AMOR À FLOR DA PELE (In the Mood for Love)

 

Com Tony Leung, Maggie Cheung, Ping Lam

 

Diretor

Duração

Produção

Wong Kar-Wai

98 minutos

2000, Hong-Kong

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Drama, Romance

Versátil

08/12/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Cantonês (DD 5.0)
Português

Sinopse

Dirigido com maestria pelo renomado Wong Kar-Wai (Felizes Juntos), Amor à Flor da Pele é uma obra-prima de visual arrebatador. Hong Kong, 1962. Um jornalista muda-se, com a esposa, para um novo apartamento. No local, conhece uma linda mulher casada. Aos poucos, eles se tornam amigos e descobrem que seus respectivos companheiros estão tendo um caso. Vencedor do Prêmio Técnico e de Melhor Ator no Festival de Cannes, Amor à Flor da Pele é uma inesquecível história de amor, com figurinos, direção de arte, trilha sonora e fotografia de grande beleza plástica. Obrigatório para cinéfilos de bom gosto.

Comentários

A revisão de um filme tão rico quanto Amor à flor da pele (2000), do chinês Wong Kar-Wai, serve para que o espectador concentre sua atenção nos detalhes da encenação, aprofundando-os. O rigor dos planos e de montagem pode ser apreciado a cada fotograma. O homem e a mulher estão à mesa, a câmara fixa os pratos repletos de comida, movimenta-se dum prato para outro, retorna ao primeiro prato, acompanhando os gestos alimentares das mãos das personagens sem que a habitual progressão dramática dos filmes comuns aconteça.

Kar-Wai refaz, à sua maneira, o cinema interiorizado e metafísico de Michelangelo Antonioni. Seu senso do espaço cinematográfico é tão admirável quanto o do realizador italiano. O momento do corte casa-se com o ângulo do quadro que se adequa ao movimento de câmara que fecha com o diálogo e o gesto do ator. A cor e a música sublinham a estilização da imagem.

Kar-Wai conta uma história de adultério com bastante sutileza. A revelação de que os cônjuges dos protagonistas têm um caso é feita de maneira lenta e elíptica, as coisas são mais sugeridas do que ditas ou mostradas. Trata-se de um dos raros filmes de adultério que não tem abraços nem beijos: muito menos cenas de cama. O caso de amor entre os protagonistas é platônico: não se materializa. É uma daquelas relações pessoais complexas que de quando em quando bate no espírito humano. Amamos profundamente o outro sem tomar atitude alguma.

As abstrações da parte final da narrativa, com a inserção dum plano histórico (a visita do general DeGaulle ao Camboja) e imponentes ruínas pelas quais transita a personagem do homem, alargam os limites da experimentação cinematográfica de Kar-Wai. Os letreiros inseridos no início e depois no fim do filme remetem ao procedimento do francês Jean-Luc Godard, cuja fragmentação de filmar esteve mais próxima dos filmes anteriores de Kar-Wai.

Como dizem as frases finais colocadas na tela, Amor à flor da pele dá a impressão de alguém que espia, por uma janela embaçada, algo que não pode tocar. Este algo é sempre o passado: época passada caracterizada pela cena (documental) de DeGaulle no Camboja. Os intersticiais planos de um grande relógio são irônicos: o tempo que interessa a Kar-Wai não é o do relógio; é o tempo interior, a metamorfose do espaço cinematográfico em algo interior, psicológico, metafísico, que não se pode tocar – embaçado.

Extras

- Cenas Inéditas: duas cenas, uma com quase 8 minutos (Quarto 2048) e outra com quase 9 minutos (Os Anos 70).

- Trailer de Cinema (legendado)

- Making Of: um até “difícil de se encontrar” documentário sobre o filme em se tratando de produções não americanas. Completo, com mais de 50 minutos, aborda bons e curiosos aspectos do filme, em Cantonês com legendas.

- Galeria de Fotos & Arte: dividido em “Fotos de Cena” (56 imagens), “Bastidores” (13), “Arte Promocional Não Utilizada” (22) e “Pôsteres Oficiais” (8, em vários idiomas). Bacana! E, como todos os demais, legendados!

- Biografia ilustrada de Wong Kar-Wai: sete páginas com um bom texto sobre o Diretor, assim como sua filmografia selecionada. Só não deu pra entender o porquê do “ilustrada”, já que há apenas uma foto.

- Biografias do Elenco: Textos básicos (bons) sobre Maggie Cheung e Tony Leung, com suas filmografias selecionadas.

Críticas ao DVD

Um filme diferente para os padrões, sensível e interessante, numa edição bastante caprichada. É raro ver filmes distribuídos pelas “menores”, como a Versátil, que tem tentado primar pela qualidade de seus filmes. Neste, tanto a qualidade técnica do DVD quanto a dos menus e extras são muito legais. Se você é fã de cinema, acima de tudo, este é um DVD obrigatório na sua DVDteca. Se você quer experimentar um filme oriental, muito legal mas fora dos padrõEs americanos, é uma boa pedida. Se você gosta apenas de Rambo e de “blockbusters americanos, fica difícil. Mas não custa experimentar!

Menus
Resenha publicada em 28/12/2004
Por Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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