Com
Gael García Bernal, Jean Pierre Noher, Rodrigo de
la Serna, Ulises Dumont, Mia Maestro
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126
minutos
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SOM & IMAGEM |
FILME |
EXTRAS & MENUS |
GERAL |
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Espanhol (DD 5.1), Português (DD 2.0)
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Inglês, Português, Espanhol
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Sinopse
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Em 1952, o futuro líder da Revolução
Cubana Che Guevara (Gael García Bernal) era
um jovem estudante de medicina. Ele e seu amigo Alberto
Granado (Rodrigo de la Serna) viajam pela América
do Sul em uma velha moto, que acaba quebrando depois
de oito meses. Mas eles seguem em frente, arranjando
caronas e fazendo longas caminhadas. Depois de passar
por Machu Pichu, chegam a uma colônia de leprosos
na Amazônia Peruana, onde começam a
questionar o valor do progresso econômico,
que privilegia apenas uma parte da população,
deixando muitos em situação precária.
A experiência na colônia foi decisiva
para o surgimento das personalidades históricas
que se tornariam alguns anos depois. Baseado nos
diários de Alberto Granado e do homem que
mais tarde se tornaria “El Che”.
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Comentários
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Este
primeiro filme americano do brasileiro Walter Sallers
(produzido por Robert Redford e falado em espanhol), é um
road-movie com uma mensagem. Esta é uma estrada
com algo a demonstrar, uma jornada através
da América Latina, que procura nos convencer
que somos latinos, que temos muito a ver com os parceiros
de Continente. Mas duvido que muita gente fica convencida.
Essa revelação serviu para o jovem
doutor Ernesto Guevara no começo dos anos
50, que durante uma viagem de motocicleta da Patagônia
até um hospital de leprosos na Amazônia,
teve sua consciência despertada para os problemas
sociais do continente, no que seria o começo
- bem remoto - de sua consciência política
e luta armada. A moto apelidada de A Poderosa é secundária,
porque depois de meia hora ela se estropia e eles
continuam a viagem a pé. Na verdade, se vê pouco
do povo, da gente, e mesmo da paisagem para chegar
a emocionar ou ter qualquer conclusão. Felizmente
evitam qualquer discurso ou proselitismo. Nem mesmo
de Che ele ainda é chamado. É apenas
um jovem um pouco ingênuo, que não sabe
mentir, que tem ideais e comete besteiras (como uma
simbólica mas inútil travessia noturna
do Rio Amazonas). Uma lição curiosa
e bem contada, mas que nunca empolga, transcende
ou ilumina.
Por
acaso, eu li o livro há três anos atrás
e não vejo porque todos ficaram tão
apaixonados pelo projeto. Pouco acontece nele de
interessante, aliás o roteiro do filme tenta
torná-lo mais intenso mas ainda assim não
encontram ninguém de interessante ou de conseqüência,
a não ser participar de alguns bailinhos onde
aprendem a dançar mambo ou tango. Melhor dizendo,
não aprende. Tem uma namoradinha que o larga
(uma cena tão discreta, o rompimento vem por
carta, que chega a deixar dúvidas), algumas
garotas com quem conversa. Mas o drama maior são
eles andando e a moto quebrando. Não são
perseguidos, não se vê nada especialmente
turístico (fora Machu Pichu que na época
ainda não era muito conhecido). E mesmo a
generosidade com que trata os doentes no hospital
fica no ar (pinta um conflito com a madre superiora
que não é levado adiante).
Já que
foi tão criticado por Abril
Despedaçado, onde teve momentos de exuberância
fotográfica, Waltinho desta vez opta pela
simplicidade, rodando em Super 16 mm e evitando o
mais estético. O que ele tem a favor é que
está mexendo com um mito inatacável,
ninguém pode ou irá falar mal de Che
Guevara, ainda mais nesta encarnação
juvenil, de boas intenções e poucas
propostas (o mexicano Gael não compromete
no papel, mas a melhor figura é mesmo o argentino
Rodrigo de la Serna, principalmente porque pessoalmente é muito
mais jovem. Aquilo que você na tela é composição
mesmo de ator).
(Rubens Ewald Filho)
Desde
seu primeiro filme, o artificioso A grande
arte (1991), o cineasta brasileiro Walter
Salles Jr. optou por uma ousada e sempre perigosa
internacionalização de filmar. O inglês
de sua estréia cinematográfica é substituído
pelo sotaque de Portugal em Terra estrangeira (1995),
uma aventura européia em tempos de crise do
cinema nacional.
Diários
de motocicleta (2004), o novo trabalho
de Salles Jr., é uma seqüência
natural do norte cinematográfico do cineasta.
Aqui a internacionalização é uma
americanização de filmar; no lugar
dos diálogos em inglês de sua película
inicial, falas em espanhol.
Filme
de estrada, Diários de motocicleta observa
a possível unidade do continente americano
a bordo duma velha motocicleta. O roteiro do filme é extraído
de um dos muitos diários deixados por Ernesto
Guevara de la Serna, guerrilheiro argentino cujo
sonho de unificação das Américas
se inspirava no de Simon Bolívar no século
XIX. O realizador suíço Richard Dindo
rodou em 1994 o documentário Che Guevara,
o diário boliviano partindo igualmente
de escritos da personagem. Salles foge à aridez
da proposta de Dindo e busca a emoção
mais fácil do público. Diários
de motocicleta não chega a realizar-se
plenamente como filme, mas supera bastante aquela
beleza mecânica de Abril
despedaçado (2001), a fita anterior
de Salles Jr. A possível superficialização
da narrativa topa aqui e ali elementos mais densos
para expor um dos espíritos humanos mais inquietantes
do século XX.
Muito
ajudam na capacidade da realização
de emocionar o espectador uma fotografia nuançada,
uma faixa sonora articulada e, acima de tudo, a dupla
de atores centrais. Gael Garcia Bernal e Rodrigo
de la Serna (este, sobrinho em segundo grau de Ernesto
Guevara de la Serna) emprestam garra e sutileza a
duas criações cinematográficas
complexas de verter em celulóide. (Eron Fagundes)
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Extras
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Há, no início do DVD, os trailers (que
podem ser avançados) de “A Vila” (dublado), “Rei
Arthur” (dublado), “Matadores de Velhinhas” (legendado)
e “O Álamo” (dublado).
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3 Cenas Inéditas: “Roubando
Vino” (4
minutos), “Sobrevivendo ao Félix” (3
minutos) e “Ouvindo os Leprosos” (1 minuto
e 15 segundos). Sem explicações do
porquê da retirada de cada uma das cenas na
edição final do filme, fica a critério
de cada um se seriam importantes.
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Alberto Granado & Seqüência de
Fotos: na verdade, um clipe com imagens atuais (do
lançamento do DVD0) e depoimentos do companheiro
de Guevara, com algumas interessantes imagens de
fotos, com 3 minutos.
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Críticas
ao DVD
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Um DVD para locação (se bem que a anunciada
versão para a venda não tem diferenças,
a mesma editada no México, mas com menos extras
do que a dos EUA) com uma ótima qualidade
de imagem, em que pese a dublagem em Português
estar apenas em 2 canais. Mas como o idioma original é em
Espanhol, não há grandes problemas,
pelo contrário, para um filme latino a divisão
de canais nos seus 5.1 canais está ótima,
abrangente e utilizando bem todos os canais, na medida
do necessário. A imagem original de cinema,
em wide, realça bem a excelente fotografia.
Os
menus, tímidos e estáticos, não
comprometem. Mas não empolgam, assim como
os parcos extras na versão latina. Será que
teremos uma edição especial no futuro?
Para os que apreciam um bom filme, quase brasileiro,
e que não se importam com a ausência
de extras, um bom e recomendado DVD. Claro que tem
seu tema aparentemente político pode não
agradar, mas releve e aprecie apenas um filme interessante.
Você não se arrependerá, mesmo
que seja apenas para locar e assistir apenas por
uma vez. Mas se assitir duas, você poderá até incluir
na sua DVDteca.
Ou,
no mínimo, conheça
a verdadeira versão da canção
que venceu o Oscar®, interpretada pelo seu autor
(Jorge Drexler) e não pela ridícula
versão de Antonio Banderas, apresentada na
cerimônia do prêmio.
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Menus
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Resenha
publicada em
12/06/2005
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Por
REF e Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)
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Seu comentário
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