Com Gena Rowlands, Sam Sheppard, Starletta DuPois, James Garner, Anthony-Michael Q. Thomas, Ed Grady, Tim Ivey, Renée Amber, Jennifer Echols, Geoffrey Knight, Kevin Connolly, Ryan Gosling

"Noah era um jovem operário numa pequena cidade. Allie era uma garota rica e culta da capital. Eles se conheceram num parque de diversões e, apaixonados, viveram o mais intenso verão de suas vidas. Porém, por imposição da família de Allie, o jovem casal teve que se separar. Veio a 2ª Guerra Mundial e Allie conheceu um soldado de família tradicional que a pediu em casamento. Sete anos mais tarde, às vésperas de seu casamento, Allie reencontra Noah e tudo vem à tona outra vez, colocando a jovem em um terrível dilema, com o coração dividido entre seu primeiro amor e o belo rapaz que pode lhe oferecer a vida tranqüila que sua família sempre sonhou."

Só vim assistir aqui, em Nova York, influenciado pelas boas críticas que recebeu. Vendo que o filme era lento e romântico, que a dupla de jovens atores era errada, fiquei com a sensação de que haviam caído na cilada. Tinha defendido o filme porque ele foi dirigido por Nick Cassavetes, filho do grande John Cassavetes, que é o pai do cinema independente americano. Quem se enganou fui eu. Tudo isso é verdade. A direção como narrativa é medíocre e cheia de clichês. E a dupla jovem é toda errada. Ryan Gosling (que fez o judeu nazista de The Believer) tem uma cara alongada de corvo, e não serve como galã.

Rachel McAdams (que foi a Queen de Mean Girls) é uma loirinha com cara de coadjuvante, sem personalidade para muito mais. Por isso fica difícil acreditar na história de amor clichê, passada nos anos quarenta, num verão quando uma moça rica se apaixona pelo rapaz pobre que trabalha como lenhador, ou marceneiro. Claro que a família dela é contra, ainda mais quando aparece um noivo rico e bonito (feito por James Marsden, de X-Men). O curioso do filme (e certamente do livro) é que a história tem uma espécie de moldura, é uma história que está sendo contada por James Garner para Gena Rowlands (por sinal, mãe do diretor) num asilo de velhos. E se é fácil adivinhar a surpresa, nem por isso ela é menos emocionante. Quando percebi estava chorando que nem bobo. E chorei muito porque o final é realmente comovente, graças principalmente à simpatia de Garner e o talento de Gena, dois grandes atores que redimem o melhor melodrama da temporada. Espero não ter revelado demais porque o filme é extremamente comovente, merece ser descoberto. (Rubens Ewald Filho, na coluna Clássicos, em 04 de agosto de 2004)

- Cenas Deletadas: são 12 cenas, alguma muito bacanas que mereceriam estar na edição final do filme, caso ele já não fosse o suficientemente logo para os padrões atuais.

- Contos de Diário de Uma Paixão: um extra com o título errado no menu (“A Seleção de Ryan e Rachel”), na verdade se trata da escolha do casal de atores para os papéis principais, com 4 minutos. Com cenas de testes, interessa aos mais atentos.

- Rachel McAdams - Teste de Seleção: um extra bastante bacana para os aspirantes a ator/atriz. Como foi o desempenho da atriz para o chamado teste de fotografia e interpretação, no qual são chamados vários candidatos ao papel. Com cerca de 3 minutos e meio.

- Nicolas Sparks - Uma História Simples, Bem Contada: uma espécie de making of, com seis minutos, bem editados e com informações curiosas, enfocadas principalmente na estória e enredo do filme.

- Locações de "Diários de Uma Paixão": um featurette com 11 minutos e meio mostrando os locais da locação do filme, quase que um roteiro turístico (mas legal) da região sul dos EUA. Para quem gosta de História, Geografia e até Arquitetura, interessa. Mas não decepciona os curiosos em geral.

- Tudo em Família - Nick Cassavetes: mais um importante e relevante extra, desta vez um featurette de 11 minutos enfocando o Diretor e suas raízes. Com muitas cenas e depoimentos do trabalho de Cassavetes na direção.

- Trailers de Outros Títulos: colocado à parte dos extras, trás os trailers de outros filmes em DVDs da distribuidora: “Celular – Um Grito de Socorro”, “Violação de Privacidade”, “Blade Trinity” e “Ladrão de Diamantes”.

Todos os extras estão com legendas em Português.

A PlayArte é realmente um enigma. Pode lançar filmes em DVD tecnicamente muito bons, como este, assim como grandes decepções. Neste caso, a correta qualidade de imagem, sem compressões acentuadas (mas com alguma granulação) e com um áudio em Inglês bem definido em 5.1 canais, assim como a presença, mesmo que em 2 canais, da dublagem em Português, nos remete ao respeito ao consumidor. Os menus, animados, são de bom gosto, assim como os extras, bacanas. Faltando apenas os comentários em Áudio da edição norte-americana, interessante para um público específico. Falta um trailer do próprio filme, em ambas as edições. No geral, vale a sua locação, e, para os grandes fãs de filmes românticos, está disponível, no momento da elaboração desta resenha, uma versão para a venda com alguns brindes: um batom e um espelhinho, bons para agradar a namorada ou a esposa. Ou apenas para colecionar brindes, para os solitários. De qualquer forma, uma boa pedida para os românticos de plantão.