro esposo e é obrigada a partir para Portugal levando consigo, somente sua herança familiar. Chegando em seu novo país, Carlota sofre uma grande decepção ao encontrar seu prometido... gerando muitas brigas, infidelidades e muitos filhos. Com a morte de D. José, herdeiro do trono português e a declarada insanidade de Maria I, Carlota Joaquina e D. João VI herdam a coroa portuguesa. Porém, assustados coma Revolução Francesa e a aproximação do exército de Napoleão, resolvem fugir para a sua colônia - o Brasil. Carlota Joaquina é uma produção esmerada que retrata a história do Brasil com requintes de época.

Comentários

Finalmente uma boa surpresa para o cinema brasileiro: Carlota Joaquina é um bom filme, que não precisava de desculpas ou justificativas. Um verdadeiro milagre como primeiro longa (ela fez dois curtas antes) da atriz Carla Camurati, que também funcionou como co-autora do argumento, do roteiro, produtora, diretora (além de fazer pontinha). Ela enfrentou dificuldades imensas para conseguir rodar um longa metragem numa época de impossibilidades de produção, ainda mais fazendo uma fita de época, com figurinos caros e outros problemas. Apesar disso, não se sente essa limitação do orçamento, inclusive porque ela rodou no velho casario de São Luís do Maranhão e optou por uma linha estilizada, principalmente ao retratar os velhos castelos portugueses e espanhóis.

Como desde o começo a linha não é realista não há problema. O filme poderia facilmente cair numa paródia ou na chanchada. Carla não permite isso, ela se equilibra na corda bamba, dando um tom de comédia, de exagero, sem nunca chegar a caricatura. O que é dificílimo mas bem sucedido. Tem-se a tentação de achar que parte do êxito se deve sem dúvida ao fato do filme ser basicamente falado em espanhol ou inglês. É que a história é narrada por um pai escocês contemporâneo para sua filha pequena, o tempo todo funcionando como narrador e comentarista dos fatos. Assim ele dá o distanciamento histórico necessário para entender os fatos, também a visão crítica (além disso a menina, Ludymila Dayer, que por sinal é ótima, também faz a Carlota Joaquina pequena).

O resto do filme é falado em espanhol porque Carlota era espanhola e se recusava falar português. Assim alguns falam português de Portugal com sotaque e só na parte final é que surgem alguns brasileiros sem sotaque (Na verdade, a parte mais discutível do filme seria a falta de sotaque escocês no narrador, o portunhol que os atores acabam falando. Mas é um preciosíssimo que o grande público não vai perceber). "Carlota" é basicamente um filme histórico que conta fatos reais, ou ao menos conforme relatos em livros. Nada é inventado ou mesmo exagerado. Isso torna ainda mais interessante os paralelos com o Brasil, várias ironias que o filme faz com prazer (o filme parece chegar na hora certa, não dá uma visão pessimista ou otimista do país). Marieta Severo faz bem o papel central, com toda fúria que o personagem lhe permite. Marco Nanini tem seu melhor momento no cinema fazendo um Don João fanático por frangos e mais sensato do que se imaginava (ele tem um belo instante de humanidade inclusive).

O resto do elenco fica numa posição secundária, sem acrescentar muito ou prejudicar. O importante é que o filme é muito bem sucedido, conta uma história real e pouco conhecida que ainda tem muito a ver. Carla Camurati sae-se com talento numa fita de alguns poucos defeitos (como o final precipitado), mas muitas qualidades. (Rubens Ewald Filho)

Extras

- Sinopse: texto dispensável.

- Diretora: curta biografia e filmografia em texto.

- Elenco: idem dos atores Marco Nanini e Marieta Severo.

- Depoimento: breve texto da diretora.

- Curiosidades: textos sobre “Carlota Joaquina”, Dom João VI” e a “Família Real”. Interessantes.

- Trailer

Críticas ao DVD

Um ótimo filme de época, que fez renascer o cinema nacional depois de um malfadado plano econômico. O DVD é simples, com boa imagem (embora não anamórfica, que respeita o formato de cinema, em widescreen, mas não permite que quem tem TV neste formato, apesar de uma minoria, tenha este privilégio, a não ser que a TV em questão tenha possibilidades de “zoom” de imagem). Os menus são simples, como os extras, que mereceriam um tratamento especial. Mas o filme vale por seu valor histórico, seja pela ressurreição do cinema nacional como pelo seu valo artístico. Qualquer “coisa” com Marco Nanini já vale a pena. Um DVD obrigatório numa coleção de DVDmaníacos.

Menus
Resenha publicada em 26/02/2005
Por REF (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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