BRINQUEDO PROIBIDO (Jeux Interdits)

 

Com Brigitte Fossey, Georges Poujouly, Lucien Hubert

 

Diretor

Duração

Produção

René Clément

82 minutos

1952, França/Itália

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Drama

Aurora DVD

12/07/2005

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Francês (DD 2.0 mono)
Português
Sinopse

"Realizado por René Clément em 1952, Brinquedo Proibido é um dos maiores clássicos do cinema francês do pós-guerra. Apesar de recusado pela comissão de seleção do Festival de Cannes, o filme teve uma consagrada carreira internacional ao vencer o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e o Leão de Ouro do Festival de Veneza. Com sensibilidade, mas sem sentimentalismos, Clément assinou uma obra-prima que permanece viva na mente e nos corações de espectadores de todo o mundo. Agora, lançado pela primeira vez em DVD no Brasil, Brinquedo Proibido vai estar ao alcance de todos os amantes do cinema. Neste filme inesquecível, que se passa em junho de 1940, as bombas hitleristas assombram os franceses. Durante um bombardeio, a pequena Paulette (Brigitte Fossey), de cinco anos fica órfã. Ela é adotada por Michel Dollé (Georges Poujouly), um menino de onze anos, filho de camponeses. Depois de enterrar o cachorro de Paulette num velho moinho abandonado, as duas crianças aos poucos vão construindo um verdadeiro cemitério de insetos e pequenos animais. Perturbados pela loucura dos adultos e da guerra, eles vão estabelecer uma amizade singela e pura, mas igualmente fragilizada pela presença da morte e da incompreensão."

Comentários

A crueldade da guerra para com os seres humanos desprotegidos é um dado sobre o qual o cinema se tem debruçado. Mas nenhum ser humano é mais desprotegido do que a criança, que não faz a guerra e no entanto sofre terrivelmente seus efeitos. Brinquedo proibido (Jeux interdits; 1952), rodado pelo francês René Clément, é uma narrativa acadêmica em sua linguagem e de emoções epidermicamente fáceis para o público; mas sobrevive bem à passagem dos anos graças ao coeficiente de sinceridade que o realizador insuflou em suas imagens: corre por trás de cada enquadramento um dilaceramento das questões que aborda capaz de fazer com que o filme transcenda a si mesmo.

É verdade que Clément não tem o rigor formal do russo Andrei Tarkovsky, que em A infância de Ivã (1962) foi terrivelmente amargo ao mostrar um garoto, cuja mãe morreu, perdido entre os destroços bélicos. Nem se pode pensar que Clément tenha a aspereza de formas do italiano Roberto Rossellini, que numa cena de Paisà (1946) filma o choro agudo dum bebê diante dos cadáveres dos pais. Mas Brinquedo proibido é provavelmente o ponto alto da carreira de Clément, um cineasta francês bem comportado que assinou produções curiosas como O sol por testemunha (1959) e O passageiro da chuva (1969) e um sucesso comercial da década de 60, Paris está em chamas? (1966).

No começo do filme, quando a garotinha sai desesperada atrás de seu cãozinho que lhe escapou, os pais da menina, indo desesperados no encalço dela que por seu animalzinho arrisca-se no bombardeio, são atingidos pelas bombas, e morrem. Ela conhece o pequeno Michel e sua família e ali se integra até a separação final. Todo o filme acompanha os passos desta amizade infantil que é um hino contra a brutalidade da guerra. E dá gosto ver o desempenho sensível da pequena Brigitte Fossey, que depois faria carreira no cinema (seu olhar fixo e perplexo para os cadáveres dos pais logo depois de serem alvejados é um dos eventos emocionais da história do cinema), e do garotinho Georges Poudjouly, que não me lembra tenha continuado a fazer filmes: os dois atores mirins são tudo o que não há no artificialismo das atuais interpretações infantis gerenciadas por Hollywood.

De fato: Brinquedo proibido, que vi há mais de vinte anos numa daquelas mostras de cinema que então eram abundantes em Porto Alegre, merece ser descoberto, agora em DVD, pelas novas gerações de cinemaníacos. (Eron Fagundes)

Extras

- Trailer: original de cinema, produzido na época da realização do filme, legendado.

- Cartazes: 4 cartazes originais.

- Biografias: bons textos sobre o Diretor Clément e os atores Brigitte Fossey, Georges Poujouly. A Filmografia completa não está disponível no DVD, mas há esta informação no site da distribuidora.

- Seleção de Críticas: 2 telas com trechos de 3 críticas internacionais. Dispensável.

- Premiação: tela com a lista de Prêmios que o filme recebeu.

- Créditos

- Weblink: pelo menos no meu computador, o link não é direto conforme o informado na tela, ou seja, não há a interatividade.

- Conheça Pernambuco: propaganda turística do Estado, sem relação com o filme. O extra é justificado pela presença da distribuidora fora do eixo Rio-SP, em Recife.

Críticas ao DVD

Lançamento de uma nova distribuidora, a Aurora DVD, onde primeiros lançamentos são bem interessantes, com bons e importantes títulos. A qualidade já começa bem, com uma boa imagem, sem grandes compressões aparentes, claro que com algum (pouco) desgaste provavelmente do original da película. Mantém o formato original de tela, com legendas de bom tamanho. O áudio está adequado, apenas no idioma original. Os menus, sóbrios e com bom estilo. A embalagem está correta, com uma interessante padronização. Não percebi nenhum erro de informação. Os extras, razoáveis e, aparentemente, o que há de disponível no mercado mundial (há uma edição francesa do DVD, com cenas deletadas, entrevistas e featurettes, mas provavelmente com direitos autorais caros para uma produtora em início), com um bom trailer. Os outros, triviais. Mas é um belo filme, com uma edição bem boa, que seja bem-vinda a nova distribuidora.

Menus
Resenha publicada em 24/08/2005
Por Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale

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