ENCONTROS E DESENCONTROS (Lost in Translation)

 

Com Scarlett Johansson, Bill Murray, Giovanni Ribisi, Fumihiro Hayashi, Daikon

 

Diretor

Duração

Produção

Sofia Coppola

101 minutos

2003, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Comédia

Universal

08/07/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1), Espanhol (DD 5.1), Português (DD 5.1)
Inglês, Português, Espanhol

Sinopse

Bob Harris (Bill Murray) é uma estrela de cinema, que está em Tóquio para fazer um comercial de uísque. Charlotte (Scarlett Johansson), por sua vez, está na cidade acompanhando seu marido, um fotógrafo workaholic (Giovanni Ribisi) que a deixa sozinha o tempo todo. Sofrendo com o horário, Bob e Charlotte não conseguem dormir. Eles se encontram, por acaso, no bar de um hotel de luxo, e em pouco tempo tornam-se grandes amigos. Resolvem então partir pela cidade juntos. A eles junta-se uma jovem atriz chamada Kelly (Anna Faris), com quem vão viver algumas aventuras pela cidade de Tóquio.

Comentários

Estão exagerando de novo. Não é para tudo isso. A filha de Francis Coppola, Sofia já tinha demonstrado talento antes na estréia no bonito e triste As Virgens Suicidas (que em certo sentido é melhor que este filme). Mas agora resolveram consagrá-la exageradamente por esta fitinha que nada mais é do que uma brincadeira, quase uma vingança dela contra o marido Spike Jonze (eles acabaram de se separar, e está evidente que o papel da esposa que acompanha o marido ao Japão é autobiográfico, no filme é um fotógrafo e feito por Giovanni Ribisi).

Para mim, que já visitei o Japão, o filme é cheio de referências e semelhanças (fiz muita coisa parecida com os personagens, como ver TV, nadar na piscina, passear naquelas mesmas ruas e templos). Não é uma sátira como muita gente pensou, é assim mesmo como Sofia mostra.

A única razão de ser da fita é a presença do comediante Bill Murray, que está muito magro, muito seco e se limita a reagir. Ele não age, reage ("doesn’t act, reacts", seria em inglês para ficar mais claro). Ou seja, faz o mínimo possível, nem caretas. Nem é preciso, já está tudo em sua personagem.

É um alter-ego dele, um astro de cinema já meio decadente que aceita ganhar dois milhões de dólares para ir gravar no Japão um comercial de uísque (o absurdo é que, ninguém como ele, viaja sozinho, sem um assistente ou agente, isso simplesmente não existe. Até eu coitado, quando faço algo comercial, viajo com agente, imagine ganhando dois milhões). Mas a fita não quer ser realista, é apenas uma fantasia leve sobre o astro de cinema que, no hotel, conhece a jovem esposa desprezada do fotógrafo (outra figura superestimada, a razoável Scarlett Johansson, que não tem nem personagem para ganhar prêmio). Os dois flertam, ficam amigos, passeiam pela cidade, mas não fazem nada radical, na verdade mal se conversam. O que é mostrado de forma despretensiosa. Quem inventou a mentira da fita não foi Sofia, foi a crítica maluca que teve mais uma alucinação coletiva. Uma fitinha pequena e simpática que não tem que dar prêmio para ninguém. Ainda que Murray esteja irresistivelmente engraçado (mesmo assim em alguns poucos momentos, porque no todo o filme é bem chatinho). (Rubens Ewald Filho. Leia mais críticas e artigos de REF na coluna Clássicos)

 

Encontros e desencontros (Lost in translation; 2003), o segundo filme dirigido por Sofia Coppola, busca sua estranheza de intenções ao acompanhar os caminhos que se cruzam de um cinqüentão que está no Japão para atuar em comerciais e de uma garota de vinte anos que ali veio em virtude da atividade profissional de seu jovem esposo; numa Tóquio que lhes parece incomunicável, as personagens aproveitam seus encontros para preencher certos vazios interiores, certas ausências de perspectivas pessoais.

Apesar de seu rigor formal e da sinceridade que emana das situações (Sofia ter-se-ia inspirado em sua própria crise de vinte anos para escrever o roteiro do filme), a cineasta não reedita a inquietação de As virgens suicidas (1999), sua obra de estréia. A narrativa de Sofia tem no desempenho de Bill Murray seu correspondente perfeito: tudo é muito apático, sem sangue, não adianta o risível diretor japonês de comerciais exigir intensidade interpretativo, de Bill só sai aquela cara de bobo para americano ver. A cusiosa Scarlett Johansson igualmente não salva sua criatura dos clichês impostos pela indústria.

É pena que Sofia resvale. Tecnicamente ela é, como seu pai, Francis Ford Coppola, uma boa diretora. (Eron Fagundes. Leia mais críticas do colunista em Cinemania)

Extras

- “Lost” na Locação: um verdadeiro making of, sem grandes edições feitas para programas de TV. Feito por uma câmera amadora, mostra várias cenas de bastidores e de problemas enfrentados no dia-a-dia das filmagens. É bastante curioso e até divertido. E, aparentemente, espontâneo. Com 30 minutos;

- Mathew´s Best Hit TV: o show em que o personagem de Murray participa na TV japonesa, divertido, na ‘íntegra” (no filme se mostra apenas um pedacinho), com 4min45s;

- Video Clip de "City Girl", de Kevin Shields;

- Cenas Excluídas: são 5, algumas bem interessantes;

- Uma Conversa com Bill Murray e Sofia Coppola: um bate-papo realizado em outubro de 2003 em Roma, contando as experiências passadas durante as filmagens no Japão, com algumas divertidas curiosidades. Aproximadamente 10 minutos.

Críticas ao DVD

Um DVD que mantém a tradição da Universal, tecnicamente muito bem realizado. Pena que ultimamente esta não tem sido a regra, vide a resenha de Exterminador do Futuro 2. Parece que a parceria com o Studio Canal tem trazido péssima qualidade nas nossas versões. Felizmente este não é o caso. Há uma bela qualidade de imagem (mantendo o formato original de cinama) e som (com 5.1 canais bem distribuidos em todos os idiomas), ótimos extras, praticamente todos devidamente legendados (menos o clipe, o que não faz falta). Um filme muito badalado, tem seus momentos divertidos, mas não é nenhuma obra-prima. Mas entretém, vale dar uma olhada, principalmente na atuação de Murray.

Menus
Resenha publicada em 11/09/2004
Por REF e Eron Fagundes (filme)
e Edinho Pasquale (DVD)

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