Cim: Luciano Huck, Wanessa Camargo, Pedro e Thiago, Maurício de Sousa, Fernanda Lima

SINOPSE

O primeiro grande trunfo de Cinegibi, o filme: turma da Mônica (2004), produção de Maurício de Sousa dirigida por José Márcio Nicolosi, é a inteligência da armação de seu roteiro; costurado em cinco episódios (Em busca do nariz de Isabelle, Concurso de beleza, Um amor dentuço, O caça Sansão, Irmão Cascão), um pouco à maneira de certas realizações italianas que vêm desde o neo-realismo e chegaram às comédias dos anos 60 e 70, a narrativa nunca se dispersa, se fragmenta, mantendo uma surpreendente unidade de filmar. Até o uso de gente famosa para aparecer no topo de cada “conto cinematográfico” (o apresentador televisivo Luciano Hulk, a cantora Vanessa Camargo, a modelo Fernanda Lima, os cantores Pedro e Thiago, o próprio criador da Mônica Maurício de Sousa brincando com sua paixão por teatrinho de sombras), uso de evidentes intenções comerciais, não impede que Cinegibi conserve uma esperta inteireza fílmica.

Na verdade, a obra de Nicolosi e Maurício é também uma homenagem à paixão pelo cinema. A turma da Mônica a cada fragmento é vista, juntamente com muitas crianças, sentada em poltronas para ver a nova história de gibi a ser introduzida numa estranha máquina de projetar. Bem dialogado, impondo os sentimentos com delicadeza, Cinegibi é algo que eu preferiria recomendar às crianças brasileiras a vê-las debruçarem-se sobre estrangeirismos contemporâneos como Homem-Aranha 2 ou Shrek 2. Um pouco uma questão de resistência cultural. (Eron Fagundes)

- Vamos ao Cinema: quase que mais um episódio do filme, nos seus 5 minutos de duração, bem legal para as crianças. Um bom complemento com várias animações interessantes de paródias de filmes em geral.

- Por Trás das Câmeras: um making of divertido e bem produzido, com pouco mais de 13 minutos, mostrando todo o processo de criação e produção, com muitas curiosidades e cenas de bastidores. Bom para todas as idades.

Um excelente título nacional, com material bem brasileiro, reconhecido internacionalmente. É de certa forma pioneiro, com uma boa qualidade de imagem (só não dá pra entender o porquê da imagem estar em “letterbox”, ou seja, tem o mesmo formato de cinema mas não otimizado para quem tem TVs neste formato. Para quem tem TV convencional, nada seria alterado, pois a imagem é apresentada com as “barras” acima e abaixo). O áudio está bem interessante, nas versões para quem tem ou não um home theater. Os extras de tamanho bom, ou seja, interessantes, mas nada excepcionais. É importante ressaltar a versão do filme com a imagem de uma tradutora de sinais para surdo-mudos. Um DVD que certamente diverte, com um conteúdo bem brasileiro. Palmas para a Paramount, que apostou em Maurício de Sousa (apesar de seu narcisismo). Mas vale ter em casa, as crianças irão adorar.