A Dança dos Vampiros (The Fearless Vampire Killers)

 

Com: Jack MacGowran, Roman Polanski, Sharon Tate

 

Diretor

Duração

Produção

Roman Polanski

110 minutos

1967, Inglaterra/França

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Comédia, Clássico

Cinemagia
17/04/2003

Cotação:

Sinopse

Professor Abronsius, velho e atrapalhado caçador de vampiros, e seu apavorado assistente Alfred chegam a vilarejo na Transilvânia em busca de mortos-vivos.

O rapaz apaixona-se pela filha do dono da estalagem, mas a moça é mordida no pescoço pelo Conde Von Krolock e levada ao castelo do vampiro, para onde partem também os destemidos caçadores.
Em meio à gargalhadas nervosas e sustos arrepiantes o mestre Roman Polanski nos brinda com uma obra-prima.

Comentários Sobre o Filme

A Dança dos Vampiros, filmado em 1967, injetou nova fórmula no cinema com um misto de terror e comédia. Nos dias de hoje pode parecer envelhecido, com humor ingênuo e cenas de terror que não impressionam mais, mas sua importância para o gênero é indiscutível. Um dos grandes méritos do filme é a utilização de fantásticos cenários góticos e a excelente trilha sonora que se casa perfeitamente com o clima do filme.

As atuações exageradas e movimentos bruscos dos atores podem parecer ridículos à primeira vista, porém esse aspecto foi totalmente intencional pelo diretor Polanski. Inspirado nos filmes do Expressionismo Alemão, como "Nosferatu" e "O Gabinete do Dr. Caligari", Polanski importou diretamente desses filmes a forma de atuação dos atores. O próprio personagem que Polanski interpreta, o ajudante Alfred, é inspirado diretamente no personagem de Hutter em Nosferatu.

O DVD contém a edição original européia, com cerca de 15 minutos a mais do que na edição americana, que costuma ser exibida na TV. As cenas ausentes da edição americana consistem em diálogos e acontecimentos que tornam mais claros alguns aspectos do filme. Por exemplo, o personagem de Chagal simplesmente desaparecia do filme na segunda metade; nessa edição completa em DVD temos mais cenas de Chagal perto do final que traçam seu destino.

Essa edição também não contém o infame desenho animado na abertura do filme, que foi imposto pela MGM sob protestos de Polanski. Entretanto, o desenho se encontra disponível nos extras do DVD.

O elenco é fantástico. Jack MacGowran está impagável como o inepto caçador Abronsius; difícil conter a riso somente com as suas expressões faciais. Roman Polanski, um tanto contido, interpreta o jovem e desastrado ajudante de Abronsius, Alfred. Sharon Tate, uma das atrizes mais belas de todos os tempos, traz sensibilidade e sensualidade no papel da moça pela qual Alfred se apaixona e é raptada pelo Conde Krolock.

A Dança dos Vampiros é o mais famoso registro da beleza estonteante de Sharon Tate, casada na vida real com o diretor Polanski. Tate foi brutalmente assassinada um ano após o término das filmagens por uma gangue de satanistas liderada por Charles Manson. Ela, grávida de vários meses, estava oferecendo uma festa para amigos em sua residência quando o bando de Manson invadiu a casa e assassinaram quase todos os presentes a golpes de faca. Polanski estava ausente, em viagem pela Europa, no momento do crime. Foi uma grande perda para o cinema e um dos atos de maior barbárie nas últimas décadas.

Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1 e 2.0 mono)
Português


NÂO Anamórfico

Extras

Temos alguns extras interessantes e outros excessivos nesse DVD.

-Abertura alternativa: traz uma animação inserida no início do filme pela MGM dos EUA à revelia do diretor. Polanski ficou indignado pela inserção do desenho e pediu que seu nome fosse retirado dos créditos, o que não ocorreu. Mesmo infantilizando o início do filme e mentindo sobre o final, é interessante ter essa abertura disponível separadamente do filme;

-Trailer original de cinema: interessante; foram colocados alguns efeitos sonoros ausentes no filme para deixar claro o teor cômico. A MGM estava preocupada que o humor inglês não caísse no paladar do público americano;

-Galeria de fotos: temos uma galeria medíocre de fotos de má qualidade do filme e outra galeria com excessivas duzentas ou mais fotos de Sharon Tate, incluindo algumas de discreta nudez. Para os fãs da atriz é um prato cheio, para os demais fica evidente o exagero.

-Excelente pequeno documentário com entrevistas de Sharon Tate, que está escondido dentro dos menus da biografia da atriz, escondido (easter-egg);

-Galeria de pôsteres: temos uma excelente coletânea de pôsteres originais do filme de diversos países, inclusive alguns brasileiros onde podemos ver o nome de famosos (e hoje extintos) cinemas de São Paulo;

-Biografia e filmografia de Roman Polanski;

-Biografia e filmografia de Sharon Tate.

Críticas ao DVD

O filme é apresentando em widescreen letter-box (não anamórfico), na proporção aproximada de 2.35:1.

Péssima é o mínimo que se pode chamar a qualidade de imagem e som desse DVD. A Cinemagia provou que não sabe realizar uma adequada apresentação em DVD. Copiado de um laserdisc da MGM do início dos anos 90, a imagem é cheia de noise e outras anomalias analógicas que cobrem a imagem, como se esta estivesse por detrás de uma névoa. Além disso, a conversão do laserdisc para o padrão digital Mpeg-2 do DVD foi equivocadamente realizada a 30q/s (quadros por segundo), quando o correto seria 23,9q/s; como resultado a imagem sofre severas oscilações sempre que há movimentação em cena.

Há duas opções de áudio. Uma no original em mono (embora no menu conste erroneamente que se trata de estéreo) e outra em Dolby Digital 5.1. A primeira em mono é a melhor, mesmo sendo de má qualidade. Para realizar a trilha em Dolby 5.1, a Cinemagia simplesmente pegou o áudio original em mono e espalhou o sinal pelos cinco canais que o sistema Dolby Digital permite; como resultado, temos o mesmo som saindo de todas as caixas, o que é totalmente equivocado, pois o certo seria usar os canais traseiros apenas para ambientação. Além disso, o volume foi excessivamente aumentado para trazer à tona alguns graves para serem direcionados para o subwoofer, o que acarreta em um chiado insuportável. Portanto, melhor ficar com a opção de áudio em mono.

As legendas apenas estão disponíveis em português e são uma das piores já feitas. Quase 50% dos diálogos não são traduzidos e há muito atraso na aparição das legendas. Em cenas de duas ou mais pessoas conversando o atraso nas legendas se torna muito incômodo porque não acompanham os diálogos e fica difícil saber quem disse exatamente o que na cena. A isso soma-se o fato de as legendas serem amarelas sem o realce preto, o que dificulta a leitura e causa piscadelas em certas TVs.

É difícil recomendar o DVD desse grande clássico do cinema por causa da qualidade além de medíocre de imagem e som. Entretanto, esse filme não se encontra disponível em DVD em nenhum outro país e não há previsão de lançamento de uma cópia melhor. Também não se encontra disponível em VHS e as reprises na TV são cada vez mais raras. Por esses motivos, vale a pena pelo menos alugar e conferir.

NOTA DO EDITOR: concordo em parte com a crítica feita pelo autor da resenha, faço ressalvas quanto à dificuldade destas pequenas distribuidoras em conseguir masters. Sempre acho que a qualidade deve vir em primeiro lugar (principalmente a de vida...), mas acho louvável algumas tentativas de nos brindar, mesmo que com falhas por vezes gritantes, alguns filmes como este (fica a dúvida... melhor ter desta forma ou nos privarmos de pequenas jóias como esta?). Claro que poderia ser bem melhor, tanto é que discordo da cotação dada, para mim mereceria uma nota média 3 e não 4. Mas fica aqui o estímulo às pequenas e por vezes quixotescas produtoras que tentam resgatar os clássicos do cinema, alguns lançados até de forma inédita mundialmente. Pior fazem algumas das "majors", que tem todos os recursos na mão e nos privam de qualidade melhor por determinação de suas matrizes. (Edinho Pasquale)

Críticas do Internauta

A DANÇA DOS VAMPIROS é um clássico imperdível que merecia há muito tempo um lançamento em DVD. Obra cômica de Roman Polanski, que conta com a genial e assustadora trilha sonora de Christopher Komeda (item raríssimo entre colecionadores) e um elenco fantástico. Há no entanto que se ressaltar determinados problemas técnico-legais da edição brasileira:

Tudo leva a crer que a edição lançada pela CINEMAGIA não passa de um DVD não autorizado, haja vista a baixa qualidade e as circunstâncias em que foi lançado. Deve-se notar que não há qualquer outra edição em DVD no mundo e a detentora dos direitos é a MGM/Warner, que no Brasil lança seus filmes sob seu próprio selo, mas que vem categoricamente se recusando a lançar em DVD o filme de Polanski.

Outra possível evidência de que se trata de um DVD pirata foi o processo de transferência utilizado. Evidentemente, o LaserDisc norte-americano de A DANÇA DOS VAMPIROS foi utilizado numa grosseira transferência (pois não dispunham de outra fonte além da edição em VHS), utilizando-se seu sinal analógico para depois reconvertê-lo para digital, o que resultou na notória perda de qualidade de imagem e som. O DVD nacional também contém exatamente os mesmos extras do LD, o que fortalece esta tese.

O selo CINEMAGIA teve a preocupação de lançar o DVD em R-0, obviamente interessado no público estrangeiro; efetivamente tem atingido boas vendas fora do Brasil através de sites de leilão como eBay, com preços por vezes superior a 30 dólares de lance final. Algumas lojas e redes têm evitado a venda do DVD por suspeitarem se tratar de um produto pirata, o que poderia gerar pesadas multas de direitos autorais.

A DANÇA DOS VAMPIROS, se for confirmado se tratar de uma edição pirata, não durará muito tempo no mercado, mas por outro lado poderá pressionar a Warner a um lançamento oficial do filme, com qualidade digna e o capricho esperado. Por enquanto teremos que nos contentar com esta edição, desnecessariamente descuidada (e cara também). (Flavio Pessanha)

Menus
Por  Luiz Felipe do Vale Tavares 
Comentários de Leitores

Depois de um longo tenebroso inverno, finalmente temos a chance de rever, agora no formato DVD, esta deliciosa comédia de Polanski.
Programa imperdível no final dos anos 60, este filme situava-se num nicho todo próprio entre a produção da época, com os grandes musicais (My Fair Lady), as comédias de elencos estelares (A Corrida do Século) e a contra-cultura (Easy Rider), oferecendo um humor refinado que fugia do pastelão, divertindo com inteligência.

O afanado e atrapalhado Prof. Abronsius (Jack MacGowran) e seu apavorado assistente Alfred (Polanski) viajam à Transilvânia à procura de pistas sobre vampiros. Num vilarejo, hospedam-se numa estalagem, cuja bela filha do dono (Sharon Tate) encanta Alfred. Logo em seguida ela some e desconfia-se que isso seja obra do senhor das terras locais, o Conde Von Krolock (Ferdy Mayne). Partem então em busca da garota, rumo ao castelo do Conde.

Primorosos figurinos e direção de arte, assim como um roteiro que equilibra muito bem tensão e humor, tornaram este filme um clássico. Entre as cenas antológicas, destacam-se o assédio do vampiro gay, o professor entalado numa janela, congelando pela metade, o vampiro não aceito pela sua comunidade e, é claro, a cena que dá o nome (em português) ao filme.

Nos extras do DVD, destaca-se o formato de tela (widescreen), a abertura alternativa do filme (incluída nos EUA pela MGM, à revelia do diretor) e um raro documentário, com entrevistas de Sharon Tate, tragicamente assassinada logo depois por Charles Manson e seu grupo.
Oportuno lançamento, de uma obra há muito esperada, não disponível no formato, nem fora do Brasil. A Cinemagia é muito bem-vinda ao mercado, com seu catálogo de resgate da memória, não só do cinema nacional, como também de clássicos do cinema mundial.

(Marcelo Pestana e Carlos Cirne)

 

 



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