O ALFAIATE DO PANAMÁ (Taylor of Panama)

Com: Geoffrey Rush, Pierce Brosnan, Jamie Lee Curtis, Leonor Varela, Brendan Gleeson. Direção: John Boorman. Gênero: aventura Duração: 110 minutos. Produção: 2001. Estados Unidos/Irlanda. Distribuidora: COLUMBIA. Legendas: Inglês, Português, Espanhol, Chinês, Coreano e Tailandês Áudio: inglês, português e espanhol em Dolby 5.1 e inglês Dolby Surround 2.0. Vídeo: Widescreen 2.35. Região 4.

Sinopse
Andy Osnard é um agente inglês sedutor e implacável que foi expulso do Panamá, mas ele tem uma arma secreta: um ex-presidiário londrino chamado Harry Pendel, que foi para o Panamá e se tornou um próspero e poderoso alfaiate. Harry é quem faz as roupas dos generais panamenhos. Então, Andy o recruta para ouvir as conversas dos militares enquanto trabalha. Mas Harry não é exatamente quem parece ser: na realidade, ele também é um espião. O filme se passa em 1999 - época da devolução do Canal do Panamá, que até então estava sob controle dos Estados Unidos - para o governo panamenho. "O Alfaiate do Panamá" é baseado na obra de John Le Carré, que foi considerado pela revista Time como o maior escritor de espionagem de sua época.
Comentário

Interessante filme da filmografia do diretor inglês JOHN BOORMAN, realizador de ESPERANÇA E GLÓRIA (87) e AMARGO PESADELO (72), como também do ator GEOFFREY RUSH, da qual estamos acostumados em vê-lo em papéis mais "sérios". Na verdade, gostei mesmo em ver PIERCE BROSNAN num personagem bem sem escrúpulos, diferente do gentleman de James Bond. Segue que é uma atípica produção de espionagem, que se perde em algumas questões políticas, enrolada em diversos momentos e quase nula ação. Porém o divertimento é garantido pelas mentiras que se desencadeiam até quando se torna inevitável a armação dos protagonistas.

Há muitas críticas quanto ao desejo protecionista (ou seria intervencionista) americana em países do terceiro mundo, como o Panamá. Carrões importados contrastam com as imagens de pobreza do país, além da prostituição e do folclore exótico do povo sul-americano (para os conterrâneos do Tio Sam verem). Incluem aí as falcatruas e jogo de interesses do baixo escalão do governo americano e britânico (!!!). O filme é baseado no livro de John Le Carré, adaptado por um dos diretores do time de contestadores da política externa americana (liderados por Oliver Stone) - que acabou sendo indicado ao Urso de Ouro de Berlim pela direção, que ainda tem O GENERAL (98), INFERNO NO PACÍFICO (68), MUITO ALÉM DE RANGUN (95) e EXCALIBUR (81) em sua filmografia.

Para finalizar, creio que a censura de "14 anos" (indicada no DVD) é prematura, uma vez que há excesso de cenas de sexo, mesmo que indiretamente (como a bela seqüência da dança e a boa tirada na conversa entre Rush e Brosnan num prostíbulo com uma cena de sexo bem ao fundo). E outros detalhes devem ser ditos para não passar desapercebido: a voz de Caetano Veloso cantando em inglês ("Let's face the music & dance") e o erro grave constatado por volta de 1h34min (facilmente perceptível com o engenho do DVD) quando o morto abre as mãos voluntariamente para serem repousadas no peito...(mérito ao meu pai quem percebeu)...

Informações Especiais - Extras

Comentários em áudio do diretor - Final alternativo (ainda bem que ficou de fora) - Entrevista com Rush e Brosnan sobre a produção (algumas cenas de bastidores, 24 min.) - Trailers (do filme e "Os Miseráveis") - Filmografias (do elenco e direção, títulos em inglês).
Críticas ao DVD

A qualidade da imagem e som, sem reparos. O "porém" é a ausência de legendas nos extras. A distribuidora COLUMBIA tem deixado passar este "detalhe" para os seus títulos, exceto para os filmes que encabeçam o serviço de publicidade - não é o caso aqui.
Por  Marcelo Hugo da Rocha      

Seu comentário
 

Nome:

Autorizo a publicação.
  Email: Não autorizo.