UM CÃO ANDALUZ / A IDADE DO OURO (Un Chien Andalou/L'Age d'Or )

 

Com Mareuil, Pierre Batcheff, Luis Buñuel, Robert Hommet, Gaston Modot, Max Ernst, Lya Lys, Germaine Noizet

 

Diretores

Duração

Produção

Luis Buñuel, Salvador Dali

80 minutos

1928/1930, França

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Clássico

Versátil

10/03/2005

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Só Musica (DD 2.0)
Português
Sinopse

UM CÃO ANDALUZ: Com roteiro co-escrito por Salvador Dalí, Luis Buñuel estreou como diretor e ator neste curta-metragem, o marco inicial do surrealismo no cinema. À luz da psicanálise, Buñuel e Dalí exploram o inconsciente humano, numa seqüência de cenas oníricas, incluindo o célebre momento em que um homem corta, com uma navalha, o olho de uma mulher.

A IDADE DO OURO: Em pouco mais de uma hora, Buñuel e Dalí criam imagens surrealistas que visam libertar o homem das amarras impostas pelo moralismo da sociedade e suas instituições. Um sonho polêmico que chegou a ser proibida em diversos países na época de seu lançamento. No elenco, destaque para o artista plástico Max Ernst.

Comentários

Segundo Luis Buñuel, em seu livro de memórias, o filme inicial de sua carreira, o curta-metragem Um cão andaluz (Um chien andalou; 1928), fundiu na tela dois sonhos, um do próprio realizador, Buñuel (uma navalha corta um olho), outro do pintor Salvador Dali, que colaborou no roteiro (uma mão cheia de formigas). Na verdade, estas duas imagens (no início da fita um homem com uma navalha rompe secamente o globo ocular duma mulher; e as formigas na mão aparecem insistentemente no descosido da narrativa) marcaram definitivamente o cinema de Buñuel, que foi depurando os excessos surrealistas de seus princípios até chegar a uma obra tão sutil quanto seu derradeiro filme, Esse obscuro objeto de desejo (1977). Com seu ousado filme curto, que arriscava a alinearidade temporal e o fluxo espontâneo de imagens depois levado à exacerbação pelos experimentalistas, Buñuel inscrevia o cinema na vanguarda surrealista que era a moda na época, conferia status artístico ao sempre menosprezado cinema. A seqüência da filmografia de Buñuel nos ensinou que o corte no olho é necessário para que aprendamos a olhar, desfazendo os vícios do automatismo; cortando o olho desde seu pontapé cinematográfico inicial, Buñuel colocou em seu lugar uma nova maneira de olhar, a maneira cinematográfica.

Se Um cão andaluz sobrevive bravamente à passagem das décadas, A idade do ouro (L’age d’or; 1930), o trabalho posterior de Buñuel, sobrevive, mas com alguns percalços. Os quinze minutos do filme curto permitem a Buñuel uma unidade de ritmo narrativo dentro do disparatado das imagens que os sessenta e dois minutos de sua segunda realização tornam mais problemático; experimentando constantemente com o insólito surrealista (uma vaca numa cama burguesa, religiosos que numa cena rezam e mais adiante aparecem no mesmo cenário como esqueletos, uma esquisita festa de aristocratas cujo ordenamento é dada pela música de um maestro), Buñuel não chega a rodar uma película que tenha ainda hoje a força provocativa do tempo em que apareceu pela primeira vez nas telas. A curiosidade do falso documentário naturalista (sobre escorpiões) que abre o filme não se completa com os estranhos signos do restante da narrativa. Mesmo assim, é uma obra importante para detectar certos caminhos da linguagem cinematográfica ao longo dos anos.

Extras

- Depoimentos: divididos em dois temas, “Um Pouco de Luis Buñuel”, com um vídeo de pouco mais de 15 minutos, com um interessante e histórico depoimento do filho de Buñuel, Juan-Luis Buñuel, recheado de histórias e imagens fantásticas sobre vários temas, com cenas de filmes, ilustrações e muito material de arquivo; e “A Parceria Buñuel e Dali”, mais um segmento com os mesmos “ingredientes” do anterior, sobre o tema da parceria Buñuel-Dali, com quase 5 minutos, com muitas curiosidades e menos imagens. Ambos tem a importância histórica, bem narrada, com imagens inesquecíveis, raras e importantes.

- Galeria de Quadros & Imagens: cerca de 25 imagens das obras dos idealistas do movimento.

- O Movimento Surrealista: um texto com 11 páginas de imagens, muito esclarecedor para quem não conhece o movimento.

- Buñuel Fala Sobre Um Cão Andaluz: mais uma vez com um texto importante do cineasta, divididos em 8 telas, uma sempre e e importante informação, dado os fatos e importância históricos.

- Vida e Obra de Buñuel: novamente em formato de texto, uma bem escrita biografia do cineasta, com sua filmografia completa, divididos em 19 telas.

- Biografia de Salvador Dali: idem ao anterior, com 9 páginas de texto, claro que apenas com informações biográficas.

- Ficha Técnica do DVD

Críticas ao DVD

Um DVD quase que impecável, dada a importância histórica dos filmes e extras exibidos. A imagem, devido o valor histórico e a versão digital, está quase perfeita, assim como o áudio, mono mas em 2 canais. Os menus são interessantes apenas. Os extras, importantes, apesar de sua grande maioria ser em textos. Mas um exemplo de boas e interessantes escritas. Um DVD obrigatório para os estudiosos e interessados na história do cinema.

Menus
Resenha publicada em 30/04/2005
Por Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale

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