Com: Christian Bale, Taye Diggs, Sean Bean, Sean Pertwee, William Fichtner, Emily Watson

Depois da 3ª Guerra Mundial, o que restou da sociedade está com medo e aflita por uma nova guerra. Reúne-se sob a tranquilidade do Prozium e dos sacerdotes, treinados para pacificar qualquer manifestação ou violação do sentimento. Dentre eles, está John Preston (Christian Bale) que começa a questionar a sua fé pelo Pai, chefe supremo deste sistema.

Está lá na capa do DVD: “FORGET ‘THE MATRIX’”. Um tanto exagerada a opinião deste jornalista, mas que surpreende a todos! Para quem tem sede de ficção científica bacana e, ultimamente, tinha que se contentar com filmes ‘B’ ou invasão alienígena ou apocalípticos, Equilibrium é diversão garantida! Mas as referências com MATRIX são evidentes. Muitas inovações, como todos já sabemos, trazidas pelos irmãos Wachowski em 1999, foram copiadas a exaustão por outros, principalmente, o efeito ‘bullet time’. Corre, paralelamente, que MATRIX também é um apanhado de idéias de outras produções, principalmente, do cinema ‘made in Hong Kong’. Prova disso, o grande mérito da equipe de artes marciais coordenada por Woo Ping Yuen (O Tigre e o Dragão). Hoje em dia, um filme de ação hollywoodiano necessariamente precisa de cenas de luta corporal da terra do sol nascente... Parece que todo mundo já nasceu numa academia.

E em Equilibrium não é diferente, mesmo que a abordagem seja bem mais ‘light’, apesar de referirem a uma nova técnica marcial neste futuro não tão distante, (melhor compreendida como um ‘the best of’) e que também dá para se desviar de balas. Mas quem aprende esta técnica somente são os “Sacerdotes”, integrantes da ‘religião’ que controla a ordem na ‘cidade’ e no ‘exterior’ (termos próprios do filme). Esta ordem, em geral, são os sentimentos humanos. Depois da 3ª Guerra Mundial, ficamos sabendo que muitos sobreviventes se reorganizam numa espécie de sociedade segura da emoção, porque sentimentos como raiva e ódio podem eclodir a última grande guerra antes do extermínio total da humanidade. Esta sociedade – muita evoluída - se protege do ‘exterior’ numa grande área cercada, porque lá fora há humanos que não são controlados (dopados) pela droga Prozium e que elimina qualquer sentimento (inclusive de afeto).

Aqui surge outra coincidência, filosofia e moral. O crime mais comum é ‘violação do sentimento’, quando a pessoa não se utiliza do Prozium nos chamados ‘intervalos’. A cena inicial deixa bem claro este aspecto quando é queimado o quadro de Mona Lisa original. Música, fotografias, livros, entre outros apetrechos ‘sentimentais’ estão condenados nesta sociedade. O elenco é comandado por Christian BALE (tão legal quanto Keanu REEVES), no papel de um sacerdote bem avançado na seita. Quando seu colega de trabalho é morto, começam a surgir questionamentos do certo e errado e inicia a peregrinação e descobrimento do mundo dos sentimentos sem Prozium. Talvez bastante superficial, mas o argumento é muito interessante. As cenas de ação compensam as falhas de roteiro – e sem o efeito ‘bullet time’ – consegue chegar bem perto dos ‘momentos MATRIX’. Talvez o filme mais próximo, sem dúvida alguma. A minha cena preferida de MATRIX é quase repetida com precisão aqui, quando o sacerdote de BALE invade um corredor com dezenas de guardas fortemente armados e disparando para tudo que é lado!

Com certeza, é a melhor cópia de MATRIX antes de MATRIX RELOADED. E quem disse que não existe cópia boa?

- 2 pistas em áudio com comentários solo do diretor e o próprio com o produtor do filme

– making of (‘Finding Equilibrium’) com apenas 4 minutos, é mole?

– 4 Trailers (de outros filmes, incluindo a tão esperada nova produção de Quentin Tarantino, Kill the Bill)

É uma pena, que ao tempo desta resenha, este filme não tenha aportado nos cinemas brasileiros. Como é o ‘ano de MATRIX’, talvez alguma distribuidora lance pelo menos o DVD. Também, para um filme que tem a ‘assinatura’ (responsáveis pela MIRAMAX) Weinstein (irmãos Bob e Harvey) e custou mais de 25 milhões de dólares, ‘queimar’ diretamente para o DVD é brabo! Mas enquanto não vem, nenhum nem outro, este DVD importado dos EUA é bacana. Os extras são poucos, mas o som e imagem compensam este deslize.