Charlton Heston traz uma presença física e moral irrepreensível na pele de Judah Ben-Hur, um judeu de família nobre na Palestina, cuja heróica odisséia inclui a escravização pelos romanos, uma arrojada fuga de uma galé em meio a uma sangrenta batalha, a vingança contra seu algoz durante uma furiosa corrida de bigas e um devoto encontro com Jesus Cristo. Uma carismática performance de Heston rendeu-lhe o Osca de Melhor Ator - a produção ainda faturou a estatueta de Melhor Filme de 1959, com o lendário William Wyler colecionando o seu terceiro prêmio de Melhor Diretor - e o filme tornou-se o recordista de Oscars da história do cinema - 11 estatuetas - até ser equiparado com TITANIC, em 1997.

Esta obra-prima dispensa quaisquer comentários ou será que assusta um crítico medíocre? A verdade é que esta produção consumiu mais de 8 mil extras, 100 mil figurinos, "zilhões" de dólares, e muita, mas muita paciência da MGM, quase seis anos de filmagens. Antes desta mega-produção, existiram outros "Ben-Hur": em 1907 e 1925. O primeiro, tem apenas 15 minutos. E, o segundo, uma grande produção, que consumiu o maior orçamento da época. Ou seja, em comum está a pomposa produção da mesma fonte: o livro do Gen. LEW WALLACE. Muitos acreditam que este personagem encontra-se na Bíblia, pelo fato de que há passagens literais dos Evangelhos. Mas não passa de ficção. As cenas que Judah Ben-Hur cruza com Jesus são carregadas de emoção, muito mais interessantes que muitos filmes bíblicos por aí. A cena das corridas de bigas é extraordinária, mas não é a única do filme (será que George Lucas não a teve como referência para a corrida de pods no Capítulo I de Star Wars?) Realmente, de uma grande produção como esta, não tem muito o que se falar, não é?

DISCO 2: Notas de elenco e produção, comentário em áudio de Charlton Heston, Making-Of, testes, galerias de foto, teaser e trailer de cinema e premiação. As notas de elenco e produção estão atualizadas, incluindo filmografia. O comentário em áudio tem acesso fácil, e tem a opção de movimentar-se pelo filme através de uma flecha que aparece na tela. Sim, está em inglês. O Making-Of é um longo documentário, entitulado "O Making-Of de um Épico", que tem cerca de 1 hora. Mas pode-se escolher pelo menu as cenas de maior interesse (no total, 20 cenas). O documentário é narrado por Christopher Plummer, ator com uma filmografia respeitável, visto ultimamente em "Drácula 2000" de Wes Craven. NÃO HÁ LEGENDAS, o que torna restrito este magnífico Making-Of. Nele encontramos imagens e histórias dos dois primeiros BEN-HUR, aonde a ficção e realidade se cruzaram, como a destruição dos barcos que participaram do combate entre os romanos e saqueadores, seguindo dos ferimentos nos atores e extras, além dos acidentes reais na corrida de bigas. Neste documentário temos entrevistas com os envolvidos na produção, fotos, imagens de arquivos, incluindo comentários sobre os efeitos especiais, costumes e tomadas de pré-produção, histórias envolvendo o filme, sobre a trilha sonora, a escolha do "casting", imagens da época do lançamento nos cinemas, inclusive a premiação do Oscar e discurso de Heston. Também há um grande relato sobre a corrida de bigas, com comentários de um dublê sobrevivente. Os testes têm por volta de 8 minutos, e tem uma cena com os pretendentes Cesare Danova (ator italiano) e Leslie Nielsen (sim, o protagonista dos filmes-paródias) nos papéis principais. As galerias de fotos são extensas, e trocam sozinhas. Os longos trailers do filme. E para completar, as premiações (notas).

Há 3 pontos negativos a serem comentados: o primeiro é quanto ao armazenamento do segundo disco na caixinha da WARNER; e o segundo, quanto a ausência de legendas nos extras; e por fim, não tem dublagem em português. O segundo DVD fica preso à caixa de papelão, à mercê de perder a sua forma sob qualquer amassão. Os DVDs duplos da WARNER são assim. Mas a ausência de legenda é o "fim da picada". Como já foi dito, restringe depois o lançamento, da mesma forma, a ausência de áudio em português, pois BEN-HUR é um filme de sessão "família". Vá entender o que se passa na cabeça deste pessoal... Só mais uma nota: a Revista SET, na edição de junho, ao comentar o DVD, referiu-se " o DVD de dupla camada, que precisa ser virado para rodar a segunda parte na maioria dos aparelhos". É mentira. Não foi o DVD da região 4 que eles comentaram, até porque não se referiram sobre a ausência de legendas dos extras... Por favor, então que não comentem!