DESPERTAR DOS MORTOS (Dawn of The Dead)

 

Com Ken Foree, David Emge, Scott H. Reiniger, Gaylen Ross

 

Diretor

Duração

Produção

George Romero

142 minutos

1978, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Terror

Works

22/03/2005

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 1.0)
Português, Espanhol


LETTERBOX

Sinopse

Nesta continuação do clássico de horror de George Romero, A NOITE DOS MORTOS-VIVOS (Night Of The Living Dead, 1968), a civilização começa a ruir depois que uma epidemia que transforma os mortos em zumbis devoradores de carne humana espalha-se pelo mundo. Dois funcionários de uma estação de TV da Filadélfia, Stephen (David Emge) e Francine (Gaylen Ross), juntamente com os policiais S.W.A.T. Roger (Scott H. Reiniger) e Peter (Ken Foree), roubam o helicóptero da emissora e tentam fugir do holocausto. Eles acabam encontrando abrigo em um enorme shopping center, e decidem ficar lá à espera de que a crise seja superada. Após eliminarem os mortos-vivos que estavam dentro do shopping, eles bloqueiam todas as entradas e vivem por um tempo em relativa segurança. Porém, não tarda para que eles tenham de enfrentar um bando de saqueadores e uma nova horda de zumbis.

Comentários

Este DESPERTAR DOS MORTOS, lançado nos cinemas do Brasil em 1979 com o título de ZOMBIE – O DESPERTAR DOS MORTOS, sempre foi um dos meus filmes preferidos dos anos 70. Ele lembra as minhas noitadas, em plena época da faculdade (por volta de 1980) em Porto Alegre, que iniciavam nos ciclos de terror e ficção científica do saudoso Cine Bristol, onde eram exibidos filmes de gente como Romero, Carpenter, Cronenberg, Dante, etc. Para mim a década de 70 foi um caldeirão fervilhante de criatividade na música e no cinema, e assistindo hoje a um filme assim fica fácil de saber o porquê. Além de contar uma história de horror, Romero e outros cineastas da época, que se aventuraram no gênero, buscavam provocar o espectador, tirando-o da experiência passiva que é, normalmente, assistir a um filme. Assim, além do susto e do nojo provocado por algumas cenas mais violentas (que hoje ganham um ar até divertido, graças aos efeitos de maquiagem ultrapassados), o espectador de DESPERTAR DOS MORTOS é levado a refletir sobre o que está vendo, e mais, sobre o que está por trás da trama. Em seus filmes de zumbi, e em especial neste, Romero buscava satirizar a sociedade através dos seus patéticos zumbis, que em sua ânsia de aplacar a fome, eram transformados no consumidor ideal e definitivo – por mais carne humana que ingerissem, sua fome nunca era aplacada.

Em DESPERTAR DOS MORTOS a sociedade de consumo é criticada em dois níveis – um é o do shopping, local onde transcorre a maior parte da ação; o outro é o do comportamento de zumbis e humanos em pleno templo do consumo. Os primeiros, movidos pelo instinto, reproduzem mecânica e atrapalhadamente o que faziam no shopping quando vivos: sobem e descem as escadas rolantes, olham abobalhados as vitrines, perambulam pelos corredores... os humanos, por sua vez, quando livres da ameaça dos zumbis, satisfazem seus sonhos de consumo sem precisarem gastar um único tostão. Tudo isso embalado por uma trilha sonora às vezes contraditoriamente alegre, quase circense, criada pelo grupo de rock progressivo Goblin (que criou a trilha de muitos filmes de horror do diretor Dario Argento, que aqui, além de ajudar na trilha sonora, também é um dos produtores do filme). Mas o recado final de tudo isto, jogado no espectador, é que vivos, mortos ou mortos-vivos sempre terão um alto preço a pagar por uma vida baseada apenas no consumismo. Na competente refilmagem de 2004, MADRUGADA DOS MORTOS, a metáfora canibalismo / consumismo perde um pouco de força por ser tratada de forma mais discreta e com bem menos humor. E falando na refilmagem, é bom deixar registrado que Ken Foree (Peter) e Tom Savini (o líder da gangue de saqueadores e responsável pelas maquiagens dos zumbis) nela fizeram pequenas pontas, em homenagem ao filme original.

Extras

Não há muito o que comentar. Para não dizer que não há extras, temos pequenos textos sobre o diretor George Romero e com a sinopse do filme. Um contraste gritante com edições deste filme em DVD disponíveis nas Regiões 1 e 2. A Anchor Bay possuiu em catálogo nos EUA duas edições de DAWN OF THE DEAD, sendo que a Ultimate Edition de quatro (!) discos inclui as versões de cinema, estendida e européia do filme, com vídeo anamórfico, áudio Dolby Digital e DTS 5.1 e um monte de extras, que reproduzo abaixo só para me martirizar:

- U.S. theatrical version with audio commentary by director George A. Romero and special effects creator Tom Savini and assistant director Chris Romero, moderated by DVD producer Perry Martin;

- Extended version with audio commentary by producer Richard P. Rubinstein, moderated by DVD producer Perry Martin;

- European version with audio commentary by actors David Emge, Ken Foree, Scott H. Reiniger and Gaylen Ross;
- Poster and advertising gallery;

- Photo galleries;

- TV & Radio spots;

- Comic book review;

- Monroeville Mall Commercial;

- Behind-the-scenes photo gallery;

- Memorabilia gallery;

- Production stills;

- U.K. TV-Spots;

- International lobby card gallery;

- International poster and advertising gallery;

- International pressbook gallery;

- Home video and soundtrack artwork;

- "The Dead Will Walk", an all-new documentary featuring interviews with cast and crew members Claudio Argento, Dario Argento, Pat Buba, Tony Buba, Zilla Clinton, David Crawford, David Early, David Emge, Ken Foree, Michael Gornick, John Harrison, Clayton Hill, Sharon Ceccatti-Hill, Jim Krut, Leonard Lies, Scott H. Reiniger, Chris Romero, George A. Romero, Gaylen Ross, Tom Savini, and Claudio Simonetti;

- Roy Frumkes' "Document Of The Dead" - The original documentary filmed during the making of Dawn of the Dead by filmmaker Roy Frumkes;

-"On-Set Home Movies" with audio commentary from Zombie Extra Robert Langer

- Monroeville Mall Tour with actor Ken Foree.

Críticas ao DVD

Há anos que aguardava o lançamento no Brasil de DESPERTAR DOS MORTOS, em um DVD decente. Quando soube que a Works, que produz DVDs Região 0 principalmente para serem vendidos em bancas de revistas, iria lançar o filme, desanimei um pouco, já que normalmente seus extras são mínimos. Mas pelo menos esperava que o filme tivesse uma qualidade técnica boa, já que comprara anteriormente alguns filmes de horror da Hammer lançados aqui pela distribuidora, e pelo menos eles tinham vídeo wide anamórfico ou letterbox razoável. Infelizmente, logo este revelou ser o DVD mais desleixado da Works: menus animados mas feios, a já comentada falta de extras, som mono medíocre (na embalagem diz Dolby 2.0, mas só notei um canal de áudio) e imagem letterbox 1.85:1 com qualidade de VHS. E pior, a película utilizada para fazer a master desta transferência tinha defeitos. Há cortes visíveis, e em determinado momento a imagem chega a sumir, ficando apenas uma legenda sobre uma tela em branco. O único consolo é que a versão deste DVD é estendida (identificada como “do Diretor”), com cenas que nunca havia visto. Eestranhamente, porém, a metragem informada da versão deste DVD não bate com nenhuma das versões estendidas disponíveis lá fora.

Menus
Resenha publicada em 18/04/2005
Por Jorge Saldanha

Seu comentário
 

Nome:

Autorizo a publicação.
  Email: Não autorizo.