Esta ficção científica sobre o "espaço
interior, uma das mais interessantes já concebidas,
acompanha uma equipe de cientistas (Stephen Boyd, Raquel
Welch, Edmond O´Briem, Denald Pleasance, Arthur O'Connell,
William Redfield, Arthur Kennedy) em uma viagem submarina
através do corpo humano em direção
ao cérebro para a realização de uma
delicada operação. Para combater os organismos
sabotadores, a equipe é miniaturizada antes de iniciar
esta aventura fantástica.
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Poucos
se lembram ou tiveram notícia de um filme lançado
no ano de 1966, que se não teve o embasamento técnico
ou os recursos de "2001, uma odisséia no espaço",
apresentou um tema inovador, sobre a exploração
do interior do corpo humano. Esse filme, que teria uma refilmagem
no anos oitenta, foi "A fantástica viagem".
A
história foi absolutamente inovadora na época:
um dissidente político consegue escapar ( provavelmente
da União Soviética, já que a época
de era de plena Guerra Fria) mas sofre um atentado e entra
em coma. Graças a um projeto ultra-secreto dos Estados
Unidos, uma equipe é selecionada para ser miniaturizada
e injetada no corpo do dissidente, a fim de reparar o dano
no cérebro do cientista.
Bem
de acordo com a paranóia da época, suspeitava-se
de um traidor no grupo. Por isso, Grant ( Stephen Boyd),
o agente da CIA que trouxera o dissidente, vai junto com
o grupo. O pequeno submarino em que estão é
reduzido ao tamanho de um micróbio e injetado numa
veia do cientista. O resto do grupo é formado por
um comandante da marinha, dois neuro-cirurgiões e
a assistente de um deles, Cora, vivida pela linda Rachel
Welch ainda em início de carreira.
A
viagem prossegue por várias partes do corpo humano,
com as dificuldades inerentes de um filme do gênero.
A suspeita do sabotador fica evidente quando ocorrem tentativas
de assassinato de membros do grupo e danos no equipamento
para operar o paciente. O clímax ocorre em pleno
cérebro, quando a equipe está dividida entre
salvar as próprias vidas ou a do paciente, ao mesmo
tempo em que luta contra o sabotador.
O
problema de todo filme que depende de tecnologia é
que esta "envelhece". Os efeitos especiais, surpreendentes
para a época, hoje parecem primários se comparados
ao que qualquer garoto de escola faz num PC. A trilha sonora,
apesar de muito bem integrada à ação,
apoia-se fortemente no uso de sintetizadores eletrônicos,
novidade na época.
O
elenco era formado por grandes atores, o que mostra como
o filme foi levado a sério. Stephen Boyd já
era famoso por seu papel de Messala, na megaprodução
"Ben-Hur" de 1959. Donald Pleasence já
era um conhecido vilão das telas e William Redfield
e Arthur Kennedy, já atores veteranos, reforçavam
o elenco de apoio. Novata mesmo, só a bela Rachel
Welch, que explodiria em seu próximo filme, "Um
milhão de anos AC". Além de uma carreira
brilhante como estrela de cinema, Rachel viria a ser uma
das primeiras a vender as fitas de exercícios.
O
curioso deste filme é que depois de ter sido lançado,
foi encomendado ao grande autor de ficção
Isaac Asimov transformar o roteiro em livro, que saiu com
o mesmo título. Aceitando o encargo, Asimov manteve-se
fiel ao roteiro original, tendo o cuidado de corrigir as
incoerências científicas. Contudo, o fato de
não ser uma obra sua o incomodava. Em 1987, explorou
o tema já com uma visão totalmente sua, que
denominou "Viagem fantástica II - Rumo ao cérebro".
Nesse mesmo ano, foi lançado o filme "Viagem
insólita", como Dennis Quaid e Meg Ryan, na
mesma temática.
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