Carolina está em crise com o casamento, com
a casa vazia, com a idade e passa a questionar seu
percurso, suas opções e expectativas.
Através de um confronto e diálogo com
a jovem que foi aos 18 anos, ela revive os sonhos
do passado e as possibilidades de ter seguido outros
rumos. Na maturidade, Carolina tem o privilégio
de rever a sua própria história e se
reencontrar no que foi, no que não foi, e
no que poderia ter sido - ao lado ou longe do grande
amor de sua vida.
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Aqui, o passado se encontra com o futuro – e
não estamos falando da novela “O Clone”.
Estamos tratando de uma produção nacional
muito bem feita, onde as matizes dos anos 60 são
revividas pela personagem Carolina (Marieta Severo)
no corpo da jovem atriz Débora Falabella.
Na
linha deste filme, o cinema nacional já criou
muito (vide Bossa Nova, Sexo
Amor e Traição, Avassaladoras): o Rio de Janeiro como cenário,
a boa e velha cena romântica do aeroporto,
os diálogos no estilo “toma-lá-dá-cá” que
lembram os textos de Luis Fernando Veríssimo.
Entretanto, A Dona da História tem algo de
diferente, seja pelo enredo mais envolvente – porque
ficamos ansiosos com o desfecho da trama – seja
pela qualidade dos protagonistas. O jovem Luis Cláudio,
namorado de Carolina, é muito bem interpretado
por Rodrigo Santoro, e nem parece o mesmo rico personagem
quando aparece na pele de Antônio Fagundes,
já como marido.
A
trilha sonora também corresponde às
expectativas. Há uma interpretação
de “Guantanamera” feita pelo próprio
Rodrigo Santoro, e Sandy empresta sua doce voz para
a música “Chovendo na Roseira”,
que aparece tanto no menu principal, quanto nos créditos
finais.
Embora
seja um filmezinho leve e gostoso para aquele sábado à noite
sem programação especial, ao contrário das outras “obras
cinematográficas” acima citadas, tem uma nota de melancolia, por
questionar as decisões que tomamos no calor da emoção e
por imaginar a influência que elas teriam num futuro de 30 anos – não
tão distante, diga-se de passagem.
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Mesmo que seja uma produção nacional
e lançamento para as locadoras, pelo menos
quem aluga merecia um produto melhor. Nem mesmo o
formato de tela original foi respeitado. Menos mal
que a qualidade digital do áudio e da imagem
foi preservada. Acredito que outra versão
deste DVD está sendo preparada, com extras
e em widescreen. Por fim, a ausência de legendas
prejudica até a sua comercialização
para os países latinos e integrantes da Região
4.
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