Roberto
Carlos em Ritmo de Aventura é o primeiro filme
de uma trilogia que Roberto Carlos atuou. Os outros
dois são Roberto Carlos e o Diamante
Cor de Rosa e Roberto Carlos a 300
Quilômetros por
Hora.
Apesar
de ser uma história bem sessão
da tarde eu acho muito divertida, justamente por
causa do sucesso que Roberto Carlos já fazia. É claro
que na época que o filme saiu eu nem havia
nascido, mas vim a assistir depois de muitos anos
e achei que Roberto Farias fez um filme de aventura
bem diferente para os filmes brasileiros da década
de 60, (época do cinema novo) mas que funcionou
principalmente como puro entretenimento e para promover
mais ainda o sucesso do Rei. E Roberto Carlos se
saiu bem como o mocinho aventureiro, cercado de belas
garotas. Lembra até um poucos os filmes de
Elvis Presley, cheios de aventuras, sem grandes pretensões.
As
músicas também são umas das
melhores de Roberto entre elas: "Eu Sou Terrível",
"Como é Grande o Meu Amor por Você",
"Quando", "De que Vale Tudo Isso". Inclusive a trilha
sonora
foi relançada junto com os outros álbuns
do Roberto Carlos e para quem gosta do cantor vale
a pena adquirir o CD que saiu pela Columbia.
O
filme conta também com a presença
de Reginaldo Faria no papel do diretor de cinema
e de José Lewgoy que está ótimo
como o vilão. (Clarissa Kuschnir)
Apenas
mais alguns comentários de alguém que
viveu esta época: estávamos em plena
ditadura, devido ao Golpe de 64, onde os
militares assumiram o poder. Este contexto é muito
importante, pois nós, jovens daquela época
(eu, na verdade, criança) podemos dar uma
idéia de que o que era permitido ou simplesmente
proibido (que só sabíamos nas entrelinhas,
pois nada era muito revelador). A Jovem Guarda era
o que nos "restava", pois o tropicalismo
já começara a ser banido, com os exílios
de Caetano Veloso, Gil, entre muitos outros, bem
na época dos Festivais de música e
de plena proibição da livre opinião.
Não quero transformar esta crítica
em uma resenha política, mas era inevitável
que, para crianças "comuns" (leia-se,
de pais que não "militavam" contra
a ditadura), Roberto Carlos e Cia. eram um ícone
para a nossa juventude. Era o que havia de novo,
embora hoje, reconhecemos o importante
papel que fez com que este movimento nos fosse uma "alternativa",
mesmo que inconsciente, do que de fato acontecia.
O filme, apesar de "leve", era importante
neste contexto. Como filme, resta a curiosidade de
uma geração que, embora tolhida, ainda
tentava se expressar de alguma forma, mesmo que de
maneira simplista, pois a Jovem Guarda, embora de
maneira "velada", acabava dando os seus "recados". (Edinho
Pasquale)
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