Com Audrey Tautou, Chiwetel Ejiofor, Sergi López

De Stephen Frears, diretor nomeado ao Oscar por Os Imorais, Ligações Perigosas e Alta Fidelidade. Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, com Audrey Tautou, estrela de sucesso internacional. No secreto submundo de Londres, dois imigrantes ilegais descobrem que o preço da liberdade pode ser mais do que eles estão dispostos a arriscar. Um nigeriano, imigrante ilegal, que trabalha como porteiro de um hotel, é acusado de assassinato. Ele se junta a uma camareira turca e uma prostituta chinesa para desvendar o crime.

O admirador do cineasta inglês Stephen Frears não terá, em Coisas belas e sujas (Dirty pretty things; 2002), motivo de apaixonar-se pela verdade de um filme, como ocorreu em O amor não tem sexo (1987). Mas ali estão os elementos característicos do cinema de Frears, sua impiedosa visão de mundo, sua capacidade de iluminar os sentimentos de suas personagens com uma aguda observação da miséria humana.

Como ocorria em Minha adorável lavanderia (1986), o primeiro sucesso de público do realizador, em seu novo filme a objetiva centra sua marcha em esmiuçar as ações boas e torpes dos mais variados imigrantes que cruzam um subúrbio de Londres. O protagonista é um recepcionista de hotel vindo da Nigéria, fugido de um crime; seu encontro com uma moça turca que ali trabalha e o contraponto oferecido pela vilania do administrador do hotel que na verdade trafica com órgãos humanos servem ao diretor para expor com crueza os conflitos humanos.

Talvez a realização se ressinta um pouco do distanciamento inglês de Frears, que em Ligações perigosas (1988) aparecia numa forma irônica e cerebral bastante mais depurada. Se o ator negro Chiwetel Ejiofor está bem e Sergi Lopez compõe o tipo cínico adequado, a estrela francesa Audrey Tatou, embora um pouco melhor do que nos outros filmes dela vistos por aqui, está longe de produzir interpretativamente tudo o que sua personagem requer.

Pesadas todas as reflexões, Coisas belas e sujas não deve destacar-se muito no cinema do ano, mas é algo acima da média e que merece ser visto, dada a extraordinária seriedade do cinema de Stephen Frears.

- Entrevistas: Formato tradicional desta distribuidora, com depoimentos de atores (Audrey Tautou, 2min; Chiwetel Ejiofor, 5 min; Sergi López, 3 min e Sophie Okonedo, 3min), em geral falando sobre seus personagens, ”como foi bom trabalhar com” etc. e da equipe técnica (Stephen Frears, Diretor, 1 min30s; Steven Kinight, Roteirista, 1min30s e Paul Smith, Produtor, 2min). Uma ou outra informação interessante. Podem ser vistas individualmente ou todas de uma só vez.

- Sinopse: texto com duas dispensáveis informações contidas na capa.

- Elenco: textos com as biografias de Audrey Tautou e Chiwetel Ejiofor, muito básicas.

- Sobre o Diretor: idem

- Galeria de Fotos: 43, na maioria cenas do filme, algumas com imagens de bastidores.

- Trailer

- Outros Lançamentos: trailers de “Adeus Lênin”, “O Outro Lado da Cama”, “Possuída 2”, “Sylvia – Paixão Além das Palavras”, “Geração Roubada”, “Crime Sem Memória” e “AlieNados do Espaço”.

Todos os Estras estão legendados.

Tecnicamente, mais um DVD com o “padrão Imagem Filmes/LK-TEL de qualidade”, ou seja, imagem muito boa, porém em tela cheia (standard), o áudio sempre com opção da dublagem e na língua original em 5.1 ou 2.0 canais, menus animados de bom gosto, extras banais. Para um filme igualmente mediano, não deixa de ser uma opção para locação. Pelo menos pode ser um bom entretenimento.