OS BOAS-VIDAS (I Vitelloni)

 

Com Alberto Sordi, Leopoldo Trieste, Franco Interlenghi, Franco Fabrizi, Ricardo Fellini

 

Diretor

Duração

Produção

Federico Fellini

109 minutos

1953, Itália/França

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Clássico

Versátil

15/10/2003

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Italiano (DD 2.0)
Português

Sinopse

Os Boas-Vidas é considerado o primeiro grande filme dirigido por Fellini. Numa pequena cidade da Itália, cinco jovens amigos são típicos "vitelloni" (inúteis): vivem uma vida boêmia repleta de bebidas e mulheres. Sem perspectivas, cada um deles encontra um modo de escapar da monotonia da vida provinciana. Com belíssima música de Nino Rota, Os Boas-Vidas conta com ótimo elenco, com destaque para o inesquecível Alberto Sordi (Abismo de Um Sonho), Franco Interlenghi (Vítimas da Tormenta) e Riccardo Fellini, irmão do cineasta.

Comentários Sobre o Filme

Os boas vidas (I vitelloni; 1953) foi o terceiro longa-metragem do italiano Federico Fellini e o primeiro a receber reconhecimento internacional. Se muitos anos depois ele faria Amarcord (1973) para recordar sua infância sob as vestes do fascismo italiano, em Os boas vidas Fellini busca as memórias de sua adolescência, as madrugadas, as pequenas e cortantes mesquinharias de um grupo de vadios de interior. Um naturalista diria que o cenário de inspiração é o mesmo: a Rimini em que nasceu o cineasta. Mas não é nada disto: os cenários nebulosos e barrocos de Amarcord e a paisagem doce e descolorida de Os boas vidas são imagens cinematográficas, invenção da cabeça de Fellini.

A estruturação do roteiro de Os boas vidas é simples e singela; tem o clima natural dum caderno de notas, do diário dum rapaz de interior que observa as banalidades que o rodeiam. Toda aquela sensação de realismo, de espontaneidade iniciada por Toni (1934), de Jean Renoir, e depois perseguida pela escola italiana de cinema é exercitada por Fellini neste seu filme. O roteiro é um caderno de notas e o ritmo narrativo se dispersa e torna leve; ainda que este caderno de notas inclua movimentos mais organizados dramaticamente (a tumultuada relação conjugal entre o sedutor Fausto e a ingênua Sandra, tão ao gosto do sentimental Fellini dos primeiros anos), o tratamento de Fellini à imagem, o olhar da câmara, permanece despojado, crítico, quase documental. Mas há também, por trás desse olhar que aparece mais evidentemente, um outro olhar: o olhar dos sonhos, expresso principalmente na seqüência do carnaval e na filmagem da madrugada em que, enquanto o sedutor da turma vai para o quarto com mais uma mulher, o intelectual se embeiça pela lábia dum ator e assusta-se quando descobre neste ator desejos homossexuais.

De um lado um registro semidocumental das vivências de cinco amigos numa cidade de interior. De outro um hino de amor à vida mergulhado nas madrugadas insones e costurado pela história sentimental de Fausto e Sandra que, à boa maneira das antigas fotonovelas e depois de muitas trovoadas, abre-se para o sol e termina bem. O fechamento da história de Fausto e Sandra, caminhando felizes com o nenê nos braços, antecede o fechamento do filme, que é a partida de Moraldo (o olhar de Fellini dentro da narrativa é a personagem de Moraldo) para a cidade grande.

Observe-se ainda que o gosto de Fellini pela simbologia cristã (pense-se no Cristo dependurado de um helicóptero na abertura de A doce vida, 1960, ou nas procissões encenadas em A estrada, 1954, e As noites de Cabiria, 1957) surge em Os boas vidas numa estátua roubada a um lojista por dois dos “vitelloni”.

Um retrato de província. Uma crônica de costumes. Uma linguagem desabusada em seu tom mas formalmente muito cosida, com o arranjo de seqüências que apresentam uma ligação entre si mais tradicional que o comum do neo-realismo. Enfim, um ponto de parada obrigatório quando nos debruçamos sobre a obra cinematográfica de Federico Fellini. (por Eron Fagundes)

Extras

- Alberto Sordi fala do amigo Fellini

- Galeria de Fotos e Pôsteres

- Biografias

Críticas ao DVD

Um excelente filme, no seu formato original de cinema (Standard) e com áudio original. Menus simples, mas corretos. A imagem, em Preto e Branco está a contento, teve uma boa transferência para o formato digital.

Os extras são medianos, talvez valha pela galeria de imagens (nada excepcional, mas interessante). Não há nem o trailer original do filme.

No geral, deixa um pouco a desejar, por ser um dos mais importantes filmes de Fellini mereceria uma edição um pouco mais caprichada. Mas o filme por si só já vale, para quem gosta de clássicos, este é um DVD correto, sem grandes falhas.

Menus
Resenha publicada em 05/10/2003
Por Eron Fagundes e Edinho Pasquale

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