CAZUZA - O TEMPO NÃO PÁRA

 

Com Daniel de Oliveira, Marieta Severo, Reginaldo Farias, Andréa Beltrão, Débora Falabella, Emílio de Mello, Leandra Leal, Maria Mariana

 

Diretores

Duração

Produção

Sandra Werneck, Walter Carvalho

96 minutos

2004, Brasil

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Drama, Musical

Sony Pictures

23/03/2005

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Português (DD 5.1 e DD 2.0)
Inglês, Português, Espanhol

Sinopse

"Instável e desafiador, mas também extremamente sedutor, Cazuza vivia sua confortável vida de garoto da Zona Sul sob a cerrada vigilância da mãe. Mas Cazuza queria muito mais. Ele queria tudo, ao mesmo tempo, em um agora permanente. Descobriu que a música era a melhor maneira de expressar essa urgência que não tinha começo, não tinha fim, não tinha foco. Junto com os Barões, Cazuza viaja, conhece o Brasil, vive novos afetos. Para atenuar a intensificação de conflitos familiares, é intimado a trabalhar com o pai, diretor de uma gravadora. Mas ele sempre quis viver cada vez mais intensamente, romper limites. O diagnóstico de que era portador do vírus HIV foi recebido pelo jovem artista com desespero, seguido da busca de novas formas de tratamento para uma doença que na época representava uma sentença de morte em curtíssimo prazo. E foi justamente sob esta condenação que Cazuza deu provas de uma coragem sem precedentes no país: expôs a doença e sua deterioração física, apresentou-se em público em shows comoventes, não abriu mão dos poucos prazeres que lhe restavam, disposto a viver o tempo que tivesse como sempre quis: fiel a si mesmo e aos seus sentimentos. No curto futuro duvidoso que viveu, Cazuza nunca mentiu para si mesmo ou para as pessoas que amava. Cazuza morreu em 1990 aos 32 anos."

Comentários

É sempre um risco se fazer uma biografia autorizada. Mas este não é o problema deste filme que, com bastante coragem, e até candura, não esconde a promiscuidade e a autodestruição do compositor e cantor Cazuza. Certamente eles acertaram no mais difícil. A escolha do ator para fazer o protagonista.

O pouco conhecido Daniel de Oliveira pode não ter o jeito de anjo do jovem Cazuza, mas tem garra, presença, uma figura dominante que segura os dois tempos do personagem, a primeira fase do sexo, drogas e rock n´roll e depois de uma hora, enfrentando a tragédia da Aids (o ator emagreceu e tem uma figura impressionante). É uma revelação de ator, que convence plenamente e se o filme for sucesso deve-se principalmente a ele (o rapaz também canta algumas poucas canções embora, na maior parte do tempo, sejam usadas as gravações originais do próprio Cazuza). As outras opções são menos felizes. A idéia dos realizadores de fazer o filme em Super 16 mm, com cores berrantes e contrastadas como se fosse um filme que o próprio Cazuza estivesse fazendo de sua vida, não chega a passar para o espectador. Esqueceram de nos avisar e a sensação é de um filme apressado, nervoso (todo em câmera na mão), superficial.

O problema maior é que o roteiro não deixa nada muito bem definido ou explicado.

De tal forma que os coadjuvantes - até feitos por atores consagrados - não tem falas ou muito pouco a dizer. Mesmo os pais de Cazuza têm uma dezena de cenas, onde repetem lugares comuns, sem chance de se explicarem ou se tornarem humanos. E só resultam porque ambos (Marieta Severo e Reginaldo Faria), são grandes atores e souberam passar, muitas vezes num mero olhar ou na postura, o que estão sentindo. Porque o filme em momento nenhum os ajuda. Mas tampouco está a favor de Cazuza, já que o personagem fica dizendo frases feitas (ao que parecem autenticas), que fora de contexto parecem artificiais, e dão uma impressão de que ele é apenas um garoto mimado, voluntarioso, como se o fato de ter talento poético, justificasse tudo e qualquer coisa.

Incomoda especialmente o erro de Emilio Melo que faz um caricato Ezequiel Neves (amigo e guru de Cazuza e que por sinal faz uma figuração ao lado de Emilio num show). Sem o brilho e humor do verdadeiro. Perdido num limbo, o jovem Daniel tem a ingrata tarefa de carregar o filme, o que geralmente consegue (há uma tentativa de inserir a vida de Cazuza num contexto histórico o que também resulta superficial e mal resolvido). Principalmente porque é impossível não se ter uma memória emotiva tanto em relação às canções hoje, até clássicas, quanto às vitimas da Aids (ao chorar por Cazuza estamos também de certa forma, chorando por nossos mortos). (Rubens Ewald Filho)

Extras

- Bastidores: clipe com seis minutos de cenas de bastidores de algumas cenas marcantes do filme, a se destacar as do Rock n´ Rio (tenho a fita da gravação do show, a reprodução está muito boa) e a do último show, com depoimento de Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, que faz uma ponta no filme.

- Cenas Selecionadas: dispensável e inútil extra, indo através de um menu para 5 cenas (ok, importantes) do filme.

- Making of: um interessante documentário, com depoimentos importantes que nos trazem novas informações sobre o filme, além de testes de elenco (onde fica comprovada a incrível semelhança e competência de Daniel de Oliveira), ensaios, a escolha do elenco para fazer (realmente) parecer que era o Barão Vermelho, entre outros assuntos mais técnicos como a fotografia, a direção de arte e som etc., tem mais cenas de bastidores, embora algumas estejam também no extra “Bastidores”. Mas as cenas de Cazuza nos remetem a uma lembrança inesquecível. Com 15 minutos.

- Trailer Teaser

Críticas ao DVD

Um DVD bastante louvável, seja pelo filme brasileiro acima da média como pelas sua qualidade técnica: imagem perfeita, em wide, com cores vibrantes e áudio envolvente, nos seus 5.1 canais. Os menus, animados com cenas do filme e áudio, são bastante sugestivos. Os extras são modestos, mas interessantes. Um DVD perfeito para quem viveu os anos 80 e 90, com a eterna presença de Cazuza. Para as novas gerações (ou as mais antigas e conservadoras) um DVD obrigatório. Alugue, empreste, compre. Só não pirateie.

Menus
Resenha publicada em 23/04/2005
Por REF (filme) e Edinho Pasquale

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