ESCORPIÃO DE JADE, O (The Curse of the Jade Scorpion)

 

Com Woody Allen, Helen Hunt, Dan Aykroyd, Charlize Theron, David Ogden Stiers

 

Diretor

Duração

Produção

Woody Allen

102 minutos

2002, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Comédia

Europa Filmes

13/03/2003 (Venda Direta)

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês e Português (DD 2.0)
Inglês, Português e Espanhol

Sinopse

O Escorpião de Jade é a hilariante história do investigador de fraudes C.W. Briggs (Woody Allen), um mestre na arte de desvendar golpes. Um belo dia ele volta para o escritório comemorando mais um feito quando encontra a obcecada Fitz (Helen Hunt), amante do dono da empresa Magruder (Dan Aykroyd). Ela tem ordens e poder para modernizar o local. Inicia-se assim uma guerra particular entre os dois. As armas são trocas de insultos e ofensas. Numa festa de aniversário, em uma boate, Briggs e Fitz são convocados a subir ao palco onde são hipnotizados pelo mágico Voltan (David Ogden Stiers). Sob efeito da hipnose, ao ouvir palavras de ordens como Madagascar e Constantinopla, a dupla abandona o que estiver fazendo e comete roubos de jóias arquitetados pelo mágico. Agora suas vidas estão de pernas para o ar e uma série de engraçadas situações começam a complicar a vida do pacato Briggs.

Comentários Sobre o Filme

Diz-se que o norte-americano Woody Allen é um cineasta intelectual. Diz-se que Allen reverencia, em sua forma cinematográfica e em suas citações de conteúdo, alguns grandes realizadores europeus: o sueco Ingmar Bergman, o italiano Michelangelo Antonioni, o francês Eric Rohmer, o peninsular Federico Fellini. Em suas obras mais recentes (Poucas e boas, 1999; Trapaceiros, 2000) o refinamento intelectual de Allen se mimetiza diante do público hollywoodiano, ou seja, os diálogos e as situações são menos cerebrais e literários que aqueles de alguns de seus trabalhos mais estimados, como Manhattan (1979) e Hannah e suas irmãs (1986). O atual lançamento de O escorpião de jade (The curse of the jade scorpion; 2001) serve para lançar mais lenha na fogueira das reflexões sobre as mutações de Woody Allen ao longo dos anos. Allen muda sem deixar todavia de permanecer fiel a si mesmo e a seu rosário de citações cinematográficas.

O novo Allen reconstitui o clima narrativo dos policiais da série negra que esteve em voga em romances e filmes americanos dos anos 40 e 50. Crimes (no caso, roubo de jóias), aventuras detetivescas, loiras fatais, espíritos femininos complicados. Um dos melhores filmes da atual temporada igualmente evocava as películas desta época: O homem que não estava lá (2001), de Joel Coen. Se Coen optou por um trabalho fotográfico em estudado preto-e-branco, Allen preferiu as cores, o que é curioso, pois Allen inaugurou a rodagem moderna em preto-e-branco com as esplendorosas imagens de sempre citado Manhattan e seria natural que, ao tornar aos anos 40 (na primeira imagem da fita surge um grande letreiro: (1940), fizesse uma fita policial sem cores. Sabe-se lá o que vai na cabeça dum artista: suas intenções são sempre secretas e ao observador resta conjecturar diante do resultado material da obra de arte (no caso do cinema, o que se vê projetado na tela branca).

O escorpião de jade é uma narrativa bem abotoada (o cineasta está em plena forma de seus dotes narrativos) e enche seu universo de ficção com as habituais tiradas cômicas de Allen, a maioria preciosas e que podem funcionar fora do filme mas se costuram admiravelmente dentro dele. A base da história de Allen é que seu protagonista, o detetive W.C. Briggs, interpretado pelo próprio diretor, deve investigar roubos de jóias perpetrados por ele mesmo em transe hipnótico; esse estado de hipnose foi gerado durante um show por um mágico que, a partir de alguns vocábulos-chave, hipnotizou a ele e à mulher que lhe era desafeta na firma de detetives em que trabalhavam; o mágico, para divertimento da platéia, colocou o casal de inimigos numa imaginária lua-de-mel; a partir daí o charlatão da magia passou a dominar as duas personagens, levando primeiramente Briggs a roubar as jóias e depois a criatura feminina magnificamente vivida por Helen Hunt. Allen lida bem com toda esta parafernália de fantasia, extraindo dali um filme de um rigor realista por vezes notável. Pode-se dizer que aqui a beleza do cinema de Allen esteja mais próxima do Fellini dos anos 50, estilo que ele homenageou mais diretamente naquele que talvez seja sua obra-prima mais evidente, A rosa púrpura do Cairo (1985), cuja parecença com As noites de Cabiria (1957), de Fellini, em momento algum lhe retira a exacerbada originalidade.

Talvez seja mesmo assim que se pode amar o cinema de Woody Allen: seu mosaico de referências eruditas européias se dissolvem tanto em O escorpião de jade que podemos admirar um verdadeiro grande cineasta americano -divertido e objetivo como soem ser os artistas made in U.S.A. (por Eron Fagundes)

Extras

- Notas Sobre Elenco: Textos sobre Helen hunt (2 páginas de texto), Dan Aykroyd (2), Elisabeth Berkley (1), Charlize Theron (2), Woddy Allen (2). Muito pouco, extremamente resumido, mesmo que em texto.

- Direção e Produção: 7 páginas em texto mostrando apenas os principais prêmios e indicações de Woody Allen

- Entrevistas: com Woddy Allen (6:20 minutos, informativo sobre alguns aspectos do filme e outras matérias, mesmo que rapidamente), Dan Aykroyd (3 mminutos, o blá blá blá de sempre sobre "como foi bom trabalhar..."), Elisabeth Berkley (quase 3 minutos, idem, mas mostra um lado interessante da atriz), Helen Hunt (aprox. 3 minutos, com quem sempre sabe sobre o que está fazendo e falando...), David Ogden Stiers (2:20, sem grandes revelações), John Rider (um psicólogo que dá uma razoável opinião sobre a Hipnose). O tema mais recorrente é "como é trabalhar com Woody" e "Hipnose". Ok, tem muito a ver com o filme.

- A Opinião Do Crítico: O critico Celso Sabadin dá uma ótima panorâmica sobre o filme, sua estréia no cinema, uma idéia sobre o enredo, mostra o trailer do filme, mostra a campanha de marketing, com propaganda para a TV, enfim, 11 minutos recheados de informações brasileiras, sobre mercado etc.. Até que enfim um crítico brasileiro mostra o que acontece com o filme, sem aquelas frases de efeito apenas de jornais e revistas "importadas". A lamentar apenas a ênfase dada à locação do filme. Quem gosta de Allen, quer mais é comprar...

- Trailer: Legendado, com aprox 20:25 minutos.

- Outros Títulos: 6, com 3 trailers legendados ("Trapaceiros", com 2 minutos; "8 Mulheres e 1/2", com 1:50 minuto; "Todos Dizem Eu Te Amo', 2 min.).

 

Críticas ao DVD

Um DVD correto, de um filme bastante interessante. A se lamentar o formato de tela, "standard", e sem os recursos de áudio para quem tem um home-theater (áudio em 5.1, não que faça falta, mas...)

Os menus são corretos, os extras medianos. Um bom "making of" nunca faz falta, até para mostrar o modo real de Allen dirigir seus filmes, assim como cenas deletadas e/ou erros de gravação. Há de se louvar a dublagem do filme, bastante requisitada pelos nossos leitores.

Vele pelo filme (quem gosta especialmente de Woddy Allen não pode deixar de ler o livro "Gente de Cinema - Woody Allen",de Neusa Barbosa, encontrado nas principais livrarias do país ou no site "Cineweb"), onde Allen começa a voltar à sua plena forma, depois de um período não muito "inspirado".

Pena que os dados técnicos diminuam a cotação deste filme, mesmo assim imperdível para os fãs de Allen.

Menus
Resenha publicada em 24/10/2003
Por Eron Fagundes e Edinho Pasquale

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