ENSAIO DE UM CRIME (Ensayo de um Crímen)

 

Com Ernesto Alonso, Miroslava Stern, Rita Macedo

 

Diretor

Duração

Produção

Luis Buñuel

90 minutos

1954, México

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Clássico

Versátil

03/05/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Espanhol (DD 2.0 mono)
Português
Sinopse

A Versátil apresenta, pela primeira vez no Brasil, a versão restaurada e remasterizada de Ensaio de um Crime, um dos filmes fundamentais da fase mexicana do mestre Luis Buñuel (Viridiana). Conheça em flashback, a fascinante história de Archibaldo de La Cruz, que confessa ser um serial killer. Em interrogatório, conta à polícia reminiscências de sua vida, inclusive a origem de sua obsessão por mulheres. Mesclando suspense, psicanálise freudiana e humor negro, Ensaio De Um Crime é uma pequena obra-prima cultuada por cinéfilos de todo o mundo, como o cineasta Pedro Almodóvar e o crítico André Bazin.

Comentários

Os filmes que o espanhol Luis Buñuel rodou no México entre os anos 40 e 60 são atualmente passados por alto pela crítica. Seria uma fase eminentemente comercial do genial cineasta, como ele próprio confessou em sua autobiografia, ressalvando que nunca pôs diante de suas câmaras uma cena que contrariasse suas convicções pessoais e morais. Há duas exceções entre as realizações mexicanas de Buñuel: Os esquecidos (1950) e Nazarin (1958) estão ali para lembrar que Buñuel ainda era um grande artista.

Ensaio de um crime (Ensayo de um crímen; 1955) está longe de tangenciar o rigor e a profundidade do mestre de Tristana, uma paixão mórbida (1970). Mas oferece algumas curiosidades analíticas que permitem identificar a assinatura de Buñuel.

A visão de uma infância perversa já aparece desde as primeiras imagens, quando o protagonista evoca um episódio de sua meninice, o dia em que uma bala perdida da revolução mexicana atingiu sua babá e ele fantasiou que a tinha matado, deliciando-se com o sangue que jorrava de seu pescoço. Este sangue de babá vai persegui-lo a vida toda, em todas as mortes de mulheres que desejou e se concretizaram à revelia de sua ação criminosa; primeiro foi uma freira enfermeira que ele queria assassinar, mas ela fugiu dele, escorregando pela porta ausente de um elevador vindo a cair no fosso; e outras e outras mulheres que ele desejava meio platonicamente ao mesmo tempo em que queria tirar-lhes a vida.

A narrativa padece de um certo artificialismo de encenação que surpreende num narrador experimentado como Buñuel. A fragmentação surrealista não se realiza plenamente: os símbolos cênicos são empacados.

Há uma curiosidade entre vida e filme contada pelo próprio Buñuel: a atriz Miroslava se suicidou pouco tempo depois, por questões amorosas, e foi cremada; lembremos que no filme o manequim feito à imagem da atriz era incinerado num forno pelo ator Ernesto Alonso.

Extras

- Vida e Obra de Buñuel: uma boa biografia do diretor e sua filmografia completa, em 17 páginas de textos.

- Buñuel no México: divididos em “Apresentação”, com algumas boas informações sobre este período do cineasta e os “Filmes” rodados por ele no México, todos em textos.

- Galeria de Pôsteres: num total de 20, de diversos filmes do diretor e em vários idiomas.

- Notas da Produção: curiosidades sobre o filme, em 6 páginas de textos, informativos.

Críticas ao DVD

Um DVD com uma qualidade de áudio (em 2 canais, mas em mono) e imagem (no formato original de cinema da época, muito bem digitalizado, mesmo nas cenas mais escuras, filmes em preto-e-branco podem apresentar dificuldades, o que não é o caso). Mais um filme de um grande diretor, com poucos extras em textos, porém bastante informativos. Para os cinéfilos, especialmente os que apreciam a obra de Buñuel, uma bom produto.

Menus
Resenha publicada em 18/08/2004
Por Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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