GODZILLA 2000
Com:Takehiro Murata, Hiroshi Abe Direção: Takao Okawara. Gênero: ficção Duração: 121 minutos. Produção: 2000. Estados Unidos/Japão. Distribuidora: COLUMBIA. Legendas: Português, Inglês e Espanhol. Áudio: inglês em Dolby Digital 5.1 e em Dolby 2.0 Surround, também em português e espanhol. Vídeo: Widescreen 2.35:1 Região 4.
Sinopse

Um OVNI se transforma num enorme monstro alienígena com impressionantes poderes destrutivos trazendo de volta o rei de todos os monstros, mais poderoso do que nunca. Produzido ao custo de 11 milhões de dólares e dirigido por Takao Okawara, GODZILLA 2000 apresenta um desenho totalmente novo do temido monstro e cerca de 500 efeitos criados em computação gráfica.

Comentário

Criado em 1954 por Ishiro Honda e Eiji Tsuburaya (leia-se Ultraman), Godzilla é, para os japoneses, o que o Super-Homem é para os ianques: um ícone indelével e imortal. Enquanto nós sabemos de cor a musiquinha do Globo Cor Especial, não há criança em Tóquio que não conheça o tema composto por Akira Ifukube para o bichão. O chato é que só tivemos acesso ao melhor de Godzilla através das edições americanas, com cenas cortadas e diálogos alterados, ou - pior ainda - das versões americanizadas (vide o desenho animado da Hanna-Barbera e o trash cometido por Roland Emmerich em 98). Pois bem: se você esperou todos esses anos para ver o legítimo Godzilla com sua orientalidade intacta... pode sentar e esperar, porque AINDA não é dessa vez! E que filme!

Em seus 47 anos de existência, Godzilla sofreu todo tipo de humilhação, principalmente quando entrou no clima camp dos anos 70. O máximo do ridículo foi quando surgiram Minilla (ou Minya, inspiração para o insuportável Godzooky do desenho) e o robô gigante Jet Jaguar, infantilizando de vez as aventuras do monstro. Godzilla chegou a recuperar seu prestígio nos anos 90 com o ótimo Godzilla Versus Biolante; mas ninguém esperava que Godzilla 2000 fosse tão divertido. Godzilla 2000 é a "terceira ressurreição" do personagem (que morreu - mesmo! - em Godzilla 1985 e Godzilla Vs. The Destroyah), ignorando as fitas anteriores e se apresentando como uma continuação do original de 1954. Ou seja: nada impede que os próximos volumes ressuscitem favoritos do público como King Ghidorah, Mothra, Rodan e o adorável Mecha-Godzilla. E os fãs hardcore vão notar mudanças radicais no design do bicho, especialmente a cor: Godzilla, que sempre foi cinza-escuro, agora é verde.

A fita introduz o GPN (Godzilla Prediction Network), que usa alta tecnologia para prever as aparições de Godzilla e alertar Tóquio a tempo de ela ser evacuada. Mas enquanto o líder do GPN, Shinoda, quer proteger e pesquisar o bicho, seu antigo colega Katagiri, diretor-geral da CCI (Crisis Control Intelligence), só pensa em explodir o Grande G (numa das falas mais curiosas, um general se refere a mísseis tão poderosos que podem varar Godzilla "tão facilmente quando excrementos atravessam um ganso"... HEIM?!?!?!). Mas Katagiri tem outro problema: uma raça extraterrestre desconhecida, cuja espaçonave estava afundada no oceano há seis milhões de anos (!!!), volta à ativa e busca um espécime perfeito para clonar. Esse "espécime" é ninguém menos que Godzilla - que, segundo Shinoda descobre, tem uma capacidade incrível de se regenerar. Bom, eis a trama. Mas todo bom fã de Godzilla quer mesmo é ver o bicho virando tanques, cuspindo radiação e saindo no braço com outros monstros; e nesse quesito o filme não decepciona nem um pouco. Desde a primeira aparição do Grande G até o quebra-pau com Orga, o que vemos na tela é um colírio para os olhos.

As cenas de destruição são tão eletrizantes que até esquecemos que o astro é só um cara numa fantasia de borracha (uma versão totalmente CGI de Godzilla aparece durante alguns segundos numa cena submarina, e é ótima!). Enfim: Godzilla 2000 é definitivamente retro, apesar de alguns efeitos especiais modernosos (os tanques e helicópteros foram gerados por computador), mas consegue divertir e empolgar mais do que seu "irmão caçula" digital - uma prova de que orçamentos inchados e alta tecnologia não substituem o legítimo senso de diversão que os kaiju eiga da Toho sempre tiveram. (Sérgio Martorelli)

Informações Especiais - Extras

Comentários em áudio com o roteirista e produtor da versão americana, Mike Schlesinger, o editor Mike Mahoney e o sonoplasta Darren Paskal. Filmete com trechos do making-of. 3 Trailers (Anaconda, Godzilla de 1998 e Godzilla 2000).

Críticas ao DVD

O Godzilla 2000 que a Columbia lança aqui é a remontagem americana, dublada em inglês e com os habituais cortes aqui e acolá. Mas todas as alterações são apontadas e justificadas na trilha de comentários; e para ser justo, vi a versão original da Toho e posso afirmar que, com exceção da patética dublagem (em certo momento, um tintureiro japonês fala iídiche!), a reedição chega a melhorar certos trechos do filme.

Sérgio Martorelli

Seu comentário
 

Nome:

Autorizo a publicação.
  Email: Não autorizo.