Com
Dirk Benedict, Lorne Greene, Richard Hatch
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1167 minutos
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SOM & IMAGEM |
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Áudio
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Legendas
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Vídeo
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Região
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Inglês (DD 5.1)
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Espanhol, Francês
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Sinopse
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Em um ponto longínquo do Universo, os humanos
estão prestes a celebrar um tratado de paz
com os seres mecânicos Cylons, com quem estão
em guerra há mil anos. Contudo, a proposta
de paz era um embuste, e os alienígenas lançam
um devastador ataque à frota de Astronaves
de Combate e às 12 colônias humanas
(cada uma delas situada em um planeta diferente,
com o nome dos 12 signos do zodíaco). Após
a chacina, os sobreviventes formam uma frota desmantelada
de naves fugitivas, liderada pela Astronave de Combate
remanescente, Galactica, e partem rumo à mítica
e perdida 13ª colônia - a Terra. Sempre
fugindo dos alienígenas mecânicos, ao
final do episódio piloto os heróis
conseguem destruir uma das gigantescas naves-base
Cylon.
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Comentários
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Há aqueles que acreditam que a vida na Terra
começou bem longe no Universo, com tribos
de humanos que podem ter sido os antepassados dos
Egípcios, dos Toltecas e dos Maias - e que
teriam sido os criadores das grandes pirâmides
e da civilização perdida de Atlântida.
Alguns acreditam que ainda hoje irmãos do
Homem lutam pela sobrevivência, muito longe
daqui, entre as estrelas...
Com
esta introdução, Battlestar
Galactica (Galáctica, Astronave de Combate) estreou
na rede americana ABC em setembro de 1978, anunciada
como uma das produções mais espetaculares
já feitas para a TV. Apesar de sua duração
relativamente curta, ainda hoje possui fiéis
seguidores, sendo eventualmente reprisada nos EUA. À época
de seu lançamento, o mundo havia sido tomado
de assalto por Guerra nas Estrelas, no que seria
o início do renascimento da ficção
científica (mais precisamente, do subgênero
conhecido como Space Opera), tanto no cinema como
na televisão. Galactica foi a primeira das
produções criada no vácuo do épico
de George Lucas. Segundo seu criador, Glen A. Larson,
a idéia original da série surgiu nos
anos 60, em um projeto seu chamado Adam's Ark. Larson
tentara vender o programa mais ou menos à mesma época
em que a Série Original de Jornada nas Estrelas já estava em declínio, e o projeto
acabou sendo arquivado. Nos anos que se seguiram,
Larson produziu muitas séries populares, como O
Rei dos Ladrões e McCloud. Somente em 1977,
com o sucesso estrondoso de Guerra nas Estrelas,
o antigo projeto de Larson foi considerado potencialmente
lucrativo pelos executivos.
A
trama, muito influenciada
pelas teorias de Von Däniken (Eram os
Deuses Astronautas?) recuava até as origens da humanidade,
deslocando histórias e civilizações
clássicas (egípcios, hebreus, gregos)
para o espaço. Nela, o Homem não seria
originário da Terra, mas sim de outros pontos
do Universo. Galactica desde o início foi
rotulada como a “Guerra nas Estrelas da tela
pequena”, até porque alguns egressos
da Industrial Light and Magic (ILM) trabalharam nos
bastidores da série. O principal foi o mestre
em efeitos especiais John Dykstra, que atuou como
produtor associado dos primeiros episódios,
além de Ralph McQuarrie (desenho de produção)
e Joe Johnston, que anos depois dirigiria Querida,
Encolhi as Crianças, Rocketeer e Jurassic
Park III. A Fox e a Lucasfilm chegaram a processar
a Universal, acusando a série de ser um mero
plágio de Star Wars, porém após
alguns meses de disputa judicial as partes acabaram
entrando em um acordo. Liderando o elenco de Battlestar
Galactica, o falecido Lorne Greene, mais conhecido
pelo seu papel de Ben Cartwright na clássica
série western Bonanza, interpretava o Comandante
Adama. Richard Hatch (São Francisco Urgente)
vivia seu filho, o Capitão Apollo, enquanto
Dirk Benedict era o intrépido e mulherengo
Tenente Starbuck. Os demais personagens fixos eram
Serina (Jane Seymour), Ten. Boomer (Herbert Jefferson,
Jr.), Coronel Tigh (Terry Carter), Athena (Maren
Jensen), Boxey (Noah Hathaway), Cassiopeia (Laurette
Spang), Sgt. Jolly (Tony Swartz), Capitã Sheba
(Anne Lockhart, filha de June Lockhart, da Série
Original de Perdidos no Espaço), Dr. Salik
(George Murdock), Ten. Greenbean (Ed Begley, Jr.),
Conde Baltar (John Colicos), Líder Imperial
(Dick Durock, com voz de Patrick MacNee) e Lúcifer
(Felix Silla, com voz de Jonathan “Dr. Smith” Harris),
além do cão-robô Muffit.
O
figurino com adereços egípcios foi criado por
Jean-Pierre Dorleac, e a evocativa trilha sonora
composta por Stu Phillips era interpretada, no episódio
piloto, pela Filarmônica de Los Angeles. Inicialmente
planejada como uma mini-série composta por
um episódio de três horas e mais dois
longas de duas horas, os executivos da ABC expandiram
o projeto para uma série completa. Antes mesmo
de sua estréia na TV, o piloto de Galactica,
em Sensurround, foi lançado nos cinemas em
uma versão reduzida para duas horas de duração
(foi exibido no Brasil em 1979, e recentemente relançado
em DVD por aqui). O piloto de três horas, Saga
of a Star World, com as cenas não exibidas
nos cinemas, estreou na ABC em 17 de setembro de
1978. No total foram exibidos 22 capítulos,
que incluem as três partes do piloto, quatro
episódios em duas partes e um especial de
duas horas. Em muitos deles, dá para notar
que o projeto foi iniciado às pressas, a fim
de faturar em cima da onda de Guerra nas
Estrelas,
porém logo em seguida os produtores descobriram
que fazer uma “Guerra” semanal sairia
caríssimo. Assim, inicialmente utilizou-se
o recurso de repetir e reciclar muitas cenas de efeitos
visuais produzidas para os episódios iniciais,
para depois diminuir a ênfase nos combates
espaciais, centralizando as histórias nos
personagens e em outros temas, como exploração.
Em que pesem os roteiros e valores de produção
irregulares de muitos episódios, de um modo
geral a série possui um charme e espírito
de aventura que faltam à maioria dos programas
atuais do gênero.
Os
destaques vão para
o piloto, com suas cenas de combate e destruição,
e a participação especial dos veteranos
Lew Ayres e Ray Milland; a segunda parte de Lost
Planet of The Gods, com os caças Cylons disparando
contra antigas pirâmides; The Man with
Nine Lives, onde o falecido Fred Astaire interpreta um
vigarista que diz ser o pai de Starbuck; o episódio
em duas partes The Living Legend, quando surge uma
outra Astronave de Combate perdida, a Pegasus, comandada
pelo Comandante Cain (Lloyd Bridges); e as duas partes
de War of The Gods, onde a tripulação
da Galactica encontra uma civilização
mais avançada que humanos e Cylons, além
de um misterioso fugitivo interpretado por Patrick
MacNee.
Por
obter índices de audiência
considerados insatisfatórios, e também
por seu elevado custo, a série foi cancelada
em abril de 1979, e seu último capítulo,
The Hand of God, foi ao ar no dia 29 daquele mês.
Os executivos da ABC convidaram Larson a produzir
mais um especial de duas horas, onde a Galactica
finalmente descobre a Terra. Este projeto acabou
dando origem a uma 2ª “meia temporada” de
10 episódios, conhecida nos EUA como Galactica
1980. Com a ação passada 30 anos após
a série original e com apenas Lorne Greene
e Herbert Jefferson, Jr. repetindo seus papéis,
esta continuação foi um fracasso completo,
graças ao orçamento muito reduzido
e histórias infantis. Seu melhor episódio
foi exatamente o último, The Return of Starbuck,
com a participação especial de Dirk
Benedict. Hoje, esta mid-season é solenemente
ignorada tanto por fãs como pela própria
Universal. No Brasil, em 08 de março de 1981,
a série, rebatizada como Galactica:
Batalha nas Estrelas estreou na Rede Globo. Constantemente
interrompida pelas freqüentes transmissões
de futebol, sua exibição era alternada
com a produção seguinte de Glen Larson,
Buck Rogers no Século 25. Depois de passar
para o limbo dos “madrugadões” da
Globo, foi reprisada ainda nos anos 80 pela Rede
Manchete e emissoras independentes (em Porto Alegre,
pela TV Guaíba), incluindo os episódios
de Galactica 1980, até desaparecer por completo.
Finalmente, em 2003, depois de longos anos e tentativas
fracassadas de Glen Larson e de Richard Hatch em
ressuscitar o programa, o Sci-Fi Channel produziu
e exibiu uma nova minissérie de Galactica (com novo elenco e produção de Ronald
D. Moore), que seguindo os passos da produção
original, foi expandida como série para a
temporada de 2005.
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Extras
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O material adicional reunido ou produzido para este
lançamento é considerável:
Cenas
Deletadas - Há uma enorme quantidade
de cenas deletadas de 15 episódios, com qualidade
de imagem irregular. No total são mais de
três horas destas cenas, somente as do piloto
somam 34 minutos de duração. Muitas
são tomadas alternativas ou versões
estendidas de cenas presentes nos episódios,
e há inclusive erros de gravação.
Comentário de áudio - É possível
assistir ao piloto ouvindo comentários dos
atores Dirk Benedict (Starbuck), Richard Hatch (Apollo)
e Herb Jefferson, Jr. (Boomer);
Glen
Larson on the Creation of Battlestar Galactica -
Neste featurette, o criador e produtor Glen Larson
comenta a origem da série e a experiência
de sua realização. Convenientemente,
não faz qualquer menção às
suas tentativas frustradas de reviver o programa;
Stu
Phillips: Composing the Score - Featurette onde o
compositor Stu Phillips, habitual colaborador de
Larson, fala sobre a criação e a gravação
da trilha musical da série, seu trabalho mais
ambicioso;
Inside
Battlestar Galactica - Nesta seção,
temos material sobre a criação do cão-robô Muffit
e os Cylons, efeitos visuais e uma extensa galeria
de fotos (que inclui os ótimos desenhos de
produção criados por Ralph McQuarrie,
de Star Wars);
A
Sneak Peek at the New Battlestar Galactica Mini-Series - Reunião dos teasers da nova produção
do Sci-Fi Channel divulgados na web, formando um
trailer;
Behind
the Scenes of the Battlestar Galactica Game - Um
featurette sobre o jogo baseado na série.
Destaque para a participação, na dublagem,
de Richard Hatch, Dirk Benedict e Kristanna Loken
(a andróide T-X de O Exterminador do Futuro
3);
Remembering
Battlestar Galactica - Sem dúvida
o melhor extra, é uma retrospectiva de 45
minutos de duração com a participação
de membros da equipe e boa parte do elenco remanescente.
Nele, há menções ao cancelamento
abrupto da série, mas nada que se refira à malfadada
Galactica 1980.
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Críticas
ao DVD
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O box-set de Battlestar Galactica é composto
por quatro discos DVD-14 (com duas faces - uma face
de camada dupla, a outra de camada simples) e dois
discos DVD-9 (uma face de dupla camada). Isso significa
que, para acessar determinados episódios ou
extras você terá de virar o disco -
mas antes que você reclame, lembro que isso
permite a inclusão de maior quantidade de
material adicional no disco que a ele corresponde
(as cenas deletadas, por exemplo).
Os
bonitos menus animados reproduzem cenas e imagens
dos episódios,
que são apresentados em seu formato original
de tela cheia (1.33:1), com base em novas matrizes
de alta definição feitas a partir dos
negativos originais. Contudo, o ganho nos detalhes
e texturas muitas vezes realça a granulação
e os defeitos do filme, como manchas e riscos. Também
ficam mais óbvias as pinturas e projeções
de fundo, bem como os recortes e as montagens nas
cenas de efeitos visuais. Em uma determinada tomada, é possível
até perceber, contra o fundo negro do espaço,
a haste de sustentação do modelo da
Galactica. Em outra, na qual Starbuck e Apollo, de
trajes espaciais, estão no casco externo da
Galactica, os fios que sustentam os atores ficaram
claramente visíveis, dando à cena uma
conotação hilária. Prova de
que a qualidade da imagem, se considerarmos que o
material possui mais de 25 anos, é estupenda.
Quanto
ao áudio de cada episódio (disponível
somente em inglês), foi remixado em Dolby Digital
5.1 a partir das fitas de áudio originais
estéreo. Os diálogos estão perfeitamente
isolados no canal central, há uma razoável
distribuição sonora nos canais dianteiros
e os graves ribombam nos combates espaciais (quem
disse que o som não se propaga no vácuo?).
Praticamente inexistem efeitos surround, e a monotonia
dos canais traseiros somente é quebrada, eventualmente,
pela trilha musical. Ainda assim, o áudio
destes DVDs é bem melhor que o da versão
cinematográfica do piloto, mono. Por ser um
lançamento norte-americano, não estão
disponíveis legendas em português, somente
em inglês, espanhol e francês.
Completando
o pacote, há um belo encarte contendo o guia
completo dos episódios, fotos coloridas e
plantas de naves e cenários. Sobre a embalagem
do pacote, vale a pena referir que ele foi lançado
em outubro de 2003 em um digipack que incluía,
na face externa, um grande rosto plástico
de Cylon nele colado. O olho vermelho movia-se de
um lado para o outro, movido a bateria de relógio.
Bonita para uns, ridícula para os outros,
esta embalagem foi criticada por dificultar o armazenamento
da embalagem com outros DVDs. Em fevereiro de 2004
o box-set foi relançado em uma embalagem mais
prática (a mesma utilizada para este review),
com o rosto do Cylon em relevo na luva de papelão
externa. A capa interna dos suportes dos discos é a
mesma nas duas versões.
Portanto,
temos aqui um exemplo de como uma série de TV clássica
deve ser lançada a fim de agradar aos fãs
e consumidores em geral: cuidadosa restauração
de áudio e vídeo, embalagem caprichada
e montes de extras. Pode ser que este lançamento
chegue algum dia no Brasil - segundo consta, em 2003
a Universal chegou a fazer por aqui uma pesquisa
de interesse a respeito. Até lá, aqueles
nostálgicos que sentem saudades de uma época
onde a TV era menos cerebral, menos presunçosa
e, acima de tudo, mais divertida (e, também,
que sentem saudades dos cabelos chanel!), terão
de importar este ótimo box-set.
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Menus
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Resenha
publicada em
02/07/2004
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Por
Jorge Saldanha
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Seu comentário
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