Hollywood, teatro Chinês. Muitos astros chegam
para a avant-première do grande filme da Monumental
Pictures: "O Patife Real", com Don Lockwood
e Lina Lamont. O filme é um dos grandes acontecimentos
do ano de 1927.
As
grandes estrelas da noite estão sendo
aguardadas por uma multidão. Quando termina
a sessão do "Patife Real" a platéia
aplaude de pé e todos saem satisfeitos do
cinema. Agora você pergunta: realmente existiu
esse filme?
Ele é apenas
uma daquelas fitas mudas mostradas naquele que considero
um dos maiores filmes americanos
de todos os tempos: "Cantando na Chuva".
Completado 50 anos em 2002, "Cantando na Chuva" é um ícone
da era de ouro de Hollywood, estrelado por Gene Kelly,
Debbie Reynolds e Donald O' Connor. Três grandes
astros reunidos nesse musical que conta a transição
do cinema mudo para o falado.
Dirigido
pelo próprio Gene Kelly e por Staley
Donen, "Cantando na Chuva" não cansa:
os números musicais são perfeitos e
a atuação dos atores é magnífica.
Quando
o cinema mudo começa a ser dominado
pelo falado (ainda com técnicas bem rudimentares),
a dupla de atores Lina Lamont e Don Lockwood (interpretados
por Gene Kelly e Jean Hagen respectivamente) passa
a sofrer pressões para transformar um filme
mudo em falado. Quando percebem que fracassaram,
fazem de tudo para recuperar a fama e tentar salvar
o filme.
Com
ataques de estrelismo Lina (Jean Hagen), e sua voz
insuportável, fica ainda mais difícil
conseguir com que o tão fracassado musical
se transforme num grande sucesso de bilheteria. Jean
Hagen foi indicada para o Oscar de atriz coadjuvante
pelo papel.
Mas
com a inteligência de Don Lockkwood e
seu colega Cosmo, e também a graciosidade
de uma atriz de teatro, Katty (interpretada por Debbie
Reynolds), eles usam de todos os recursos e de seu
talento artístico para recuperar o prejuízo.
Katty
acaba caindo nas graças de Don, que
também se apaixona por ela, mas que terá que
enfrentar o ciúme doentio de Lina. Esta, na
verdade, é apenas o par romântico de
Don nos filmes e nas revistas de fofoca.
"Cantando
da Chuva" é uma forma
de criticar o próprio cinema. No fim, nos
faz amar ainda mais a sétima arte. O sincronismos
dos números musicais, principalmente o mais
longo deles que é "Broadway Melody",
resulta num grande espetáculo cênico.
Fora que tem a presença da atriz Cyd Charisse
(considerada uma das mais belas pernas do cinema
americano).
Mas
nenhum número é tão famoso
e encantador com o clássico "Singing
in the Rain" (por muitos também considerada
a cena mais famosa do cinema). Um número que
foi copiado diversas vezes, principalmente para comerciais
de TV.
Gene
Kelly, considerado um dos maiores sapateadores de
todos os tempos, mostrou que seu talento ia muito
além da dança, dirigindo e coreografando
cada número musical. Imagine o tempo que a
equipe levava para chegar à perfeição...
Depois
de 50 anos, "Cantando na Chuva" prova
que continua sendo um dos 10 maiores filmes do cinema.
Com a edição especial e comemorativa
50 anos em DVD (o filme já saiu há muito
tempo em DVD mas sem nenhum extra), o espectador
vai poder matar sua curiosidade sobre os bastidores
do filme.
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