Nicole Kidman (Oscar® de Melhor Atriz, As Horas,
2002) contracena com a ganhadora do Oscar® Renée
Zellweger (Melhor Atriz Coadjuvante, Cold Mountain,
2003) e com o ator indicado ao mesmo prêmio,
Jude Law (Melhor Ator, Cold Mountain, 2003). Com
a explosão da Guerra Civil Norte-Americana,
os homens de Cold Mountain - um povoado da Carolina
do Norte - imediatamente unem-se ao exército
dos Confederados. Ada (Kidman) promete esperar por
Inman (Law), mas com a guerra estendendo-se cada
vez mais e a cada carta sem resposta, ela precisa
encontrar forças para continuar vivendo. Ao
final da guerra, corações serão
partidos, sonhos serão realizados e a força
do amor será desafiada. Dirigido pelo ganhador
do Oscar® Anthony Minghella (O Paciente Inglês,
1996)
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É mais
um filme impecável
de Anthony Minghella e sua equipe, que deve ser
hoje em dia a melhor do mundo: o compositor Gabriel
Yared, o diretor de arte Dante Ferretti, o fotógrafo
John Seale, a figurinista Ann Roth. Todos fazem
trabalhos excepcionais nesta super-produção
de 80 milhões da Miramax, que poderia ser
páreo para O Senhor dos Anéis nas
categorias técnicas do Oscar. Mas era difícil
levar como Melhor Filme simplesmente porque é uma
história de amor fria, que não provoca
lágrimas, nem suficiente emoção.
É um
bom filme, muito bem feito, muito bem interpretado,
um pouco triste, um pouco amargo (afinal fala sobre
os absurdos da Guerra Civil Americana, principalmente
o que sofreram os civis e os soldados que tentavam
voltar para casa, na mão de milícias
que se diziam justiceiras). Com alguns momentos espetaculares.
Dignos de serem vistos e prestigiados.
Não
li o livro de Charles Frazier, que deu origem ao
filme e foi adaptado por Minghella (ele esteve no
Brasil lançando o filme anterior, Mr.
Ripley e deixou uma excelente impressão, é das
pessoas mais sensíveis e gentis que conheci).
Mas não tinha a aparência de resultar
numa fita comercial e fácil.
Passa-se
numa cidade da Carolina do Sul chamada Montanha Gelada
(as locações, por economia, foram na
Transilvânia, Romênia) onde uma jovem
bela filha (Nicole Kidman) de um pregador (Donald
Sutherland) se apaixona por um rapaz local (Jude
Law). Quando vem a guerra, ele vai lutar e só pensa
em voltar para ela, que fica na miséria e
acaba sendo salva pela ajuda de uma mulher sem destino,
que vira sua empregada (Renée Zellweger).
Enquanto isso, Jude passa pelo inferno, escapando
da morte várias
vezes, encontrando figuras bizarras no caminho, um
pregador desonesto (Philip Seymour Hoffman), uma
benzedeira (Eileen Atkins), uma jovem viúva
que lhe oferece cama (Natalie Portman), um traidor
(Giovanni Ribisi). Sem contar algumas batalhas (numa
delas, os nortistas provocam uma explosão
que cava um enorme buraco, mas eles é que
acabam presos nessa ratoeira).
Ou
seja, é um grande épico romântico,
meio Dr. Jivago, onde o clímax não é o
reencontro do casal (que sucede vinte minutos antes
do final). E o prazer é se ver um elenco fotogênico
e bonito (não há dúvida que
faz bem aos olhos contemplar Jude e Nicole, certamente
o casal mais bonito e competente do ano). Numa história
bem contada. Só não tenho certeza se
queria ouvi-la ou se ela acrescenta alguma coisa,
que já não sabíamos sobre a
natureza humana ou a passagem inevitável do
tempo. De qualquer forma, não é um
fracasso, o que já é muito. Mas também
não é o grande filme que se esperava.
(Rubens Ewald Filho. Leia mais críticas e artigos de
REF na coluna Clássicos)
Cold
mountain (2003), o novo filme de Anthony
Minguella, revela o impasse do atual cinema praticado
em Hollywood. Em sua realização anterior, O
talentoso Ripley (1999), Minguella refilmava
quase texto por texto um clássico do francês
René Clement e surpreendia-nos com sua capacidade
formal para manter aceso o interesse do espectador
mesmo que todos os lances da história fossem
conhecidos. Em Cold mountain não se trata
dum enredo conhecido em todos os seus dados, mas
a previsibilidade cerca todos os fotogramas de
que Minguella compõe seu épico.
A
guerra civil americana sempre foi um tema caro aos
projetos de Hollywood, de que E o vento levou (1939),
de Victor Fleming, é o exemplar que passou
com mais citação à posteridade.
Minguella, diretor estilisticamente clássico,
propõe sua visão sentimental e boa
do universo desta guerra, os aspectos interioranos
das personagens, a religiosidade e o patriotismo
típicos, uma revolta antibélica do
protagonista que não se concretiza plenamente; Cold
mountain é produto da mente americana
média, sem maiores inquietações
ou profundidade histórica.
Para
realizar bem seu trabalho, cumprindo com as exigências
comerciais (que a certa altura se transformam em
concessões de um artesão que gostaria
de ser autor), Minguella capricha na escolha do elenco.
A estrela central é Nicole Kidman, com seu
erotismo ingênuo e sua voz gasosa; Kidman está em
alta neste começo de temporada na cidade,
pois foi vista em Dogville (2003),
do dinamarquês Lars Von Trier, e em Revelações (2003),
do norte-americano Robert Benton, produzindo desempenhos
oscilantes. Jude Law não desmerece o herói
(um Ulysses americano muito bravo) e Renée
Zellweger interessa por conter um tipo interpretativo
característico. A citar ainda as poucas porém
marcantes aparições do veterano Donald
Sutherland.
Outra
curiosidade é a presença como produtor
de Sydney Pollack, um realizador norte-americano
padrão que teve seus momentos áureos
nos anos 70.
Entre
mortos e feridos, Cold mountain pode
ser visto sem sustos. Mas é indelevelmente
incapaz de permanecer na retina por algum tempo.
(Eron Fagundes. Leia mais críticas do colunista em Cinemania)
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Um filme longo, com tema difícil, mas é um
belo filme, com grandes interpretações.
O DVD, tecnicamente, está excelente. Com imagem
em wide, com bela definição de cores
e excelente áudio em 5.1, inclusive em Português.
O que decepciona, pelo menos nesta versão
para locação, que deveria ser a mesma
da de venda direta, é a ausência de
extras anunciados nos releases de imprensa. Tanto
que as lojas que vendem o esta versão pela
Internet informam que há o making of “por
Trás das Câmeras” e o comentário
do Diretor. Não é o que de fato ocorre,
existe apenas um: as cenas inéditas. São
várias, algumas muito interessantes, mas o
filme já é longo, realmente a inclusão
de tantas cenas talvez deixassem o filme sem ritmo.
No mais, sem problemas na embalagem (é realmente
informado que só há um extra), possui
um encarte informando a divisão dos capítulos
(28).
Um
DVD que deve ao menos ser alugado, principalmente
pelos que gostam de um bom romance, com ótima
estória e belas interpretações
e imagens.
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