DAMAS DO BOIS DE BOULOGNE, AS (Les Dames du Bois de Boulogne)

 

Com Paul Bernard, Maria Casares, Elina Labourdette, Jean Marchat, Lucienne Bogaert

 

Diretor

Duração

Produção

Robert Bresson

85 minutos

1945, França

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Drama, Clássico

Magnus Opus

01/06/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Francês (DD 2.0 mono)
Inglês, Português e Espanhol
Sinopse

Desejando vingar-se do amante, Hélene (Maria Casarès), uma dama da alta sociedade pede a uma dançarina de cabaré que o seduza, mas a vingança acaba se tornando um escandaloso romance. Um filme de gestos e olhares, onde a emoção aflora sob a pureza das imagens. Brensson, de formação pictórica, visou usar os meios cinematográficos para exprimir a interioridade de um sentimento. Baseado na novela de Denis Diderot, "Jacques o Fatalista", e com diálogos escritos por Jean Cocteau, o filme ficou conhecido pela excelente direção de arte e fotografia, recebendo elogios entusiasmados do teórico André Bazin e de François Truffaut.

Comentários

As damas do bosque de Boulogne (1945) pode ainda não ser tão radical e intimamente devastador quanto os filmes que o francês Robert Bresson rodaria nos anos seguintes de sua carreira. Mas trata-se de mais uma brilhante aventura intelectual humana de um dos maiores cineastas do mundo; pessoal, rigoroso, penetrantemente espiritual, exercendo seus atributos estéticos com uma apaixonante beleza plástica e agudez de observações. Os diálogos escritos pelo poeta Jean Cocteau conferem ao filme uma certa elegância patética, mas Bresson os subverte com seu inusitado mecanismo cinematográfico. A interpretação dos atores do realizador é extremamente contida em seus movimentos, observe-se a sutileza de gestos, falas e expressões de Maria Casares na pele de Helena, a mulher que planeja vingar-se do amante que a desprezou.

Além da presença de Cocteau no texto, a origem literária do filme de Bresson está em sua raiz, um conto de Denis Diderot. Em cena, mais uma daquelas mulheres perversas que povoam o mundo do diretor francês, que se debruça implacavelmente sobre a fraqueza dos homens. Se Marie, de A grande testemunha (1966), era fonte de pecado meio santificador, a “mulher suave” (filme de 1969) escarnecia surdamente da ignorância sentimental e intelectual de seu marido e Mouchette (realização de 1967) pouco se importava com o sofrimento dos que a rodeavam, Helena, a protagonista de As damas do bosque de Boulogne, abandonada pela criatura a quem ama, lhe prepara uma fria desforra: faz o homem casar com uma prostituta. A diferença é que Bresson ainda não era tão pessimista e acena com a purificação pelo sofrimento para a prostituta e seu assustado marido; a última imagem não é a da derrota, não é a crueldade de Helena, mas a da esperança, um desbotado diálogo cocteauniano entre a meretriz (sofredora num leito) e Jacques, o noivo “ultrajado”.

Extras

- Biografia de Robert Bresson: boas e básicas informações sobre o diretor, com sua filmografia, num total de 4 páginas de textos.

- Uma Crítica Sobre o Filme: bom e informativo texto de 4 páginas sobre o filme e seu diretor, assinado por João Bénard da Costa.

- “As Damas do Bois de Boulogne” – por François Truffaut: excelente trecho de um ensaio do fantástico cineasta, escrito em 1954, com 6 páginas de texto. Um mestre observando outro mestre.

- Galeria de Fotos: em um total de dez, entre pôsteres, cenas de bastidores e de publicidade.

- Outros Lançamentos: clipe com capas e imagens dos outros filmes lançados nesta primeira etapa da coleção.

Críticas ao DVD

Um filme de Bresson sempre tem a sua importância para a história do cinema. Quando sua edição é especialmente interessante, melhor ainda. A imagem está boa, em que pese a idade do filme e sua origem (nem todos os estúdios conservaram seus negativos de forma correta). Um pouco granulada, é verdade, não sei se no original ou na transcrição para o formato digital. O áudio está muito bom, original, idem com relação ao formato de tela. Os menus obedecem os critérios da coleção, bastante interessantes. Os extras, basicamente textos, são muito bons. Para filmes históricos onde jamais se poderia esperar que chegariam dentro das casas das pessoas, poucos materiais estão disponíveis. Por isso se complementam com textos, por vezes chatos, o que não é o caso. Um exemplo, para quem gosta de cinema, de que eles podem ser interessantes. Este DVD faz parte de uma coleção de uma nova distribuidora, a Magnum Opus, chamada de Tour de France. Este está no seu segundo volume, o chamado volume “azul”. Um bom DVD, bem cuidado. Cinéfilos de plantão, estejam à postos!

Menus
Resenha publicada em 06/07/2004
Por Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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