Com: Anthony
Quinn, Giulietta Masina, Richard Basehart, Aldo Silvani
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100 minutos
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Sinopse
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Apresentado
em versão totalmente restaurada e remasterizada,
A Estrada da Vida chega pela primeira vez às
lojas brasileiras. É, sem exageros, uma das
obras-primas inesquecíveis do mestre Federico
Fellini e um dos mais belos filmes da história
do cinema. Giulietta Masina vive a ingênua
Gelsomina, vendida por sua miserável mãe
para o brutamontes Zampanò (Anthony Quinn
em interpretação magistral), um artista
que se apresenta arrebentando correntes. Gelsomina
passa a ajudar Zampanò em suas exibições.
A estrada da vida que percorrem guarda belas e trágicas
surpresas para a dupla. Esta Edição
Especial Limitada traz extras preciosos, incluindo
Anthony Quinn, Reflexos de uma Vida, filme inédito
sobre o grande ator, com depoimentos de várias
personalidades do cinema.
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Comentários
Sobre o Filme
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O cineasta
italiano Federico Fellini está novamente em
cartaz, para delícia de seus admiradores.
Em 2002 chegou ao Brasil um documentário inédito
de Fellini, Os palhaços (1970),
que traduzia as relações entre o cinema
místico do realizador e uma arte tão
popular quanto o circo. Já está disponível
em dvd o mais melancólico e arrasador trabalho
do diretor, A doce vida (1960). A
estrada da vida (La strada; 1954) reafirma
as afinidades de Fellini com a linguagem do circo,
com os palhaços, com os triviais artistas
ambulantes (aliás, o sueco Ingmar Bergman,
antes de se converter inteiramente ao intelectualismo
escandinavo, afeiçoava-se a estes seres, como
se evidencia num filme dessa época, Noites
de circo, 1953): a personagem de Giulietta
Masina, a patética Gelsomina, é a autêntica
palhaça felliniana; pinta-se, dá pulos,
tem tiradas ingênuas, diverte-se (e diverte)
bobamente. Fellini trata esse universo menor com
sua grandeza habitual, ainda na fase mais realista
de sua obra.
Giulietta
Masina, a intérprete exata e sensível
de A estrada da vida, em que vive
uma anedótica figura de garota de interior
vendida na cena inicial, diante do mar, pela mãe
a um rude apresentador mambembe de variedades (um
característico Anthony Quinn), foi a prostituta
Cabiria de As noites de Cabiria (1957),
a burguesa assombrada com a infidelidade do marido
em Julieta dos espíritos (1965)
e a bailarina popular em Ginger e Fred (1985),
todos seres primitivos conduzidos com mão
de maestro por Fellini.
Se o mar
assiste à desolada cena em que a personagem
de Masina é negociada na abertura da fita, é o
mesmo mar, aparentemente mais bravio ou sombrio ou
furioso, que vai ver o desespero de culpa da criatura
de Quinn, arrastando-se na areia depois de abandonar
sua parceira e descobrir tempos depois que ela morreu
sem eira nem beira: a rudeza da personagem se fragiliza.
As preocupações
religiosas de Fellini, como italiano típico,
já estão em A estrada da vida .
O Jesus, que em A doce vida apareceria
dependurado de um helicóptero, surge aqui
no seio duma procissão. Procissão que
retornaria em As noites da Cabiria.
O encanto do par de A estrada com as freiras dum
convento é outro instante de ironia cristã de
Fellini. Nada que atinja o sarcasmo do desfile de
moda eclesiástica de Roma de Fellini (1972).
Criador
inigualável de tipos humanos, Fellini é desabusadamente
superficial na comparação que se faz
com as personagens do sueco Ingmar Bergman. Na literatura,
poderíamos evocar as diferenças entre
o francês Honoré de Balzac (o homem-tipo)
e o russo Fiódor Dostoievski (o homem-abissal).
Gelsomina pulsa duma humanidade a que nem sempre
o cinema soube dar acesso. (por Eron Fagundes)
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Italiano
(DD 2.0)
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Português
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Extras
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Filme Anthony Quinn, Reflexos De Uma Vida: Exelente
documentário sobre esse não menos
fantástico ator, com cerca de 52 minutos,
mostrando as várias feces de um homem que,
desculpem o trocadilho, soube muito bem seguir "A
Estrada da Vida". O filme foi realizado um
pouco antes da sua morte, aos 86 anos. São
abordados temas deliciosamente mostrados visualmente,
entremeados com o depóimento do ator. Desntre
estes temas, não percam o lado de artista
plástico do ator (e, depois, alguns de seus
conflitos por isso), sua ligação
com um dos maiores arquitetos, Frank Lloyd Wright,
a cena em que ele fala sobre o trabalho de alguns
diretores e a tocante parte onde se mostra a sua
família. Imperdível.
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Os Desenhos de Fellini: 27 desenhos do
mestre Felinni, de personagens de vários
de seus filmes e de seus amigos. Finalmente uma
galeria de arte em um DVD.
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Giulietta Fala de Federico: transcrição
de alguma entrevista ou depoimento da eterna companheira,
vale a pena ser lido, tem 12 páginas, pena
que em texto. Faltou dizer a fonte.
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Críticas: dispensáveis 5
páginas com algumas críticas sobre
o filme.
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Filmografias: de Fellini, de Quinn, de
Giulietta e do eterno parceiro musical Nino Rota,
bem completas.
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Os Prêmios de Fellini: 3 páginas
mostrando alista de prêmios do diretor. (por
Edinho Pasquale) |
Críticas
ao DVD
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A Versátil
tem se especializado no lançamento de grandes
obras clássicas, principalmente do cinema
italiano. E tem feito um grande trabalho, como este.
Nos traz um dos melhores filmes de Fellini, com uma
qualidade bastante boa de imagem (milagres são
impossíveis de serem feitos, apesar da restauração
claro que há pequenos problemas de imagem,
mas extremamente aceitáveis, pois não
foram problemas de autoração e sim "da
idade" da obra) e som original em italiano de
boa qualidade.
Os menus
são simples, estáticos, mas de bom
gosto. Os extras, muito bons (claro que sempre queremos
mais, mas só o documentário de Quinn
já vale, além da galeria de desenhos
de Felinni). Há uma surpresa escondida no
menu principal, mas é apenas pra família
da distribuidora se divertir, pois nada mais é do
que novamente os créditos do DVD, atmbém
apresentados como extras.
A embalagem
está muito boa, se utilizando do cartaz da época,
com bom gosto e envolvida numa luva, com todas as
informações corretas sobre o DVD.
Enfim,
um DVD clássico, essencial. Mesmo para os
que não sabem o que é cinema de verdade.
(Edinho Pasquale)
(Este DVD
Foi gentilmente cedido pela Versátil)
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Menus
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Resenha
publicada em 17/06/2003 |
Por
Eron Fagundes e Edinho Pasquale
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