ANJO EXTERMINADOR, O (El Ángel Eterminador)

 

Com Silvia Pinal, Enrique Rambal, Luis Beristáin, Augusto Benedico, Antonio Bravo, Claudio Brook

 

Diretor

Duração

Produção

Luis Buñuel

95 minutos

1962, México

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Clássico

Versátil

06/10/2003

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Espanhol (DD 1.0)
Português

Sinopse

Apresentado em impecável versão totalmente restaurada e remasterizada, O Anjo Exterminador é uma das grandes obras-primas do mestre do surrealismo Luis Buñuel (1900-1983), diretor de A Bela da Tarde, O Discreto Charme da Burguesia, entre outros filmes geniais. O ponto de partida do roteiro é dos mais originais da história do cinema. Depois de festa de gala, os ricos convidados, por uma razão inexplicável, não conseguem deixar o local. Conforme os dias, as horas e as semanas se passam, a situação piora. As máscaras e convenções sociais começam a ruir, revelando a falsidade e podridão de cada pessoa. O Anjo Exterminador é um daqueles filmes para toda a vida. Essencial na coleção de qualquer cinéfilo.

Comentários Sobre o Filme

Em O anjo exterminador, o cineasta espanhol Luis Buñuel realiza uma de suas obras mais radicalmente surrealisats, não o surrealismo sutil e de ritmo mais clássico dos trabalhos que assinou no fim de sua filmografia, como Tristana (1970) e Esse obscuro objeto de desejo (1977). Em O anjo exterminador a sucessão de eventos estranhos (um pesadelo) interfere na aparente tranqüila beleza da imagem criada pelo fotógrafo Gabriel Figueroa; esta imagem está um pouco deformada pelos solavancos surrealistas de Buñuel. Apesar de originar-se dos retratos burgueses intelectuais europeus praticados por diversos cineastas nos anos 60 (o italiano Michelangelo Antonioni, o francês Robert Bresson, o polonês Roman Polansky, os franceses Jacques Démy, Jean-Luc Godard e Louis Malle), a burguesia que topamos em O anjo exterminador é a de um espelho distorcido, exagerado, uma sub-realidade.

Encarcerados numa mansão da rua Providência (a primeira imagem da narrativa mostra uma placa com o nome da rua; depois a câmara se afasta para revelar o movimento da rua àquela hora da noite), um grupo de burgueses descobre que, passada um período noturno integral, não consegue sair de casa. O clima claustrofóbico torna a narrativa aos poucos asfixiante, especialmente quando expõe os delírios das personagens (uma mulher, sozinha no escuro, vê uma mão andar pela sala) e sua violência (uns culpam os outros pela situação em que vivem).

Fugindo a qualquer tentativa de metaforizar as coisas racionalmente (seria a casa símbolo da prisão burguesa? seria a prisão um símbolo religioso do inferno, como deixa entrever o aparecimento de ovelhas e um urso e a missa final, em que os padres se perguntam por que depois de todos os fiéis terem ido embora eles, padres, permanecem?), Buñuel tenta atingir o irracional da emoção das pessoas.

Como acontece com todos os clássicos, O anjo exterminador deixou seu rastro de influência. O processo de repetição de cenas na montagem foi reaproveitado por outro espanhol, Carlos Saura, em Elisa, vida minha (1977). Quase ao cabo de O anjo exterminador irrompe na faixa sonora uma multidão de vozes e uma destas vozes, de criança, sussurra: “Não tenho sono”. Esta frase seria seguidamente repetida pela pequena Ana Torrent ao longo da narrativa de Cria Cuervos (1976), um dos grandes filmes de Carlos Saura. (por Eron Fagundes)

Extras

- Trailer de Cinema (3 minutos e 45 segundos)

- Galeria de Pôsteres: na verdade, quase que uma filmografia do diretor, com muitos pôsteres originais de cada filme citado. Para quem aprecia a arte destes pôsteres, alguns são verdadeiras obras de arte.

- Biografias: de Luis Buñuel (17 paginas com um ótimo texto, incluindo uma filmografia selecionada) e Gabriel Figueroa (idem, com 15 páginas).

Críticas ao DVD

Mais uma obra importante do cinema mundial, devidademente remasterizada (imagem muito boa) e com o som original, mas de boa qualidade.

Os menus são adequados, assim como os extras (não há de se esperar muito do circuito fora Hollywood, dos grandes estúdios), com o trailer original devidamente legendado e bons textos.

Mais um DVD para cinéfilos, para colecionar ou ao menos "saber do que se trata", pois é uma impórtante obra da escola surrealista.

Menus
Resenha publicada em 21/10/2003
Por Eron Fagundes e Edinho Pasquale

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