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Com:
Justin Theroux, Naomi Watts, Laura Elena Harring,
Ann Miller, Robert Forster Direção: David Lynch
Gênero: drama Duração: 147 minutos.
Produção: 2001. EUA/França. Distribuidora:
EUROPA FILMES Legendas: Português Áudio:
português em Dolby 2.0 e inglês em Dolby Digital 2.0
e 5.1 Vídeo: standard 4:3 (tela cheia). Região
4. |
Sinopse |
| Nas
avenidas de Los Angeles, verdade se mistura com ilusão.
Em torno da indústria do cinema, personagens vivem
suas fantasias surrealistas, desejos e esperanças
frustradas, como a ingênua Betty (Naomi Watts), que
chega do Canadá para se tornar atriz. Ela cruza com
Rita (Laura Harring), que acaba de sofrer um acidente
e sequer se lembra do seu próprio nome. Betty tenta
ajudá-la a descobrir quem é. Em outra parte de Los
Angeles, o diretor de cinema Adam Kesher está sendo
convencido por dois estranhos irmãos, com pinta de
mafiosos, a contratar uma atriz específica para seu
filme. Outras figuras cruzam o caminho destes três:
Coco (Ann Miller), um casal de velhos no aeroporto
e um estranho homem na lanchonete Winlies. De repente
todos se transformam em personagens diferentes e as
amigas Betty e Rita mergulham em uma trama de suspense
e paixão. |
Comentário |
| O
norte-americano David Lynch chega a seu supra-sumo.
Cidade dos sonhos (Mulholland Dr.; 2001) é
o mais complexo de seus filmes. Depois de História
real (1999), cuja transparência em momento algum
se confundia com a objetividade obtusa rotineira em
Hollywood, Lynch volta ao labirinto mental em que
rodou um de seus mais belos filmes, Estrada perdida
(1997).
"Às
vezes coisas boas acontecem", diz alguém numa das
tantas frases absurdas e perdidas do falso roteiro
de Cidade dos sonhos. Os diálogos, neste novo
Lynch, evocam um pouco aquelas conversas fora de linha,
patéticas mesmo de alguns trabalhos do francês Jacques
Tati: a imagem, ou sua exacerbação, vai destruir a
trivialidade da palavra; o plano geral em Tati e a
pictoricidade grotesca de algumas aparições em Lynch
são eventos cinematográficos pessoais de linguagem.
Como
o francês Alain Resnais e o norte-americano Orson
Welles, Lynch faz do cinema um jogo de montar, tão
enigmático e cativante quanto possível. Mulholland
Drive é o local em que ocorre o acidente automobilístico
no início do filme e lá pelo final um escuro travelling
de estrada mostra uma placa com o nome deste lugarejo
localizado em Hollywood. Que é que evoca esta cena
da placa com um nome? Em Cidadão Kane (1941)
Orson Welles filma "Xanadu", a mansão do milionário
retratado em sua narrativa, e em Providence
(1976) Alain Resnais revela uma placa com o nome de
"Providence", casa do escritor-personagem que está
escrevendo suas memórias e de cujo material o relato
de Resnais se compõe.
Três
personagens envolvem a provocativa confusão do filme
de Lynch. Uma morena que sobrevive ao acidente do
início da fita, uma loira que quer ser atriz e um
diretor de cinema; as criaturas são isto, e outra,
pois a loira Betty vai transformar-se em Diane, amante
de Camila, que antes era a desmemoriada que se intitulou
Rita ao deparar com o cartaz do filme Gilda
(1946), de Charles Vidor, em que aparecia a imagem
e o nome de Rita Hayworth. Em suma, os fatos se enovelam
em Cidade dos sonhos para provocar no espectador esta
sensação de ilusão cinematográfica. (por Eron Fagundes)
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Informações
Especiais - Extras |
| NOTAS
sobre diretor, atores e prêmios. ENTREVISTAS (legendadas)
com diretor, Justin, Laura e Naomi. BASTIDORES (duração
6 min. 30, legendado). TRAILER (leg.). OUTROS TRAILERS
(3 títulos, legendados). |
Críticas
ao DVD |
| Apesar
das informações que constam na caixa do DVD serem
precisas, adianto que "menu musicado" apenas na primeira
página do menu. Enquanto a imagem fica a desejar,
o áudio confere as expectativas, principalmente, em
5.1. Tem uma cena de nudez frontal que fica 'borrada'
para efeitos de censura, uma grande bobagem, já que
tem cenas de lesbianismo explícito. As duras críticas
são em relação ao formato de vídeo lançado, ao contrário
do lançamento americano, em widescreen anamórfico
(1:85). Merecíamos melhor sorte pela qualidade do
filme. |
Eron Fagundes
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