Ibrahim (Sharif) é um velho comerciante muçulmano
que dirige uma mercearia
em plena zona de prostituição na efervescente
Paris dos anos 60. O filme foca a lenta amizade que
nasce entre ele e um garoto solitário judeu
Momo (Pierre Boulanger), em especial depois que o
pai dele vivido por (Gilbert Melki) o abandona. A
grande qualidade desta obra é o fatoenbsp;da
admirável tolerância entre estes representantes
de etnias rivais ser tratada com a mesma naturalidade
que, por exemplo,o despertar sexual de Momo junto às
prostitutas, sem qualquer discurso sensacionalista.
Delicado e perspicaz, o filme envolve o espectador
com uma participação muito especial
e bem disfarçada de Isabelle Adjani, no papel
de uma diva de uma produção de Nouvelle
Vague rodada naquela vizinhança.
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Já acusei Omar Sharif de muitas coisas, mas
nunca de ser bom ator. Claro que é um homem
de charme, elegância, presença, até carisma.
Mas talvez até por causa de seu tipo sorumbático,
sinistro, ficou limitado a interpretar playboys e árabes
(embora tenha sido até oficial nazista em
A Noite dos Generais, um dos grandes erros de escolha
de elenco de todos os tempos). E com o tempo foi
se desinteressando, preferindo o jogo ao cinema.
Seu
retorno agora num bom personagem e num filme - que
faz tempo ameaçava estrear - Uma Amizade
sem Fronteiras - é bem-vindo principalmente
porque traz a melhor interpretação
de sua carreira, num filme que faltou pouco para
ser excepcional. Os elementos estão ali no
que parece ser, a adaptação de uma
história real.
Um
garoto judeu (Pierre Boulanger), já adolescente,
que mora numa rua pobre de Paris, onde há muita
prostituição. Vive com o pai infeliz,
tentando quebrar o galho para sobreviver e fazer
a comida de casa.
Por
isso, aos poucos vai ficando amigo de um mulçumano,
na verdade turco (Sharif) que é o dono de
uma lojinha de conveniências como se chama
hoje, no bairro. Passa pelos problemas de sempre
(a namoradinha que o despreza por outro, a iniciação
com uma prostituta simpática), mas aos poucos
os dois, apesar das origens diferentes, acabam ficando
amigos. Quase pai e filho, de tal maneira que vão
juntos numa viagem até a Terra Natal do velho
Ibrahim. Sem nunca ser sentimental, o filme tem um
final meio melancólico (esperava ao menos
que o garoto tivesse um destino mais ambicioso) mas
se defende bem, contando uma história humana
com algumas curiosidades (como por exemplo, uma aparição
de amiga de Isabelle Adjani, que fazia um tipo estrela
dos anos 50, meio BB, que rodava cena no bairro).
Vale por ver Sharif melhor do que nunca.
(Rubens Ewald Filho)
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logo no início do DVD, há os
trailers de “Bon Voyage” e “As Bicicletas
de Belleville”
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Comentário em Áudio de Omar Shariff
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Trailer de Cinema
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Trailers: de “Adeus, Lênin”, “Bon
Voyage”, “Monster – Desejo Assassino”, “The
Company” e “As Bicicletas de Belleville”.
Nenhum
trailer é legendado.
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Tecnicamente bom, com ótima qualidade de imagem,
sem problemas de compressão e transferência
para o formato, com áudio no idioma original
em bem divididos 5.1 canais. Mas não há a
dublagem em Português. Aliás, no nosso
idioma, só as legendas do filme. Não
há uma tradução do menu nem
tampouco legendas nos extras. Claro que tudo avisado
na embalagem, para que não se tenha problemas
de não termos sido avisados. Mas que ainda é falta
de respeito, lá isso é. O estranho
é ter como trailers filmes já lançados aqui por outras
distribuidoras. Mas esqueça
tudo isso se você quiser apenas assistir a
um bom filme.
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