HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES

 

Com: Ana Maria Mainieri, André Arteche, Pedro Furtado, Julia Barth, Victória Mazzini, Marcelo Aquino, Antônio Carlos Falcão

 

Diretor

Duração

Produção

Pedro Furtado

75 minutos

2002

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Comédia

Columbia

ago/2003

Cotação:

Sinopse

Ele é um rapaz ingênuo em busca do primeiro amor. Ela está guardando dinheiro para viajar para a Austrália. Juntos, eles vão viver uma grande paixão. Se você acredita na força do destino, no poder do amor e nas sinopses dos filmes, vai ter algumas surpresas.

Comentários Sobre o Filme

A VERÃO NO CINEMA GAÚCHO - Talvez o crítico Luiz Carlos Merten tenha razão ao afirmar, em seu livro A aventura do cinema gaúcho (2002), que o curta-metragem Ilha das flores (1989), de Jorge Furtado, é a mais importante realização cinematográfica gaúcha até hoje. Divertido e cerebral, simples e inventivo, aquele filme curto de Furtado é o de um Alexander Kluge (diretor alemão) gaúcho.

Em seu primeiro longa-metragem Furtado realiza uma obra aparentemente diferente de toda aquela chuva de pensamentos que é Ilha das flores. Houve uma vez dois verões (2002) abdica dos preciosismos de pensador para se entregar a um exercício de comunicação com o público; mas nesta comunicação Furtado não permite que a inteligência de filmar fique no armário; seu trabalho é comunicativo (tendo dirigido só curtas, ele demonstra sua habilidade para segurar um ritmo narrativo mais longo) mas jamais derrapa em concessões exclusivamente comerciais.

A excelência da direção de atores do cineasta logra extrair uma aparência de espontaneidade do elenco de jovens; é igualmente admirável a precisão e a ironia que transparecem na maneira como Furtado coloca na tela o específico modo porto-alegrense de falar, penetrando em minúcias do jeito de dizer os diálogos cuja naturalidade só pode ser atingida à custa de muito suor de ensaio ou acertada inspiração.

O receio crítico dos admiradores de Ilha das flores é questionar por que um realizador tão fortemente analítico faria uma comédia suave como Houve uma vez dois verões. Seguramente o desenho de caracteres é necessariamente superficial: a herança da maneira de ver a juventude porto-alegrense estabelecida pelo clássico Deu pra ti, anos 70 (1981), de Nelson Nadotti e Giba Assis Brasil, está tenuemente presente. Mas aqui ocorre uma ruptura entre o auto-retrato da geração 70 e o retrato mais distanciado que Furtado (pertencente à geração dos anos 70) compõe dos jovens que abrem o terceiro milênio, a geração dos joguinhos eletrônicos, a geração de seu filho Pedro Furtado, que interpreta uma das personagens.

Na verdade, Houve uma vez dois verões é um debruçar-se incisivo sobre as pirações da juventude. Falando da juventude de hoje em Porto Alegre, Furtado alastra a abrangência de seu filme, pois os jovens sempre se parecem em qualquer época e lugar. A tolice da juventude está toda no filme. E sua superficialidade também. Se isto pode contaminar aqui e ali a realização, é igualmente fonte de sua possível perenidade. (por Eron Fagundes)

Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Português (DD 5.1 e 2.0)
Inglês, Francês e Espanhol


Extras

- TRAILER

– MAKING OF (cerca de 10 min., com depoimentos do elenco e diretor, algumas cenas de trás das câmeras, nada de especial)

– COMENTÁRIOS (entrevistas em separado com diretor, produtoras executiva e atores; segue o que se viu no making of)

– FICHA TÉCNICA

– FILMOGRAFIA DO DIRETOR (atualizada até 2003 mais uma minibiografia)

– ELENCO (só os nomes e fotos)

– TRILHA SONORA (12 músicas por completo, como fosse ouvir o cd da trilha sonora, além das letras e com cifra a música ‘Calor da Hora’)

- WEBLINK

Críticas ao DVD

Com um menu bem bacana, lembrando um fliperama, o DVD tem o mérito de trazer o áudio em 5.1 canais e a opção de escolher o formato de tela, widescreen ou tela cheia. Os extras são razoáveis, exceto pela excelente idéia de trazer a trilha sonora completa – e que é muito boa, por sinal. Vale muito mais que uma locação, tenha certeza.

Resenha publicada em 01/10/2003
Por Eron Fagundes e Marcelo Hugo da Rocha   

 



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