DOGVILLE (Dogville)

 

Com Ben Gazzara, Blair Brown, Harriet Andersson, James Caan, Jean-Marc Barr, Jeremy Davies, John Hurt, Lauren Bacall, Nicole Kidman, Patricia Clarkson, Paul Bettany, Philip Baker Hall, Thom Hoffman

 

Diretor

Duração

Produção

Lars von Trier

171 minutos

2002, França

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Drama, Ação, Aventura

California Filmes

17/06/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
DISPONÍVEL APENAS PARA LOCAÇÃO
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1 e DD 2.0), Português (DD 2.0)
Inglês, Português e Espanhol
Sinopse

Em plena década de 30, Grace (Nicole Kidman) é uma fugitiva que chega à isolada cidade de Dogville após fugir de gângsters. Encorajada por Tom (Paul Bettany), o porta-voz da cidade, Grace faz com a população local um acordo informal: eles a ajudam a se esconder e, em troca, ela trabalha para eles. Entretanto, quando a busca por Grace se intensifica a população local começa a querer um acordo melhor junto a Grace, devido ao risco que todos eles estão correndo por escondê-la. É quando Grace percebe que a aparente boa vontade de Dogville tem um preço.

Comentários

À maneira de alguns filmes do alemão Rainer Werner Fassbinder (As lágrimas amargas de Petra von Kant, 1971; Effie Briest, 1974), Dogville (2003), realizado pelo dinamarquês Lars von Trier, expõe uma ossatura teatral para provocar a linguagem cinematográfica. Na verdade, a exposição do cineasta nórdico está ainda mais exposta do que em Fassbinder: abdicando do realismo de encenação que marcou sua presença no Dogma 95, Von Trier parte em busca do artificialismo narrativo experimental. Em Dogville é como se a câmara documentasse uma marcação exasperantemente teatral incluindo algumas formas literárias de dizer as frases; o cenário é um palco em que as divisões de cena são assinaladas por giz, definem-se as casas e as ruas de maneira ilusória, um adrede faz-de-conta, os atores deslizam como se estivessem no espaço teatral, há um narrador-over que parece extraído das páginas de um livro. O choque inicial para o espectador cinematográfico perturba; mas o realizador usa de suas três horas de projeção para, com paciência, fazer a mente do assistente adaptar-se a um jogo visual tão provocativo quanto original. O resultado assombra.

Dizem tratar-se do pontapé inicial de uma trilogia do diretor sobre os Estados Unidos da América. Sua inventada Dogville metaforiza uma América torpe, caricatural, amorfa, corrupta. A figura da mulher perseguida por gângsters que se esconde numa comunidade onde, para obter proteção, tem de prestar serviços domésticos e finalmente até sexuais, impressiona pelo grau de perversidade que Von trier geralmente coloca em suas tensas e diferentes personagens; Nicole Kidman, que viveu uma faxineira pouco convincente em Revelações (2003), de Robert Benton, é inteiramente devoradora nas mãos de Von Trier como a doméstica da comunidade.

A seqüência final parece fornecer uma chave para a nova obra-prima de Von Trier. Dogville talvez seja a interpretação européia para os Estados Unidos depois de 11 de setembro de 2001; segundo o cineasta dinamarquês, o que os terroristas árabes teriam solapado em 11 de setembro seria a falta de forma da América, uma América tão prepotente quanto imbecil, vejamos as criaturas que se movem no parco ambiente de Dogville; em suas cenas conclusivas, os tiros de Dogville reconstituem, em microcosmo, o evento do World Trade Center. A polêmica é: estaria um intelectual europeu culto como Von Trier justificando o 11 de setembro, decretando o início da barbárie?

Sim ou não, isto não altera a extraordinária profundidade de Dogville, onde Von Trier se expõe tanto a um desafio formal quanto a um desafio de pensamentos históricos contemporâneos. (Eron Fagundes. Leia mais críticas do colunista em Cinemania)

Extras

Quase nenhum, apenas os textos com sinopse e Ficha Técnica, completamente dispensáveis e trailers dos filmes "à Sombra do Medo", "Monster", "Açao Direta", "Ripper II", "Matemática do Diabo" e "Vítimas Inocentes", todos legendados.

Críticas ao DVD

Um excelente filme, diferente das concepções normais, vencedor da Mostra Internacional de Cinema de 2003. O DVD é tecnicamente é apenas razoável, infelizmente com o formato de tela não respeitando o formato original de cinema, fazendo cortes nas laterais para adaptar ao formato das TVs convencionais. Não há quase extras, apenas trailers de outros títulos da distribuidora (Monsters está entre eles... Será que virá igual a este?). A imagem me pareceu um pouco mais granulada que o normal, mas nada que atrapalhe. Um filme que não é para qualquer público, ou seja, não é do estilo convencional, comercial. Mas é ótimo para quem quer ver um tipo diferente e inovador de se fazer cinema. Deverá mais ao público mais adulto.

Menus
Resenha publicada em 09/09/2004
Por Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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